Capítulo 29 - Uma Jornada Inesperada

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— Lola querida — murmurou ele, agora um pouco mais calmo —, eu confio em você. Sei que fará um ótimo trabalho. Sei disso. Prometo-lhe que se você se sair bem nessa Caçada, acrescentarei pontos extras para você. Aí você não estaria mais prejudicada por ter falhado no exercício dos Braceletes. Tudo bem?

Balancei a cabeça positivamente, apesar de me questionar se aquilo não seria antiético. Entretanto, foi sobre outra coisa que questionei:

— Mas Duke... Por que eu?

— Digamos que eu apenas desejo o seu bem e o de todos.

• • •

— Pois é mocinho... Você terá que se comportar muito durante esses dias em que vou ficar fora — disse a Nathan, depois de explicar toda a situação.

— Eu vou me cuidar — prometeu ele.

Eu estava usando um casaco preto de capuz, com uma blusa branca por baixo, calças justas pretas e botas. Em minhas costas estavam uma mochila com alguns suprimentos básicos e uma katana ao invés de duas, mas em compensação eu trouxe várias facas e punhais para me precaver.

O sol já estava se escondendo atrás das montanhas de Édenia, enquanto um conjunto de Ceifadores se deslocava do bosque voltando de sua Caçada. Notei que um deles era Annie.

— Já está indo, Lola? — perguntou-me quando me viu.

Franzi a testa.

Como ela já estava sabendo? Não havia acabado de chegar? E por que ela já estava de volta? Geralmente Caçadas duravam dias.

— Quero dizer — ela tentou disfarçar —, onde está indo?

— Duke Wall me mandou ir a uma Caçada com os Ceifadores.

Acabei supondo que ela já soubesse disso. Suspeito. O que ela e Duke estariam aprontando?

— Ah... Isso é incomum. Geralmente, meros semianjos não vão em uma Caçada com os Ceifadores. Mas talvez Duke tenha percebido que você é tão boa quanto, sem precisar de testes. — Ela sorriu, parecendo orgulhosa. — De qualquer forma, se Duke ordenou, é melhor obedecê-lo sem questionar.

— Sim — concordei. — Eu apenas estou preocupada com meu irmão — olhei para Nathan ao meu lado e acariciei seus cabelos escuros.

— Eu vou ficar bem — insistiu ele.

Annie McCarthy andou em direção a ele, curvou-se e afastou minha mão de seus cabelos — que para mim foi como um insulto —, acariciando sua bochecha. E, para me deixar ainda mais com ciúmes, notei que Nathan aparentou gostar mais do carinho que a mulher lhe dera.

— É claro que ele vai ficar bem — confirmou Annie. — Ele é um ótimo menino... vou cuidar dele para você.

— Não será necessário. Já falei com minha amiga, Bonnie. Ela vai ficar tomando conta dele para mim.

— Eu insisto.

Eu não fiquei nem um pouco confortável ou aliviada com aquela situação, mas tentei não deixar isso parecer tão óbvio.

— Bem, quanto mais gente melhor. Assim, eu fico um pouco mais aliviada — fingi.

Ela sorriu novamente, exibindo seus pés-de-galinha.

Eu não sabia exatamente o porquê de desconfiar tanto de Annie. Não mesmo. Ela era uma pessoa legal, parecia querer o meu bem. E tinha sido uma grande amiga da minha mãe. Bom, acho que talvez eu devesse tentar confiar um pouco nela, não? Eu daria meu voto de confiança.

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