four - night court

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Corte Noturna

Meu coração batia disparado, e podia ser tanto por todas aquelas lembranças de Sob a Montanha ou por causa da sensação de ter Rhysand ao meu lado novamente – por mais que eu odiasse pensar nisso –

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Meu coração batia disparado, e podia ser tanto por todas aquelas lembranças de Sob a Montanha ou por causa da sensação de ter Rhysand ao meu lado novamente – por mais que eu odiasse pensar nisso –. Ele havia desaparecido por três meses, ignorado meus pedidos por ajuda, mas minha mente e todo meu corpo continuava a apreciar a sensação dele. 

Entretanto, eu não deveria ter ficado surpresa. Não quando Rhysand gostava de tornar tudo um espetáculo. E achava que irritar Tamlin era um tipo de arte – uma arte que eu também apreciava. 

O Grão-Senhor da Corte Noturna estava do meu lado e escuridão escorria dele como nanquim na água. Ele inclinou a cabeça, os cabelos preto-azulados oscilaram ao movimento. Aqueles olhos violeta brilharam à luz feérica dourada conforme se fixaram em Tamlin, conforme Rhysand estendia a mão para onde Tamlin e Lucien estavam, as sentinelas deles estavam sacando as espadas, avaliando como nos tirar do caminho, como derrotar Rhysand... 

Mas, quando aquela mão se ergueu, todos congelaram. 

Ianthe, no entanto, estava recuando devagar, o rosto lívido – como se não suportasse ficar no mesmo lugar que Rhysand, como se seu passado fosse muito mais obscuro do que eu realmente pensava. 

— Que casamento bonitinho — disse Rhysand, enfiando as mãos nos bolsos enquanto aquelas muitas espadas permaneceram embainhadas. A multidão que restara recuava, alguns subiam em cadeiras para fugir.

Rhysand me olhou de cima a baixo devagar e deu um sorriso orgulhoso pequeno, apenas para mim,  quando viu minhas mãos nuas, sem nadas as cobrindo. Seguiu por minha mão entrelaçada com a de Feyre e emitiu um estalo com a língua quando viu as luvas de ceda. 

Segurei com mais força a mão de Feyre e a puxei para mais perto de mim. Se qualquer coisa desse errado, ela era minha prioridade. 

— Dê o fora daqui — grunhiu Tamlin, caminhando em nossa direção. Garras dispararam dos nós de seus dedos. 

Rhysand emitiu outro estalo com a língua. 

— Ah, acho que não. Não quando preciso cobrar meu acordo com as queridas irmãs. 

Meu estômago pareceu vazio. Minhas pernas quase não suportando o peso do meu próprio corpo. Minhas mãos tremiam, fazendo-me agarrar mais firme em Feyre. 

Por que apenas agora? 

Desviei o olhar para o chão, para o único lugar que não estava lotado de vermelho, segurando as lágrimas dentro de mim. Ninguém me veria chorar. Não mostraria o quanto estava fraca e quebrada na presença de quase uma corte inteira. 

— Se tentar quebrar o acordo, saberá o que vai acontecer — continuou Rhysand, rindo um pouco da multidão que ainda tropeçava sobre si mesma para fugir. Vi pela sombra no chão quando ele nos indicou com o queixo, e levantei a cabeça devagar. — Dei três meses de liberdade a vocês. Poderiam ao menos parecer felizes em me ver. 

Corte de Mudanças e Sonhos - Versão AntigaOnde histórias criam vida. Descubra agora