— As coisas vão se ajeitar.

— Vão sim. — Confirmei.

Passado um tempo Rafa foi atender um pedido da sua mãe, sobre buscar alguma coisa que estava faltando, eu continuei ali, e agora restava apenas uma lembrança do sol. O céu estava todo pintado de laranja, amarelo e alguns tons de roxo. Senti o perfume que acelerava o meu coração e suspirei apaixonada. Como eu poderia ficar longe dele?

— Ei, amor?! Estava te procurando, seu irmão me disse que poderia estar aqui...

Olhei por cima dos ombros e sorri para o homem lindo que era o dono do meu coração. Raul estava com uma calça jeans clara e uma camisa dobrada até o cotovelo. Nos pés usava a botina que lhe dei e na cabeça o chapéu. Tão diferente do homem engravatado que ele era no dia a dia. O meu queixo tremeu com a vontade de chorar novamente. Ele ajoelhou-se, preocupado a minha frente e segurou o meu rosto com as mãos.

— O que aconteceu, meu amor?

—  Nada  —  Funguei.  — Eu só estou chateada porque iremos embora. Eu sei que temos que ir, mas... Aqui é tão bom, você não acha?

Ele abriu o sorriso mais lindo do mundo e eu sabia que estava sendo uma boba. Ganhei um beijinho na ponta do nariz e outra na boca.

— Nós iremos voltar, sempre. Podemos passar as férias da Clara aqui e...

Olhei para ele e os seus olhos intensos com a sobrancelha franzida analisou-me antes de perguntar:

— Você não quer voltar, é isso?

— NÃO. — Respondi apressada. — Não posso ficar sem vocês. Eu te amo, amo a Clara, não consigo nem pensar nisso.

Ele sorrio aliviado e colocou a mão no peito dramaticamente.

— Eu estava esperando um momento perfeito pra fazer isso e acho que encontrei.

—  O que? — Perguntei confusa.

Raul enfiou a mão no bolso e tirou uma caixinha de veludo preto. Meu coração bateu tão forte que não duvidava que ele pudesse ouvir. O céu estava bonito com luz suave. As cores daquele fim de dia,
Raul ajoelhado na minha frente nunca mais sairiam da minha cabeça.

— Eu sei que ainda temos muito o que alinhar, você é jovem e eu já tenho a minha bagagem da vida. Uma filha e um passado. Eu desejava alguém que pudesse ocupar o papel da mãe da Clara evitando que ela sofresse essa ausência e então você chegou. E eu vi que eu estava completamente errado. Você é a mulher que eu quero passar o resto da minha vida, que não está ocupando o lugar de outra pessoa, mas que conquistou o seu. Que tomou o meu coração, cada minuto do meu dia, porque desde o primeiro instante que eu te vi eu não consegui mais  não pensar em você. Eu sei que ficar comigo significa ficar também com a Clara e isso é uma grande responsabilidade, mas eu te prometo que vou te amar mesmo quando a gente estiver se odiando.  —  Rimos juntos e limpei as muitas lagrimas que escorriam no meu rosto.  —   Eu vou cuidar de você, mesmo quando você quiser ficar longe de mim, eu vou te fazer feliz nem que eu tenho que virar esse planeta de cabeça pra baixo. Você é como um raio de sol, que trouxe tanta luz pra nossa vida e  é tão abusada que invadiu o meu quarto de madrugada me pedindo em namoro e agora estou aqui, de joelhos aos seus pés, implorando para que você aceite ser a minha noiva e a minha futura esposa.

Quando Raul finalmente abriu a caixinha, havia duas alianças de ouro. Elas eram quase iguais. A diferença é que a minha tinha várias pedrinhas de diamantes em volta.

— Eu aceito e fico feliz que você também vai usar uma. — Rimos enquanto ele  colocava o anel no meu dedo e eu no dele.

— Eu te amo tanto, Raul. Amo tanto a sua filha, eu aceito ser sua noiva, sua futura esposa. Nós seremos muito felizes juntos.

Pulei nos seus braços beijando a sua boca e gargalhamos pois, ele não aguentou o meu ataque e caiu no chão.
Sentei sobre seu corpo e me acomodei me esfregando e provocando. Tínhamos a vantagem do lago ser bem afastado de onde o pessoal estava.

— Ainda preciso falar com o seu pai. Sabe, pedi a sua mão. — Espalhei beijos pelo seu pescoço e rebolei mais forte sentindo o seu membro endurecer.

— Püta que pariu, Fernanda! 

— Vamos comemorar nosso novo status de relacionamento, meu noivo. Depois você fala com ele. Levantei correndo e estiquei a minha mão para ajudá-lo a levantar.  —  Vamos tomar um banho e nos preparar para a noite. A Clara está com a minha mãe, vou te dar o meu presente de noivado.

Saímos abraçados caminhando de volta para casa. No meu dedo eu sentia o peso agradável de carregar um anel que representava muito mais que um relacionamento. Era uma vida juntos, uma família.

Nós três para sempre.


Laços de Amor (CONCLUÍDA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora