MOANA: ENTRE O AMOR E A ILUSÃO

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Cinco anos antes...

Moana.

Mais um dia nessa batalha, acordei cedo, arrumei a bolsa com as coisas, tomei um banho rápido, me vesti e parti pra Gericinó.

Meu marido está preso a dois anos só porque é preto e favelado, acusaram ele de latrocínio sendo que no dia do ocorrido, ele estava em casa.

Corri atrás pra caramba mais não adiantou, disseram que meu testemunho era duvidoso só porque sou mulher dele.

Desde então ele perdeu a esperança, o sistema destruiu meu marido sem pensar nas consequências que isso poderia trazer.

Suspirei fundo quando finalmente consegui entrar, saio de casa três horas da manhã pra chegar vinte pras seis e os agentes começar a entragar às senhas a partir das oito.

Se tu chegar muito tarde acaba por perder a visita pois se tem dez presos, eles destribuem só cinco senhas e o resto que se foda.

Fui uma das primeiras graças a Deus, entrei naquele lugar horrível procurando pelo dito cujo e quando achei fui na direção dele que me recebeu com um abraço apertado.

Botei a bolsa na mesa e ele já foi logo atacando, Hyago disse que aqui, dependendo do plantão, eles servem comida estragada.

Muito triste isso sabe? Por mais que a maioria tenha feito merda, acho isso desumano pra caramba.

Ele comeu, conversamos um pouco e depois fomos dá uma rapidinha de respeito.

Ih gente, eu dou mesmo, tenho minhas necessidades e ele também.

Depois daquele amorzinho voltamos pro pátio e ficamos conversando.

Hyago: E a favela? O pessoal? Como que está todo mundo? - indagou ele e eu já fechei a cara.

Moana: Mesma coisa de sempre né?! - digo não querendo render muito.

Hyago: Qual foi? Passa visão de qual é? - ele cata tudo, nada passa batido.

Moana: Aonde eu passo todo mundo olha e cochicha, minha fama lá é de mulher de preso, bandido periculoso, estou muito chateada com o povo, todo mundo achando que você é culpado. - suspiro. - Tua mãe ontem teve lá em casa, me esculacho, disse que se tu estava preso a culpa era minha porque eu tirei você da igreja e levei pra perdição, eu só não dei nela por respeito, sua causa.

Hyago: Minha mãe não perde essa mania né cara? Eu saí da igreja porque quis, nem te conhecia pô e papo reto, foi a melhor coisa que eu fiz, só maluco naquela porra, pastor dizendo que é possível curar a homossexualidade, vê só. - eu ri

Moana: Eu fui da igreja quando era criança e o maior problema dos evangélicos é a interpretação de texto, o pastor prega uma coisa totalmente ao contrária do que está escrito na bíblia. - ele concordou. - Enfim, me diz como que você está?

Xxx:  E ai HG. - passou um homem mal encarado a beça.

Hyago: Visão patrão. - olhei seríssima pra cara dele, o homem se foi e eu continuei encarando o Hyago. - Lei do mais forte aqui dentro prevalece, tú tem que escolher um lado e eu escolhi esse.

[...]

Bem-vindos a minha mais nova obra e dessa vez quero abordar o mais próximo da realidade, espero que gostem desse livro tanto quanto os outros e se não gostarem, tudo bem também, eu não gosto de vocês e nem por isso saio falando por ai.