LUA DE SANGUE

Capítulo 10

Capítulo 10

Necessidade de respostas

Os lobos correm em direção ao lugar em que Matteo disse ter encontrado os animais assassinados. Apenas Leon como humano, pois não se transforma mais.

Olhos amarelos os observam do outro lado do rio, assim que chegam perto de um amontoado de folhas e galhos de árvores.

- Você que fez isso? - Leon questiona, se abaixando para descobrir os lobos.
Matteo apenas assente, mantendo-se sobre quatro patas.

- Foi uma ideia boa. Urinou também? - O lobo rosna para o beta. - Qual é, vai dizer que não sabe que isso teria mantido os animais longe daqui por muito mais tempo?

O lobo solta uma bufada, na intenção de ignorar Leon.

Passando a mão nos pêlos do animal morto, - o beta esquece as brincadeiras que costuma usar como escudo -  e chora baixinho, sentindo a dor de ter perdido membros de sua alcatéia.
Olhando para o outro lado do rio, observa aqueles que erraram junto com ele e consequentemente foram amaldiçoados.

- Eles devem me culpar, Andreon. Provavelmente, estão me xingando e querendo me matar.

Voltando à forma humana, o Alfa se aproxima de seu primo, juntamente com Isabely.

- Acho que eles não tem mais do que te acusar, pois já viram o que um erro passado causou.

- Meu irmão tem razão, Leon, e pare de se culpar pelo que houve com eles, pois aqueles olhos amarelos entre as árvores não tem nada de inocentes.

- Esta era uma família de quatro pessoas. - diz, acariciando os pelos da loba de pelagem bege com mechas marrons. - Mila era a mais nova, seu pai e mãe e seu irmão...

- Sinto muito, Leon.

- Não sinta, até encontrarmos o desgraçado que fez isso.

- Não acho que tenha sido alguém da Sociedade da Lua sangrenta.

- Por que acha isso, meu irmão?

- Eles não sabem o que nossa comunidade é, somos muito discretos. A não ser que alguém dê a dica a eles, seria impossível nos encontrar.

- Encontraram Solar, no Pantanal. - Leon acusa.

- Porque tinham um maldito infiltrado na alcatéia. - Andreon responde, soltando um rosnado ao lembrar do traidor.

- Pode garantir que não há um aqui, entre nós? - Leon pergunta, sem esconder suas dúvidas.

- Meu primo, todos aqui querem viver em paz e estão felizes.

- Espero que não seja decepcionado. - O beta retira um esqueiro do bolso, - um lembrete que sempre carrega, para jamais voltar ao vício que adquiriu quando foi amaldiçoado -  e se abaixando, ele busca mais galhos e folhas secas e coloca fogo em tudo.

Em silêncio, eles observam os lobos queimarem.

Vou matar quem fez isso a vocês. Leon promete.

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Ao amanhecer, Andreon convoca a alcateia para uma reunião.

Todos se reúnem no bar D'Lycans, onde normalmente se juntam para beber e se divertir, à noite. Mas agora, não se trata de diversão.

As cadeiras estão apoiadas sobre as mesas, sacos de lixo nos cantos,  rodos, vassouras e baldes para cada muitos metros quadrados do local e panos de prato sobre o balcão enquanto dois funcionários secam pratos,  copos e talheres.