Capítulo 3

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Capitulo 3

O perigo que ronda

Como está, meu tio?
Andreon cumprimenta o irmão de seu falecido pai.

Logo pela manhã, saiu em seu avião particular direto para o sudoeste do Mato Grosso. Após oito horas de  viagem pousou no pantanal, onde se encontra a alcateia de seu tio, Ronan Galdês, sobrenome este,  que também carrega.

- O que tem para me dizer sobre as mortes,  acredita se tratar de um ataque da Sociedade da Lua Sangrenta?

- Acho bastante provável, meu sobrinho. Nos ferimentos, havia traços da toxina retirada da planta Caladium.

- Desgraçados. - Andreon rosna, tamanha a sua revolta.

- Tem mais uma coisa que você precisa saber.

Andreon olha para seu tio, aguardando ansioso o que ele tem a dizer.

- As armas comumente  utilizadas por eles, nao foram usadas desta vez. Você sabe que sempre foram adeptos a lanças, adagas, espadas, arco e flechas, como em uma espécie de ritual macabro.

- Sim, e daí?  - pergunta impaciente.

- Desta vez, usaram armas de fogo, e a pólvora nas balas estava recheada de  Caladium.

- Inferno!  Estão mais perigosos do que nunca. - Andreon anda de um lado paro o outro, seus olhos se tornando vermelho como sangue.

- Evoluíram, meu sobrinho. Acho que perceberam que os tempos são outros.

- Nao evoluíram o suficiente, pois continuam nos caçando, como se fossem melhores que nós. - Andreon volta a se sentar, respirando fundo para manter a calma, já que estava prestes a se transformar.

- Não aceitam o fato que fomos criados, assim como qualquer um deles. Ficaram cegos em suas crenças, acreditando que irão livrar o mundo de uma raça de monstros.

- Nao somos aberrações, meu amor. É isso que aqueles fanáticos precisam entender. - Alessa, tia de Andreon, entra na sala para dar um beijo em seu companheiro e cumprimentar seu sobrinho. - Como está meu querido?

- Um tanto nervoso, neste momento, minha tia.

- Horas, não gaste seu tempo para sentir raiva, isso faz mal à mente e ao coração.

- Minha companheira tem visitado essas comunidades paz e amor. Agora só fala sobre isso. - Ronan abraça a mulher ao seu lado, sem poder disfarçar o quanto é rendido por ela.

Andreon observa a interação entre eles, sentindo uma certa inveja, pois seu coração tem andado ansioso, desejoso, por uma companheira. Porém, ele não quer qualquer uma, mas sim, seu verdadeiro Destino, dado pelo Grande Espírito.

Ele sente que a escolhida será perfeita e que quando encontra-la, o amor vai atingi-lo como um raio.

- Qual é a sensação, meu tio? Como é ter seu Destino junto a você?

Ronan olha seu sobrinho com um sorriso cheio de orgulho e felicidade.

- Perdi uma noiva, se lembra?

- Claro que sim.

- Bom, eu a amava, ou pelo menos acreditava ter amado, até conhecer Alessa.  Não dá para comparar, porque o que senti quando conheci sua tia é inexplicável.  É forte e tão real quanto nossa existência.

- Você quer dizer que é inacreditável como nós? - Andreon questiona, querendo saber mais.

- De um certo modo sim, mas não é apenas isso.  Ficamos completamente rendidos e o mais louco é que queremos estar. Pode parecer estranho para quem olha de fora, porém, acredite quando eu digo que não há nada melhor que tal sentimento.

LUA DE SANGUEWhere stories live. Discover now