Autodomínio

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ALEXANDRA

Henry Russell, um de homem de 45 anos de idade, era calmo e calculista. Os olhos negros penetrantes passavam confiança em todas as suas palavras proferidas. A barba sempre feita permitia a visão do seu rosto quadrado. A cor jambo de sua pele harmonizava com os lábios carnudos e nariz afilado. O corpo definido em 1,83 metros de altura e o semblante fechado intimidava a maioria das pessoas, mas não a mim. Filho de um dos caseiros ficou órfão aos dois anos de idade e fora adotado por minha família. Era o melhor amigo do meu pai e ele o considerava como um irmão. Amante das artes marciais, ele fazia questão de treinar comigo quase todos os dias. Sendo filha única e após a morte dos meus pais, ele era o mais próximo do que eu tinha de uma família.

Henry havia deixado claro que seria uma burrice fazer a fusão. Ignorei, mais uma vez, os seus conselhos no que se referia a Sarah e ele ficou decepcionado comigo por aceitar a fusão da empresa, que fora construída com tanto trabalho, apenas para satisfazer um desejo meu. Eu sabia que ele estava certo e eu sendo imatura. Então, depois de esfriar a cabeça, comecei a pensar em uma forma de manter a sociedade com Sarah sem prejudicar a Ayers.

Apareci mais uma vez em seu escritório, sem aviso, para fazer uma surpresa e conversarmos sobre isso, e dei de cara com uma mulher. April não parecia nada com uma secretária e não foi difícil perceber que tinha algo estranho acontecendo ali.

Notei que Sarah pareceu constrangida com a minha presença e, pela primeira vez, fiquei em dúvida.

— Ela quer apenas sexo ou sente algo por mim? Pensei, odiando me sentir insegura.

Não fiquei com ciúme, apesar de perceber, de imediato, o clima e o interesse da mulher em Sarah. Além disso, alguma coisa me chamou a atenção, me deixou em alerta. Havia algo no olhar de April que me eu conhecia e aquilo me causou angústia.

Depois de me provocar clara e demasiadamente, a assistente se retirou deixando-nos a sós. Atentei-me a todos os detalhes: além da bolsa de Sarah aberta, não havia nenhum documento, pastas ou planilhas sobre a mesa. Notei um sobretudo preto sobre o encosto do sofá que não parecia ser de Sarah. O copo que April usou para beber ficou ao lado de uma garrafa rara de uísque. Forcei minha memória para lembrar onde tinha visto outra da mesma, mas não consegui.

Permaneci de costas para Sarah enquanto conversávamos. Fiquei aliviada por ela ter dito a verdade. Ouvi os passos dela se aproximando e suas mãos me abraçando. Eu estava confusa e precisava saber se ela ainda me queria. Virei e sem dizer nada, adentrei minha língua em sua boca num beijo ardente. Percebi que o desejo dela estava intacto, assim como o meu.

Ela pediu para eu acompanhá-la e mesmo sem fazer ideia para onde ela me levaria, eu não poderia negar nada com ela me olhando daquele jeito.

Assim que estacionamos, temi por ela entrar no Shooting Club. Durante o trajeto ela disse que seria uma surpresa e realmente ela conseguiu me surpreender, pena que não foi do jeito que eu tinha imaginado.

— Vamos lá, Lexa! — Recarregou outra vez a Magnum prateada. — Escolha uma arma!

— Prefiro continuar observando.

Já estávamos a um tempo considerável dentro do clube. Sarah sabia mesmo o que fazer com aquela arma. Ela a conhecia e a dominava. Poucas vezes errou o alvo. Durante a primeira rodada, ela contou que tiro ao alvo era um dos seus hobbies favoritos.

Nunca gostei de armas, mas ver aquela potência na mão de Sarah me deixou excitada. Eu tinha acertado quando percebi que ela não era romântica e agora eu notava que iria ter trabalho para conquistá-la. Isso também me excitou! A forma com que transamos a primeira vez mostrou que ela não tinha o costume com sexo selvagem, mas ela gostar de ser dominada fez com que eu não pensasse em mais nada além do seu corpo. A minha sorte é que ela ainda não tinha percebido como me deixava fraca só com o seu olhar.

Estilhaços De Mentiras (Lésbica)Where stories live. Discover now