Respostas

490 32 1
                                    


SARAH

Eu ouvi atenta a última resposta de John Myers para Luke:

— Kendall!

— John, você tem certeza de que esse é o nome que Nikki disse?

— Absoluta!

Nos últimos minutos da "visita", nós conseguimos descobrir a peça que faltava para completar todo o quebra cabeça: John contou que tinha ouvido uma conversa por celular, na Ayers, entre Nikki e a sua irmã, uma mulher chamada Katrina Kendall. Assim que ouviu o nome, Luke, espantado, sussurrou para mim:

— Ela está sendo procurada pelo FBI!

Não foi difícil chegarmos à conclusão de que "April Wiley" era o nome de outra pessoa que Kendall estava usando. Nikki foi assassinada pelo o meu pai e a sua irmã queria vingar-se de mim, e ao que parecia, para ela, a melhor forma seria ferindo Alexandra.

Provavelmente ela sabia sobre o caso entre Nikki e Lexa! Por isso ela queria que eu a matasse. — Concluí.

Enquanto o meu mundo desabava, eu não tive tempo para continuar chorando depois que eu entendi a história.

— Lexa, eu não vou perdê-la. — Afirmei a mim mesma e acelerei ainda mais o carro.

Luke conseguiu me alcançar depois que saí da penitenciária e me seguia dando sinais repetitivos para eu estacionar. No fundo, ele sabia que eu não iria parar e eu sabia que ele não iria me deixar sozinha, transtornada e armada, afinal, essa não era uma boa combinação.

Eu parei e deixei o carro alguns metros fora do meu jardim, mal estacionado e com a porta aberta. Com cautela, andei rapidamente em direção à entrada da casa com a magnum na mão. Da janela, consegui ver o que estava acontecendo e o meu coração acelerou. Percebi que Lexa me viu e enquanto ela tentava manter a atenção de Kendall sobre ela, engatilhei a arma, abri a porta vagarosamente e mirei. Eu a mataria sem pestanejar, mas, me surpreendendo, Luke abaixou a minha mão bruscamente e atirou, acertando a cabeça de Kendall e colocando um fim em sua vida. Eu estava tão concentrada que não vi quando ele se aproximou de mim.

— Sarah! Você está louca? — Ele arrancou a magnum da minha mão. — Isso vai ficar comigo a partir de agora! — Disse baixo de forma ríspida.

Olhei confusa para ele, mas resolveria aquilo depois. Atravessei a sala, desesperada, em direção a Lexa. Eu precisava tocá-la para ter certeza de que ela estava bem. Com exceção de alguns ferimentos no rosto e no lábio inferior, o corpo estava intacto, mas ela estava diferente. Alexandra não me olhava e não reagia.

— Luke, ajude-me a soltá-la. — Pedi ansiosa.

Ela estava presa com cordas a uma cadeira e assim que ele viu as algemas, apanhou uma pequena chave prateada e a libertou em seguida. A face e os punhos sangravam e eu imaginei o quanto ela tentou libertar-se. Também agradeci mentalmente por não ter conseguido, pois do contrário, ela teria mais uma morte em sua conta.

— Lexa? — Eu a chamei, ajoelhada em sua frente, porém, ela não disse nenhuma palavra. Os olhos verdes estavam perdidos em algum lugar distante.

— Acho que ela está em choque! — Luke comentou. Eu considerei que poderia ser verdade.

Ela ergueu e eu prendi o seu rosto de entre as minhas mãos, procurando por seu olhar que continuava vago. Eu nunca a tinha visto daquela forma e temi pelo o que poderia estar acontecendo. Agora que, provavelmente, ela sabia a verdade sobre quem era o meu pai, ela ainda iria querer manter o nosso relacionamento? Enquanto eu tentava algum contato com Lexa, a minha casa transformou-se em um filme ruim de ação. Luke, de repente, escondeu a magnum nas suas costas, entre a jaqueta e a calça.

Estilhaços De Mentiras (Lésbica)Where stories live. Discover now