Capítulo 20: Primeiro Beijo.

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Florence

Eu odeio sentir ciúmes. E ver Kyle conversamos com Lilian de novo, fez meu sangue esquentar tanto, que eu pensei que iria pegar fogo ali mesmo, no meio da praia. Não foi difícil perceber o quão desconfortável ele ficou perto dela e como tentou afastá-la. Mas ainda sim, eu estava com raiva.

Estar apaixonada por seu melhor amigo e sentir ciúmes sem poder fazer nada, é a pior coisa do universo.

—Florence? —Olhei para Theo, que eu havia esquecido completamente que estava ali, falando comigo. Naquele momento, Kyle já estava falando com Emma, o que me fez relaxar. Só um pouco.

—Desculpa, estava pensando longe. —Abri um sorriso sem graça e ele balançou a cabeça, deixando aquilo de lado. —O que estava dizendo?

—Queria falar sobre as coisas que minha mãe anda fazendo. Sabe, me desculpa, as vezes ela consegue deixar todo mundo desconfortável. —Afirmou, e eu encolhi os ombros. Não queria falar mal da mãe dele. Mas Theo mesmo estava fazendo isso.

—Tudo bem. Já estou acostumada com isso. —Olhei por cima do ombro dele, tentando ver Kyle, que havia subitamente sumido.

—Não, mas é que... —Ele mordeu o lábio e hesitou, parecendo ficar nervoso. —Tem um motivo pra ela ficar fazendo isso. Sabe, me jogar pra cima de você. E eu não queria que ficasse um clima estranho...

—Theo, sério, está tudo bem. Sua mãe gosta muito de mim e me quer como sua namorada. Tenho certeza que logo ela vai aceitar que já tenho namorado e vai esquecer isso. —Pelo menos eu esperava que sim. Theo abriu a boca para falar, mas então suas bochechas ficaram vermelhas e ele engoliu em seco, muito lentamente.

—Be... bem, espero que sim. —Gaguejou, visivelmente sem jeito. Ele olhou pra mim, piscando várias vezes. —Só queria te contar que...

—Florence! —Tomei um susto ao ouvir a voz de Peter, um pouco mais alta do que eu esperava. Theo se sobressaltou ao meu lado, olhando assustado para Peter. —Estávamos te procurando.

—Só estava conversando com o Theo. —Falei, e Peter olhou pra ele, cerrando os olhos, parecendo não se lembrar quem ele era. O que era engraçado, já que estávamos ali a vários dias já.

—Ah, o cara do violão, né? —Ele abriu um sorriso animado e Theo confirmou, ficando ainda mais vermelho do que já estava.

—Eu já esta... estava indo pra casa. —Gaguejou de novo e Peter estalou a língua e negou com a cabeça.

—Moleque, tu só para em casa. Vem, vamos lá com os outros, você precisa se divertir um pouco. —Ele colocou a mão no ombro de Theo, que ainda parecia relutante, e o puxou para onde Zack e Collin estavam.

Olhei ao redor, vendo que Emma, Bia e Anne estavam na lanchonete, e como Kyle não estava em lugar nenhum, fui até elas. Desviei das pessoas que dançavam, dos copos de bebidas alcoólicas que giravam por ali. Tropecei nos pés de alguém e fui pra frente, batendo contra uma parede de músculos que me segurou.

—Desculpa. —Ergui os olhos, engolindo em seco quando Kyle arqueou as sobrancelhas, ainda com os braços na minha cintura, me segurando. —Onde você estava?

—Dando espaço pra você conversar com o Theo James. —Resmungou, parecendo irritado. Arfei, surpresa com aquele jeito dele falar. Kyle me puxou ainda mais para perto quando alguém trombou atrás de mim e murmurou um "desculpa" que eu ignorei, já que estava me concentrando demais nos olhos de Kyle sobre mim, nas mãos dele na minha cintura e no quão próximos nós estávamos.

—Você estava falando com aquela garota de novo. —Falei, e os lábios dele se curvavam em mais irritação ainda.

—Ela é chata pra caramba, KitKat. Odeio pessoas que não sabem ouvir um não. —Afirmou, e eu movi minha cabeça em concordância, tentando respirar. Mas o ar estava quente demais. As mãos de Kyle em mim estavam quentes demais. E ele não desviava os olhos dos meus, como se estivéssemos sozinhos e não no meio de várias pessoas.

Acho que eu vou desmaiar.

—Não é da minha conta, eu sei. Mas... o que ele queria? —Perguntou, aproximando o rosto do meu para falar, já que a música estava alta demais. Nossos narizes quase se tocaram e na boca do meu estômago, as borboletas já haviam ganhado vida.

—Pedir desculpas pelo comportamento da mãe dele. —Falei, quase sussurrando. Kyle cerrou os olhos, parecendo resignado. Não era possível que só eu estava sentindo aquele imã entre nós. O coração acelerado prestes a sair pela boca e o formigamento onde ele me tocava. A música agitada parou, voltando com uma muito mais lenta. Ao nosso redor, os casais começaram a dançar juntos.

—Talvez seja melhor sairmos daqui. —Falei, com meus lábios tremendo de ansiedade. Kyle finalmente desviou os olhos dos meus, parecendo relutante. Ele olhou ao redor e então voltou sua atenção totalmente pra mim.

—Por que? —A voz dele soou de uma forma que fez todos os meus pelos se arrepiarem. Kyle me puxou mais, até grudar o corpo no meu. Ele deslizou as mãos até minhas mãos e então pelos meus braços, me fazendo esquecer de tudo a nossa volta. —Vamos dançar, KitKat.

Ele guiou minhas mãos até seus ombros, e eu o abracei ali, no mesmo instante, com nossos narizes roçando um no outro. O frio na minha barriga estava me deixando tímida e sem saber como agir, mas Kyle não parecia ser importar com isso. Ele começou a me guiar, dançando lentamente comigo, como os outros casais ao nosso redor. A areia macia sobre nosso pés e o céu estrelado sobre nossas cabeças.

—Você está tão bonita. —Murmurou, me deixando entorpecida pelo seu olhar intenso. As mãos dele apertaram minha cintura, me prendendo mais contra si. —E esse seu perfume...

Ele deslizou o rosto para o lado, deixando a boca próxima ao meu pescoço. Senti sua respiração acariciar minha pele, e meu corpo ficou ainda mais alerta, parecendo querer incendiar.

—Kyle? —Chamei, com meus dedos apertando os ombros dele. Kyle se afastou ao ouvir minha voz, deixando o rosto rente ao meu de novo. Ao nosso redor, a música chegava ao fim e os casais começaram a se beijar, como a coisa mais natural a fazer. Meu coração parou de bater por um instante, quando ele beijou o canto do meu lábio. Primeiro o direito e depois o esquerdo.

—É seu primeiro beijo. —Minhas bochechas coraram e ele sorriu. Ninguém sabia disso, além dele. —Você quer fazer isso?

—Não precisa me beijar porque os outros... —Fiquei em silêncio quando a mão dele se ergueu e deslizou pela minha nuca, entre os cabelos loiros.

—Acredite, Florence, não te beijaria a menos que quisesse isso de verdade. —Os olhos dele desceram para os meus lábios, parecendo implorar para que eu aceitasse.

—Kyle? —Molhei os lábios com a língua, vendo ele seguir o movimento. —Me beije, por favor.

E com uma calma de partir o coração, ele juntou os lábios com os meus.



Continua...

10 Maneiras de se Apaixonar por Florence Miller  / Vol. 3Where stories live. Discover now