Capítulo 1

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Atualmente

Yasmin Medeiros

Ah como eu dava tudo para estar viajando o mundo, ter uma conta bancária recheada de milhões e poder dar um chute na bunda a toda esta gentinha que me rodeia. Mas na realidade estou aqui sentada tentando prestar atenção no que o professor diz.
Ok, eu simplesmente odeio a minha vida, odeio a minha faculdade, odeio o meu curso, estou cansada da minha família estar sempre enchendo meu saco e de viver naquele buraco, resumindo, estou cansada de ser pobre e o meu único objetivo de vida é ser rica, mas da forma mais fácil que puder, pois só se vive uma vez.

A aula finalmente termina, hoje eu estou de saco cheio, coloco meu fone de ouvido e fico escutando música o caminho todo para casa, a faculdade que eu frequento fica próxima de minha casa por isso sempre faço este percurso rápido e sempre me asseguro que ninguém me vê entrando nestes becos de pobre.

Não queria ir para casa, já sei que vou escutar minha mãe me dizendo para arrumar um emprego, pois tenho muitos tempos livres.

Entro em casa sorrateiramente e me dirijo para o quarto, sorte minha que ninguém deu por mim, senão ouviria uma advertência por andar matando aulas.

Carl me liga avisando que haverá uma festa na piscina em casa de John o mais "popular" da faculdade.
Longos minutos se passam e não tenho peças de roupa adequadas em meu closet, por fim coloco um vestido cor de vinho um pouco acima dos joelhos e meus saltos pretos a combinar com o blazer e a bolsa.
Apenas passo um pouco de máscara de cílios pois odeio exageros na maquiagem.
Na bolsa coloco um biquíni simples, pois provavelmente iremos fazer uma festa na piscina.

Saio do quarto e meus pais fazem um interrogatório sobre a enorme quantidade de faltas, eu apenas saio ignorando toda a gente.

Marquei de me encontrar com Carl em frente de uma enorme casa aqui perto, pois ele pensa que sou rica. Chego o mais rápido possível na minha suposta casa e fico aliviada que Carl ainda não chegou.
Espero uns cinco minutos e ele aparece em seu luxuoso carro, ele sai e abre a porta para mim. Coitado pensa que vai rolar algo entre nós. Nunca.
Carl é apenas um idiota que está na palma da minha mão, ele me enche de presentes caros, jóias, roupas e principalmente dinheiro, mas eu bem sei que ele me quer, mas bem pode esperar sentado porque não vai conseguir nada de mim.

À medida que o carro avança minha vida me passa pela cabeça, estou no último ano de arquitectura e minha mãe sempre me fala para eu me esforçar mais e arrumar um emprego nas horas vagas, vive me dizendo que sou a única que não põe dinheiro em casa, pois meus irmãos já têm emprego.
Eu não quero saber de nada nem de ninguém, alias já estou maquinando um plano em minha brilhante mente.

Em minha faculdade ninguém sabe que sou pobre, todos são fúteis e mesquinhas, pensam que venho de família rica.

Minha vida mudou muito desde o falecimento de Kate, eu fiquei destruída, nunca mais fui a mesma, as humilhações vierem com mais força, todos os dias era alvo de chacota, era humilhada e me batiam cada vez mais.

Minha vida só normalizou quando nos mudamos para Chicago, uma das maiores cidades dos Estados Unidos da América, é tudo incrível aqui, às vezes eu me perco nesta enorme cidade.

Infelizmente moro num dos bairros mais probres e perigosos de Chicago, fica bem longe de onde eu morava: MointClaire, às vezes vou lá matar saudade de Kate e quase sempre encontro pessoas na lápide dela.
Saio do meu transe quando escuto a voz irritante de Carl que me chama de volta à terra.

- Chegamos! - ele sorri maliciosamente para mim.

Não sei como aguento este verme nojento, quando estiver no topo euzinha lhe darei um belo chute na bunda para ele parar de ficar se achando.
Saímos do carro do verme e de imediato somos bem recebidos por John.

Avisto Sarah de longe e ela acena para mim sorridente mas eu viro a cara ignorando-a, não posso desmanchar minha preciosa reputação.

Sarah é minha melhor amiga, a conheci no primeiro dia que me mudei para Chicago, mas é uma chata, fica me chamando à razão para ser melhor, blablabla e aquele papinho frouxo... Apesar de ser chata, eu gosto dela, é como Kate, ela me compreende, às vezes fico com remorso de fingir que não a conheço, raramente acontece, nunca falamos muito na faculdade, pois não posso perder a minha reputação, se me vêem com ela vão falar que sou vira-lata, pois Sarah não vem de famílias ricas.
Vejo Sarah se aproximando sorridente, tento escapar mas Carl prende minha mãe na sua me trazendo de encontro a ele e bom... estou lascada pois Sarah se aproximou de nós.

- Yasmin! - Sara tenta me cumprimentar, mas eu me afasto.

- Quem é ela? - Carl pergunta desconfiado.

- Não a conheço. - essas palavras doem tanto em mim como em Sarah.

- Ma-mas Yasmin, sou eu a Sarah. - ela fala com seu sorriso se murchando aos poucos.

- Já falei que não conheço você! Deve me estar confundindo. - olho rapidamente para Sarah e vejo que uma lágrima escorre por seu rosto.

Todos em volta riem de Sarah e eu não sei se a defendo ou se me junto a eles, eu não posso fazer nada que me coloque na lama.

- Parem de rir dela. - todos olham curiosos. - ela apenas me confundiu com outra pessoa, apenas isso. - todos param de rir e se concentram em seus núcleos, gentinha oca, Sarah me lança um olhar magoado e me dá as costas saindo apressadamente do local.

O seu olhar me dilacerou, voltei no tempo em que sofria humilhações e eu sei o quanto dói.
Saio correndo na direção que Sarah foi, mas nada dela, ela sumiu, só espero que não aconteça nada.
Nunca tive a intenção de a magoar eu simplesmente não tinha outra hipótese.
Depois disso não tenho mais clima para festa nenhuma, saio andando por aí até que avisto um táxi, é caro, mas vale a pena quando a única saída era olhar no rosto daqueles idiotas e principalmente do verme do Carl.

Mas tudo vai mudar, eu garanto, nunca mais vou precisar fingir que não conheço Sarah, o plano já esta quase completo apenas falta um pequeno detalhe... Quem vai ser o trouxa que cairá em minhas mãos? De uma coisa tenho certeza, têm de ser podre de rico!

Pago o táxi e saio vagando pelas ruas até chegar em casa, só espero que meus pais estejam dormindo pois estou sem vontade de discutir.
Abro o pequeno portão com ferrugem, velho, quase a cair aos pedaços e só penso que mal eu fiz para merecer esta vida de pobre. Quantas jovens de 22 anos como eu estão na maior e a aproveitar a vida e eu aqui enfiada neste buraco.

Não vejo a hora de por o meu plano em ação para sair desta miserável casa. E garanto que não pensarei duas vezes para alcançar tudo o que eu mereço e então quando estiver bem lá no topo não voltarei a pisar este maldito lugar.

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Olá a todos! Espero que estejam gostando da história que estou preparand para vocês, com muito amor e carinho! Aqui está o primeiro capítulo de Sem Fronteiras.
Muitas emoções a caminho!

O que acharam do primeiro capítulo?

O que fariam no lugar de Yasmin?

Deixem *estrelinhas* e as vossas opiniões! Beijos fofuxas!

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