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S/n teve o resto do dia tranquilo na medida do possível, tomou seu banho sem ninguém incomodar, sequer vira Eilish naquele horário e as outras detentas tampouco incomodaram, porém, seu medo ainda se baseava em Danielle. Ela sairia em poucos minutos da detenção e iria para a cela delas.

S/n se desencostou da cama e se levantou quando viu que seria revistada. Tudo correu bem e o horário chegou. O mesmo sorriso prepotente da noite anterior brincava nos lábios da outra garota.

— Sentiu minha falta? — Ela perguntou, se aproximando.

— Por favor, me deixe em paz. Eu não te fiz nada. — S/n disse, um pouco mais temerosa do que gostaria. Estava cansada de lutar, no entanto, sabia que ainda tinha muito mais pela frente.

— Sabe que ficar em um quarto escuro por vinte e quatro horas não me agradou muito? — A mulher disse, vendo S/n se levantar e ir para o canto da parede.

— Eu não quis…

— Chega de conversa. — A garota disse, puxando S/n pela cintura com força. A menor tentou se soltar, mas a garota imobilizou suas mãos e pressionou sua pélvis contra a menor, não a deixando conseguir chutá-la. — Sua pele é muito macia. — A garota murmurou, distribuindo beijos por seu pescoço. 

— Billie não gostaria disso. — S/n disse em seu ímpeto, fechando os olhos fortemente e, como num passe de mágica, a garota se afastou, a olhando confusa.

— O que ela tem a ver com isso? — Danielle perguntou e S/n respirou fundo. Teria que dizer aquelas palavras em voz alta, seria estranho, primeiro porque teria que fazer parecer ser verdade, segundo porque não sabia até onde a outra sustentaria aquela mentira.

— Bem, ela me escolheu para, huh, ser a mulher, você sabe, dela. — S/n disse bastante hesitante, experimentando o sabor estranho daquelas palavras em sua boca e Danielle estreitou os olhos.

— Desde quando?

— Esta tarde. — Disse firmemente e a outra passou a mão na nuca, parecendo um pouco desnorteada.

— Acredita que tenho medo dela? — Danielle perguntou e S/n negou rapidamente.

— Eu só, bem, estou te avisando. — S/n disse, vendo Danielle a olhar ainda cética.

— Amanhã falarei com ela, mas se isso for uma mentira, espero que saiba que não serei carinhosa na noite de amanhã. — S/n assentiu e suspirou aliviada quando a outra subiu no beliche e se calou. 

Deus que tivesse misericórdia dela, se descobrissem a mentira ela estaria em maus lençóis.

O corpo magro corria desesperado para a cantina no dia seguinte, procurando pelos olhos azuis

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O corpo magro corria desesperado para a cantina no dia seguinte, procurando pelos olhos azuis. Assim que encontrou, foi em direção à Billie, se sentando na sua mesa sem pedir autorização.

— Você disse para eu dizer aquela merda, então por favor, não retroceda em sua palavra, caso contrário eu estarei bem, bem, bem fodida. — S/n disse eufórica.

— Quem te mandou sentar? — Billie perguntou rudemente.

— Eu só... Só precisava falar com você antes da, huh, Danielle… — S/ n disse fitando suas mãos.

— Já falou. — Billie disse friamente e S/n suspirou, assentindo e se levantando.

— Desculpe, eu não quis te atrapalhar. — Ela pediu cabisbaixa.

— Esteja na minha cela no mesmo horário de ontem e deixe os outros saberem disso. Vá sorrindo. — Eilish disse seriamente e S/n assentiu, indo para a fila.

— Hey, não teve problemas ontem à noite? — A voz fina de Sabrina soou preocupada assim que parou atrás dela na fila.

— Não. — S/n disse, vendo Danielle surgir na porta da cantina. S/n viu o exato momento onde ela marchou em direção à mesa de Billie e se debruçou sobre ela, apoiando às duas mãos na mesa.

Aparentemente aquela era a nova atração do lugar, porque S/n viu todos os pares de olhos voltados para às duas. Billie a olhou friamente antes de dizer algo que S/n não pôde ouvir devido à distância.

Danielle pareceu irritada e Billie disse mais algo, fazendo Danielle dar um soco na mesa. Billie se levantou e deu a volta na mesa, ficando cara a cara com Bregoli. Ela disse algo com o músculo do maxilar enrijecido e Danielle bufou antes de abaixar os olhos, assentir e ir a passos duros até a fila, ou seja, bem atrás de Sabrina.

S/n viu Billie se aproximar dela e então sorrir. Caramba! Era a primeira que via seu sorriso.

A menor não se atreveu a olhar para Sabrina, afinal Danielle estava bem atrás dela e não sabia o que ela conversara com Billie. 

A surpresa de S/n aconteceu quando sentiu um braço delicadamente se enlaçar em sua cintura antes de colar seus corpos. Era Billie.

S/n prendeu a respiração ao se atrever a olhar para cima: os olhos azuis fixados nos castanhos e um sorriso lindo brincando em seus lábios.

— Nos vemos mais tarde? — A voz rouca e sexy fez S/n engolir em seco e assentir, totalmente paralisada ante àquela visão.

Billie se inclinou e deixou sua boca a centímetros de distância da de S/n, fazendo seus narizes se tocarem e seus olhos mergulharem um no outro. A menor podia jurar que sentiu seu corpo tremer e seu coração disparar em seu peito.

— Então eu te espero na minha cela. — Billie disse ligeiramente mais baixo, apertando um pouco mais S/n contra seu corpo antes de se inclinar um pouco mais e relar seus lábios suavemente sobre os de S/n, em um selinho demorado.

A maior se afastou e S/n sentiu seu corpo inteiro tremer; ela ainda conseguia sentir a chama que se acendeu em seu interior graças ao calor dos lábios macios de Billie.

— Menina, o que foi isso? — A pergunta de Sabrina trouxe S/n de volta.

— Eu não sei. — S/n disse levemente desnorteada, se virando e olhando para Sabrina com a expressão paralisada.

— Como não sabe? — Sabrina perguntou confusa.

— Meio que desde ontem nós… Estamos juntas. — S/n falou, olhando para a figura de Billie, que se afastava enquanto olhares se abaixavam para não cruzar com o dela.

— Ela escolheu você? — Sabrina perguntou retoricamente. — Uau, parabéns. Você é a primeira garota que ela arruma aqui dentro. Ela sempre renegou todas e eu só não julgava que ela fosse heterossexual devido ao meu gaydar.

— Salada? — A mulher na frente delas perguntou e S/n assentiu.

— Espere! Você é tipo minha patroa agora? Porque se é a mulher da Eilish e tudo o que a Eilish pede todas fazem, farão isso para você também. — Sabrina deduziu. — Oh céus, eu devo te chamar de senhorita? 

— Você deveria calar a boca desse assunto e irmos comer. — S/n disse rindo, mas viu Sabrina assentir freneticamente antes de fazer o que ela pediu.

Apesar da conversa que engatou com Sabrina após isso, a única coisa que sua mente conseguia pensar era: O que Billie queria com ela mais tarde?

1132 palavras

Presa Por Acaso (Billie Eilish / You) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora