LUA DE SANGUE

Capítulo 8

Capitulo 8

Instinto e desejo

Andreon dá lugar ao lobo negro de olhos vermelhos e começa a correr pela floresta, para dissipar um pouco de energia. Seu corpo tem andado mais quente que o normal, desde que voltou para Wolf Valley.

A vontade de encontrar seu Destino está deixando ele fraco, ou pelo menos é como tem se sentido. As noites de sonhos com ela estão se tornando um vislumbre do que ele jamais terá.

Talvez seja melhor escutar os conselhos de Isabely e seguir em frente, encontrar alguém, ou morrerei sozinho, esperando por um Destino que nunca aparecerá.  Pondera chateado, enquanto pega mais velocidade, na esperança que o vento forte em sua pelagem varra para longe todas as suas frustrações.

Um cheiro diferente entra pelas suas narinas, mas antes que ele possa pensar, algo se choca contra ele, com muita força.

O lobo negro rola pelo chão e quando se levanta, vê algo parecido com uma onça.

O animal ruge e pula para atacá-lo, cravando as unhas em cheio na sua carne. O lobo rosna, atacando a provável onça, que apesar de ser metade de seu tamanho, é muito astuta.

O lobo negro não tem intenção de machucar, mas apenas afugentar a gata selvagem. No entanto, ela parece levar a briga bem a sério.

- CLEÓPATRA, É VOCÊ?  APARECE, SUA GATA ASSANHADA OU VOU DAR RAÇÃO COM CHEIRO DE CHULÉ PARA VOCÊ COMER, DURANTE UM ANO INTEIRO.

A lince para no mesmo instante, ao ouvir a voz.

O Alfa Supremo volta à forma humana, olhando espantado, o animal que o atacou sair cabisbaixo após levar uma bronca.

-  Inacreditável! Pelo visto, ser o Alfa Supremo não tem valor algum para uma gata.   - resmunga enquanto sai à procurar da calça que deixou logo no início da corrida.

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Misty ouve o barulho de sua lince e a chama novamente, mesmo diante do medo de algum animal perigoso ouví-la também.

Parando em uma clareira, a lembrança de seu sonho vem, parecendo se mesclar com a realidade, deixando-a confusa.

Sem saber se é real ou não, ela vê um animal se aproximar, olhos vermelhos, de repente amarelos. Ela aperta as pálpebras, procurando limpar a visão, ou talvez clarear a mente, mas é o medo que se mostra e ela corre, sendo derrubada em poucos segundos e recebendo uma lambida ao se virar.

- Quase me mata de susto, Cleópatra. - A lince ruge baixinho,  protestando enquanto sua dona a empurra para o lado.

- E nunca mais fuja. - Misty se levanta, limpando as folhas grudadas em seu pijama e em seus cabelos, que devem estar parecendo uma vassoura velha de tão desgrenhados.

- Então você é a dona do animal selvagem?

A voz grave e inesperada, faz vibrar o coração da dona da lince. Prendendo a respiração e com o sangue bombeando forte nas veias, ela se vira, ansiosa para ver a pessoa que falou. Cleópatra ruge, mas fica quieta após uma sutil repreensão de sua dona.

Eu conheço essa voz, é a mesma que diz "amada minha" nos meus sonhos. Será que estou sonhando outra vez?

Misty belisca o próprio corpo, puxa o cabelo, para ter certeza que está acordada.

Um movimento na direção da clareira chama sua atenção. Paralisada e chocada, ela vê o homem dos seus sonhos - literalmente falando - parar a um metro de distância dela e sua lince.