Confissões

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Despertei com o barulho de um trovão. Apertei os olhos por causa da claridade que invadia meu quarto por uma fresta da cortina mal fechada. Parecia que o céu estava desabando na cidade de Nova York. Olhei para o relógio sobre o criado mudo: 09:43am.

Droga. Estou atrasada! Comentei. Respirei fundo e virei para o outro lado.

Sorri de leve ao ver uma Alexandra esparramada na cama, nua, com os cabelos bagunçados e a boca entreaberta. Ela ressonava tranquilamente, coberta apenas até a cintura. Mordi meu lábio inferior e a toquei levemente com o indicador, admirando a tatuagem negra que descia por suas costas, iniciando com algum desenho tribal e finalizando com círculos. Retirei cuidadosamente seus cabelos para observar outro desenho na nuca. Era o símbolo do infinito.

Eu tinha visualizado tudo isso na noite passada, mas não tive tempo para apreciar. Durante o sexo, Lexa me calou com beijos todas as vezes que a indaguei. Busquei em minha memória algum significado para as suas tatuagens, mas nada veio. As figuras eram tão enigmáticas quanto ela!

— Gosta do que vê? — A voz matinal dela soou rouca e doce.

— Isso é lindo! — Eu contornava os desenhos em seu corpo, causando-lhe arrepios. — O que significa?

— Shiu...

Sorri imaginando de que forma eu iria conseguir as respostas que queria. Alexandra moveu-se, virando de costas, e se aconchegou em mim. Eu não gostava de ficar de conchinha com ninguém, mas com ela era diferente. Por Deus, não queria me afastar dela por nada! Abracei, puxando-a ainda mais para perto, suas costas colando em meus seios, sentindo seu cheiro e dando beijos em seu pescoço.

— Lexa?

— Hum...

— Precisamos ir trabalhar. — Distribuí beijos em seu ombro. Ela virou-se para mim.

— Não quero! — Abriu um lindo sorriso. — Podemos passar o dia aqui?

Não respondi e por um momento, pensei que fosse brincadeira. Mas o silêncio permaneceu enquanto nos olhávamos e percebi que ela realmente queria ficar o dia todo na cama. Por essa, eu não esperava! A ideia não era ruim, analisando a companhia, o dia chuvoso e frio que eu tanto amava, e que já era sexta-feira, o que significava que não tinha muitos compromissos. O mais importante era a fusão, e no momento, eu estava em "reunião" com quem mais tinha interesse no assunto. Alexandra ainda aguardava a minha resposta, enquanto eu ponderava toda a situação.

— Eu tenho uma condição. — Respondi, finalmente.

— É claro que tem. — Ela riu.

— Podemos ficar o dia todo juntas, mas quero respostas. Nada de me enrolar com beijos e sexo.

Ela deu um sorriso torto e avançou sobre mim, cobrindo-me de beijos e mais uma vez, deixando-me excitada. Não era fácil entender como uma pessoa tão recatada se comportava de maneira pervertida na cama. Era como se existissem duas: na sociedade, uma empresária com um profissionalismo invejável, discreta, disciplinada; e na cama, uma depravada, libertina. Depois de transarmos na sala e subirmos para o quarto, beiramos a imoralidade.

Eu não sabia que gostava de sexo hard até conhecê-la. Quase contrariei quando, na noite passada, ela me virou de costas, pressionando meus seios contra o vidro da janela e me penetrando com força. Quase. O gemido de prazer emitido por ela me deixou molhada instantaneamente. Ela me preencheu com os dedos de uma forma quase brutal. Foi, naquele momento, em que descobri que eu gostava de sexo selvagem. Deduzi isso porque, pela primeira vez, ejaculei. Eu sabia sobre a ejaculação feminina. O que não sabia o quão prazeroso era ter orgasmos naquela posição. Naquela posição e em todas as outras que fizemos na cama, no chão e por todo o quarto. Os poucos intervalos foram para buscar água e os celulares que haviam ficado na sala.

Estilhaços De Mentiras (Lésbica)Where stories live. Discover now