Capítulo 1

136 21 184
                                    

Capítulo 1

Rumo a novas oportunidades

Misty deita na cama do seu quarto alugado, exausta, após um longo dia de trabalho.

- Minha santinha das manicures cansadas, essa dor nas costas está me matando.

Reclama, alongando o corpo de um lado para o outro, ouvindo um barulho de reprovação enquanto se esparrama de vez sobre a cama.

- Sem chance, só levanto daqui amanhã, Cleópatra.

A gata se junta a Misty, como se desse de ombros sobre sua dona dormir sem tomar banho ou não.

Ela foi um presente de aniversário, dado por uma das clientes da manicure, ano passado.

Misty achava sua gata diferente, além do fato, que estava se tornando grande demais e rugindo quando deveria miar.
Alguns meses se passaram e ela decidiu pesquisar sobre felinos e acabou descobrindo que sua bela Cleópatra era, na verdade, um lince, não o doméstico, mas o ibérico.

Misty ficou assustada, pensando sobre o que fazer e imaginando como sua cliente tinha conseguido autorização para viajar com o animal. Chegou à conclusão que a cliente, provavelmente, deve ter escondido o felino e ela decidiu fazer o mesmo.

- Me livrar de Cleópatra está fora de cogitaçao. Vou estudar os hábitos dos linces e criá-la com sabedoria.
Foi sua decisão, na época. Não foi nada fácil adestrar um lince ibérico, mas ela se saiu bem.

As cores em sua pelagem lembram as de uma onça pintada, já os olhos, são de um dourado incrível. Seu pêlo é mais cheio e suas orelhas parecem mais pontudas.

Cleópatra esta com quase um metro e trinta, o que assusta sua dona, já que ela precisa esconde-la de olhos curiosos.

- Nosso novo lar será bom para você, minha princesa. A cidade é bem escondida no meio da Amazônia, você terá espaço para correr na mata e você anda mesmo precisando de um pouco de exercício físico, pois esta ficando sedentária.

O animal rola para o lado ficando de pernas para cima, na esperança de receber um carinho na barriga.

- Sabe, Cleó, sei pouco sobre minhas origens. As freiras do convento onde eu cresci não me davam muita informação.

Misty, acaricia os pelos macios de sua lince, tecendo uma conversa com sua mais fiel companheira e mesmo que ela não responda com palavras, o leve ronronar indica que ela está entendendo.

- Certa vez, ouvi uma conversa entre a madre superiora e o padre que realizava as missas e ouvia a confiçao das irmãs. Eles falavam sobre meus pais. Consegui ouvir pouco, mas o suficiente para entender que fui deixada no convento porque estavam fugindo de alguém, ou alguma coisa e que eu corria um grande perigo. Falaram sobre um dinheiro entregue à madre superiora para a minha criação e tudo o que eu precisasse até completar 21 anos.

Misty estudou no colégio de freiras até se formar, mas não ficou debaixo do hábito delas.

Sempre esforçada, ajudava nas obras do convento e fazia trufas para vender e ajudar nas obras de caridade.
Não tentou entrar em nenhuma faculdade, pois nunca foi algo que desejasse. Talvez no futuro, ela pensava.

Entao,com dezoito anos, fez um ótimo curso de manicure. Aprendeu a fazer desenhos usando tinta e pincel, unhas em gel, fibra de vidro, desenhos em 3d e diversas técnicas, como, pincelada chinesa, one stroke, traços finos, aquarela, além de outras inovações da área.

Assim que começou a conseguir clientes, passou a juntar dinheiro.
Hoje, ela tem certeza que ser uma manicure bem requisitada é o que ela deseja, pois ama o que faz.

LUA DE SANGUEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora