Capítulo 25: Completamente tranquilos.

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Kyle

Eu estava pronto para matar aquela maldita doída casamenteira. E eu certamente faria isso se ela continuasse fazendo coisas para tentar me afastar de Florence. Como isso, trazer Lilian pra cá.

—Pronto. Sua mala. Seu quarto. —Deixei a mala em um canto e já me virei para sair do quarto.

—Kyle, espera... espera! —Ela segurou meu braço e eu fechei meus olhos com força, para não falar uma grosseria. Aquela garota estava me irritando muito. —Olha, não estou aqui pra acabar com o seu namoro, okay? Eu realmente preciso de um lugar pra ficar. Sabe que eu trabalho na lanchonete ali da praia e eu moro longe, então tenho que pegar ônibus todo dia. Ficar aqui vai ser muito melhor pra mim.

—Tanto faz. Você não precisa me explicar nada. —Puxei meu braço para longe dela e passei pela porta. Mas de novo, ela me segurou. —O que foi?

—Você está melhor? —Fiz uma careta e me segurei para não revirar os olhos. Afastei meu braço da mão dela de novo e a encarei.

—Eu estou ótimo, Lilian. Você tem todo direito de ficar aqui. Mas fica longe de mim e principalmente, fica longe da Florence, entendeu? —Pedi, vendo ela engolir em seco e parecer sem jeito. Mas que se dane. Não vou deixar ela ou qualquer pessoa me afastar da minha garota.

Minha garota.

Agora minha mente deu pra chamar ela assim. E como sempre, comecei a rever as cenas do beijo de novo. Eu estou ficando maluco. Certeza que eu estou ficando maluco. Antes que Lilian falasse alguma coisa, virei as costas e desci as escadas. Não tinha falado com Florence ainda. Coisa que eu já deveria ter feito.

Desci as escadas, mas não encontrei ninguém na sala e muito menos na área da piscina. Odiaria ter que procurá-los na praia agora. Não estava com a mínima vontade de fazer isso. Para minha alegria, todos eles estavam no jardim, deitados em lençóis na grama, pegando sol. Florence estava lá, embaixo da sombra de uma árvore, pintando uma tela enquanto ria de algo que Collin estava falando.

—E aí? —Anunciei minha chegada, vendo todos girarem as cabeças na minha direção. Fui até onde Florence estava, abrindo um sorriso fraco pra ela e me sentando ao seu lado. Ela sorriu de volta, parecendo tão sem graça quanto eu e voltou a pintar.

—Temos boas e más notícias, moleque. Qual você quer ouvir primeiro? —Peter se sentou, olhando pra mim com um sorriso sarcástico. Revirei os olhos sabendo que ele iria falar alguma idiotice.

—Pode dar a boa primeiro.

—Hm, bem, a boa é que nossos irmãos e o irmão da Bia vão se juntar a nós. —Afirmou, e eu arqueei as sobrancelhas, olhando pra eles. —A ruim, pra você, é que é você quem vai cuidar dos pestinhas.

—Hahaha! —Fingi uma risada, que fez ele gargalhar e se deitar na grama de novo. —Quem teve essa ideia?

—Eu! —Emma estava deitada com a cabeça no ombro de Collin e tinha um livro nas mãos, que ela balançou para o alto quando perguntei. —Liguei pra mamãe e falei com ela sobre isso. Adam está lá em casa, então vem pra cá também.

—Vai ser bom dar um descanso pra eles. —Zack murmurou, se referindo ao nossos pais. —Além disso, a gente quase não passa tempo com eles. Foram só três dias em Aspen antes de vir pra cá.

—Já avisaram a Sra. James? —Indaguei, vendo com o canto dos olhos, Florence comprimir os lábios como se estivesse querendo rir.

—Eu já avisei. —Emma se sentou, abrindo sorriso. —Disse que ficaríamos com os últimos dois quartos vagos e que nossos irmãos viriam pra cá.

—E que eles eram completamente tranquilos. —Anne completou, com o rosto curvado em uma risada irônica.

—Completamente tranquilos? —Peter riu, enquanto negava com a cabeça. —Estamos falando das mesmas crianças?

—Que importância tem? Eles vão vir e pronto! —Emma se ajeitou ao lado de Collin, voltando a ler seu livro. Eles voltaram a conversar sobre coisas aleatórias, que eu preferi ignorar. Voltei minha atenção para Florence, que ainda estava pintando.

—Está melhor? —Indagou, percebendo que eu estava observando-a.

—Estou sim. Só acordei com a cabeça explodindo. Mas já passou. —Dei de ombros e ela assentiu. Mordi o lábio e toquei o braço dela, vendo seu corpo ficar tenso com o toque. —Desculpa se eu te dei muito trabalho ontem. Aquilo não era pra ter acontecido. Sabe que eu não bebo e nem nada.

Ela suspirou, tão lentamente que eu acompanhei o movimento.

—Você não precisa me pedir desculpas. Só quero que fique bem, sabe disso. Você se lembra de alguma coisa de ontem? —Questionou, me olhando de relance.

Minhas bochechas esquentaram, em mais um dos meus momentos vergonhosos de ficar sem jeito na frente dela. Abri minha boca a fechando logo em seguida.

O que eu deveria dizer? Sim, eu me lembro de tudo. E sim, é verdade tudo que eu disse. Quero te beijar de novo e não consigo parar de pensar em você.

Soltei um respiração forte, quando meu rosto corou mais ainda até as pontas das orelhas. Para minha sorte, Florence estava com a atenção na tela na sua frente e não notou o quanto minha reação denunciava tudo. Ela só precisava olhar no meu rosto para saber a resposta.

Mas para minha sorte, de novo, o celular dela tocou, mostrando o nome da sua mãe na tela do celular. Ela sorriu pra mim e pediu licença, se afastando para atender. Encolhi meus ombros, sabendo que aquilo só serviu para deixar o clima mais estranho entre nós. E isso não era bom. Não era nada bom.


Continua...

10 Maneiras de se Apaixonar por Florence Miller  / Vol. 3Where stories live. Discover now