Uma mulher marcada com um passado horrível, refém de seus medos e de sua própria mente, Aisha viveu anos sofrendo nas mãos das pessoas que deviam a proteger e com isso se fechou para o mundo, no fundo tinha esperança de que o príncipe encantado em u...
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Ouço Aisha soluçando e olho para meu irmão que aperta ela, ouvimos murmúrios seus e esfrego suas costas a fim de acalmar ela, eu não sei muito bem como faz isso visto que é sempre o Aaron quem me ajuda.
Nós estávamos deitados e então ouvimos um grito, Aaron tentou abrir a porta mas estava trancada então ele chutou e acabou quebrando, quando chegamos aqui ela estava se debatendo na cama e falando coisas sem sentido.
Os minutos vão se passando e percebemos que ela dorme quando sua respiração fica normal.
- Me ajuda aqui Austin - meu irmão pede e tentamos afastar ela mais sem sucesso - E agora? Ela não quer me soltar.
- Espera mais um pouco e aí vemos se ela te solta - falo e ele suspira - Será que ela estava sonhando com algo ruim?
- O que acha Austin? Ela estava gritando maninho, com certeza com unicórnios e arco íris não era - diz e comprimi os lábios - Você estava com sono, deita aí que quando eu conseguir tirar ela pego você e levo para o quarto.
- Perdi o sono - falo mas me deito olhando para ele tentando afastar ela que o aperta ainda mais, dou uma risadinha - Acho que ela gostou de dormir agarrada a você igual a mim.
- Ela parece estar fazendo isso por medo de ficar sozinha - diz olhando para Aisha - Onde nosso pai está?
- A Aisha disse antes ontem que ele vai a uma boate transar com as dançarinas - falo e vejo ele me olhar de cenho franzido - Se eles são casados porquê o papai faria isso?
- Não sei Austin - diz com uma cara brava - Não sabia que nosso pai tinha esse tipo de comportamento.
- Nem eu - falo, ouço um suspiro vindo da mulher e olho para ela - A Aisha é tão linda né?
- Sim - fala, me sento e passo as mãos nos cabelos lisos e macios dela - Muito linda.
- Por que o papai faria isso com ela? - questiono confuso ele dá de ombros.
- Não sei maninho - responde, ele finalmente consegue afastar Aisha e dá um travesseiro para ela abraçar - Vamos para nosso quarto, qualquer coisa voltamos aqui.
- Ok, cobre ela, está frio - falo e ele pega o lençol cobrindo ela, ouvimos um suspiro e saio da cama, caminhamos para fora do quarto e Aaron encosta a porta já que o trinco quebrou - Eu estou com fome.
- Vamos na cozinha - seguro sua mão e caminhamos para cozinha, me sento na bancada e ele faz um sanduíche para mim - Quer iogurte?
- É de morango? - questiono e ele assente - Então quero.
- Ok - ele coloca no copo e ele entrega - Come tudo sem se sujar.
- Não sou criança Aaron - ele ri e beija meu rosto.
- Claro que não - diz sentando ao meu lado, começo a comer devagar e ele encosta sua cabeça e meu ombro.
- Terminei, toma - entrego o prato e copo a ele que pega descendo do balcão e lavando na pia.
- Você é folgado - diz colocando para escorrer a água da louça - Vamos para o quarto, já passou do seu horário de dormir.
Desço do balcão e subimos as escadas, entramos no quarto e ele fecha a porta, retiro as pantufas e me deito na cama, vejo ele ir ao banheiro e fico esperando ele vir para deitar ao meu lado.
- Boa noite maninho - diz beijando meu rosto e testa.
- Boa noite Aaron - ele nos cobre e me abraça, sinto o sono chegarem e durmo sentindo protegido pelo meu irmão.
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Me espreguiço na cama e bato a mão no peito do meu irmão ouvidos seus resmungos, me sento e esfrego o rosto vendo ele dormir com a cara no travesseiro.
Me levanto da cama e entro no banheiro fazendo minhas higienes, volto para o quarto e calço minhas pantufas saindo dele, passo de frente ao quarto do meu pai e vejo a porta aberta, como um curioso que sou, coloco a cabeça para dentro e não vejo ninguém, dou de ombros e continuo seguindo meu caminho.
Desço as escadas e vejo Aisha sentada a mesa, ela está mais séria que o costume e o rosto um pouco inchado.
- Bom dia - falo me sentando e vejo ela me ignorar - Eu falei bom dia.
Ela levanta o olhar para mim e depois volta para o celular onde parece ler algo.
- Você está bem? - questiono - É que ontem você pareceu ter pesadelos, aí meu irmão chutou sua porta e acabou quebrando ela, quando abrimos você estava se debatendo e gritando na cama.
- Não perguntei - diz parecendo com raiva - Não quero saber disso.
- Desculpa - falo baixo.
As vezes eu tenho mania de falar demais e ser sincero, meu irmão está acostumado, mas outras pessoas não.
Vejo ela esfregar o rosto e respirar fundo algumas vezes, ela abaixa a cabeça e descansa o rosto sobre as mãos.
- Eu quem peço desculpas - diz depois de um tempo.
- Não precisa pedir, eu entendo - falo e começo a comer devagar, ela levanta o rosto e e a vejo engolir em seco antes de levantar e sair da sala de estar.
Depois de um tempo vejo meu pai entrar na sala e sorrir para mim.
- Bom dia filho - diz sorrindo e beija minha testa.
- Bom dia - respondo e fico avaliando ele - Pai por qual motivo você trai a sua esposa?
Ele começa a tossir após engasgar com o suco, me levanto e ajudo ele.
- O que disse Austin? - questiona.
- Por qual motivo trai a sua esposa? - questiono novamente.
- Quem disse isso? - pergunta com o semblante sério.
- Uma dia perguntei a ela se você trabalhava em uma boate e ela disse que só se fosse transando com as dançarinas - falo dando de ombros.
- Não é assim filho, você também não entenderia - diz e olha pensativo para a mesa - Melhor você não saber de nada.
Deixo para lá e termino meu café.
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Então, eu esqueci de colocar nas notas que o Austin é infantilista, mas no caso ele tem um grau mais leve, a mentalidade dele é de 10 anos, então é menos infantil, só tem mais a inocência para algumas coisas.