A maldição foi quebrada e Amarantha está morta. De volta a Corte Primaveril, Layla tenta viver com seus novos pesadelos e seu novo corpo. Ela só se sente segura em um lugar, mas ela pode ir para lá apenas uma semana em cada mês. Mesmo morta, a Grã-R...
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Acordei com a luz do sol e espaço aberto; nada além de céu limpo e montanhas cobertas de neve ao meu redor.
E Rhys sentado em uma poltrona diante do sofá no qual eu estava deitada, olhando as montanhas, o rosto incomumente sério.
Engoli em seco, e a cabeça de Rhys se virou em minha direção.
Não havia bondade em seus olhos. Nada além de um ódio infinito e gélido.
Mas Rhys piscou e aquele ódio sumiu. Substituído talvez por alívio. Exaustão.
E a luz pálida do sol que aquecia o piso de pedra da lua... alvorecer. Era alvorecer. Eu não queria pensar em quanto tempo ficara inconsciente.
Feyre estava deitada no outro sofá, também acordando. Seus olhos desfocados enquanto ela os abria e fechava até se acostumarem com a claridade.
Rhys continuava me encarando, como se tivesse medo de que ao piscar eu não estivesse mais ali. No fundo, eu queria que acontecesse. Algo que eu pensava que já havia esquecido voltou de uma vez. Por que Rhys não foi me tirar da Primaveril da primeira vez que o chamei. Foi necessário eu ficar presa novamente, queimar de dentro para fora, criar um escudo em volta de mim e de Feyre ao ponto de ninguém conseguir invadi-lo.
Encarei-o também, o rosto livre de qualquer expressão mostrando como eu realmente me sentia: vazia. Para a surpresa de nós dois, foi Feyre que começou a falar.
— O que aconteceu? — ela perguntou. Sua voz rouca por ter gritado.
Fiquei sentada no sofá, as pernas contra o peito enquanto encarava as montanhas. Desejando que a noite chegasse logo para poder encarar as estrelas.
Rhys explicou o que havia acontecido e como o poder de decisão era nosso: podíamos ficar o quanto quiséssemos, e voltar a hora que quiséssemos – por mais que seus olhos tivessem brilhado com ódio quando disse a última parte.
Não perguntei sobre os poderes, já sabia que eles estavam ali e já tinha ideia de quais Grão-Senhores pertenciam. Não sabia controlá-los, mas isso não era coisa para perguntar depois de ter vivido um pesadelo novamente.
Rhys gargalhou baixinho com algo que Feyre disse e ficou de pé, esticando os braços musculosos acima da cabeça e alongando o pescoço. Como se estivesse sentado há muito, muito tempo. Durante a noite toda.
— Descasem um dia ou dois. Então, comecem a tarefa de descobrirem todo o resto. Tenho assuntos para tratar em outra parte de minhas terras; voltarei no fim de semana.
Pensei em como passaríamos os próximos dias. Por mais que não estivéssemos na Primaveril e Rhys definitivamente nos deixaria andar por todos os cantos sem uma sombra atrás de nós, continuaríamos tendo a solidão como convidada de honra.
