Battle Blood! | (BL Jotakak)

This Is Battle Blood!

— Bem-vindos a edição de 1997 do Festival Battle Blood! — gritou o diretor Zeppeli, anunciando aos estudantes do Colégio Stardust a maior competição de todo o ano, o mais esperado da pequena cidade de Morioh. Nem mesmo a semana do teatro poderia bater de frente com o festival Battle Blood.

Sim, o tão esperado Battle Blood. O festival no qual saiu bandas e mais bandas de rock e que lotaram os auditórios da cidade, mas que no final foram esquecidos ou simplesmente ultrapassados pelos novos estilos musicais que surgiram na década de 90. E claro, também pelos vencedores preferirem mil vezes uma bolsa na universidade do que levarem a vida dos Stones e se afundarem em sexo, drogas e rock n' roll.

— Nessa edição, cinco bandas vão disputar um prêmio inédito em suas carreiras, não apenas o tradicional show no baile de formatura deste ano. — Caesar Zeppeli perdeu a voz ao falar, mas logo notou que foi apenas um cancelamento na captação de áudio. — Porra, como vamos fazer um festival de música com esses equipamentos de merda...

Para a infelicidade do diretor, o som acabou saindo alto demais e murmúrios se ergueram em meio aos eufóricos alunos que assistiam a abertura do evento. Envergonhado, o diretor pigarreou e prosseguiu após dois tapas sobre a esponja do microfone:

— Como eu ia dizendo, esse ano, uma oportunidade inédita...

No fundo do auditório, um grupo se remexeu inquieto em suas cadeiras, tamborilando os braços no ar e com fones de ouvidos enterrados até o fundo do canal auditivo. Com os lábios, imitavam batidas de metrônomo e os pés chutavam inquietos as costas das poltronas da frente, sem sequer dar atenção aos lamentos dos colegas na fileira posterior.

Um dos estudantes no meio do grupinho ergueu o discman e tirou de dentro da mochila jeans surrada e pichada com frases ofensivas um CD novinho em folha, tão novo que reluzia mesmo com a baixa luz do auditório.

— Saca só o som desses caras, é diferente de tudo que já ouvimos antes. — o rapaz entregou a um dos amigos o disco de capa amarela, contendo homens de torso nu em um fundo cheio de pétalas laranjas.

O rapaz de cabelos loiros abraçou o CD com tanto carinho que o moreno de expressões furiosas sentiu ciúme do seu disco. Ele era assim, ciumento e totalmente apegado com seus objetos pessoais, apesar de um total bagunceiro. O loiro enfiou um dos fones do amigo em sua orelha cravada de brincos e esperou para que ele desse play.

E a mágica de mais uma música inédita abriu a mente de Dio com o simples toque no botão de play. O riff de teclado de abertura da música veio acompanhado de uma sequência de guitarras pesadas na mesma melodia do sintetizador.

— Caralho quem são eles? — Dio berrou, incrédulo e fascinado com tamanha orquestração da banda que o apaixonou à primeira vista. Ou melhor, à primeira faixa.

O moreno riu convencido. Sempre apresentava à Dio as melhores bandas, e dessa vez, não foi diferente. Dio continuou fascinado com a banda que ouvia; alisando a caixa acrílica do disco e vendo o nome da primeira faixa do álbum intitulado "Herzeleid", cujo nome é "Wollt ihr das Bett in Flammen sehen?".

— Esses caras são o Rammstein. Um amigo do meu pai trouxe pra mim de uma turnê que ele fez na Alemanha.

Dio riu, incrédulo. Esse amigo do pai dele deveria ser um cara bem traidor!

— E como ele sabia que você ia gostar? — O loiro perguntou, tão apaixonado com a canção terrivelmente densa que quase berrou mais uma vez nos ouvidos do amigo.

E com seu sorriso quase raro, o moreno respondeu:

— Simples: ele ouviu e odiou.

Uau! Porra, Dio tinha que admitir: o gosto musical de Jotaro era muito bom!