2782 palavras
Capítulo 21
Início da Lua Crescente
Misty entra no quarto sentindo o estômago afundar ao ver os curativos em Heitor. Ela segura a mão dele e desta vez ele não se afasta.
— Me perdoe, Heitor. — Ela chora. — Parece que quando pensamos que as coisas não podem ficar piores, a vida vem e nos surpreende.
— Não foi culpa sua, Misty. Ela estava protegendo você.
— Protegendo de quem, meu Deus do céu?
— De mim — ele diz sério.
— Você jamais me machucaria e Cleópatra sabe disso. Por Deus, ela te conhece há tempos. Eu não entendo. — Misty está desolada.
— Eu estou bem, não precisa se culpar, nem mesmo se preocupar.
— Me conhecendo como conhece, sabe que está me pedindo o impossível nesta situação.
— Vá para casa e descanse. Leon disse que amanhã estarei liberado.
— Eu irei, mas amanhã volto para te buscar.
Heitor não responde mais nada.
Misty dá um beijo na testa dele e vai embora.
Ele solta o ar com exasperação ao ver Madre Lúcia passar pela porta em seguida.
— Como se sente? — ela pergunta ao se aproximar.
— Fatiado — resmunga ele em resposta.
— Vai me dizer o que aconteceu? — sonda Madre Lúcia.
— Não é óbvio? — Ele ergue uma das sobrancelhas, contrariado.
— Não fale comigo como se eu fosse tola. Eu sei, Heitor.
— Sabe o quê? — Ele questiona.
— Vi você crescer, menino e não desejo seu mal, por isso, peço que pense bem sobre quais decisões irá tomar, para que não haja arrependimentos.
Madre Lúcia caminha para a saída do quarto, ignorando a suposta confusão de Heitor.
— Não sei do que está falando — ele insiste.
Ela se vira para respondê-lo.
— Não se faça de desentendido. — seu tom é direto, cortante. — Escolha um lado, meu filho. Mas faça isso com o coração e não baseado na lavagem cerebral que fizeram em você.
Com essas palavras, ela deixa o quarto.
Ele resmunga baixinho em desgosto.— Que inferno.
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— Misty, espera — Andreon chama quando ela já está na saída do hospital.
— Eu espero no carro — Madalena avisa, deixando a amiga sozinha com Andreon.
— Oi — ele cumprimenta. — Foi tudo tão tumultuado que nem mesmo nos falamos.
— Tem razão. — Ela sorri sem muita vontade.
— Como você está?
— Como acha que estou?
Minha lince atacou uma pessoa. Não sei o que farão com Cleópatra.
— Ninguém fará nada com ela, Misty. Vamos apenas observá-la com atenção redobrada. Talvez seja bom ela ficar mais tempo na reserva do que entre pessoas — ele sugere.
BINABASA MO ANG
LUA DE SANGUE
RomanceMisty sempre foi cheia de determinação sobre o que queria da vida e na busca de novas oportunidades, se muda para uma cidade remota, bem no meio da floresta amazônica. Ela verá suas convicções mudarem e descobrirá que nada em sua vida é como sempre...