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Trovão.

Eu já tava pilhado pra caralho, era bagulho de Alicia, do Luiz, de outro bebê, me perdendo na hora da raiva com a Maria Luiza, vendo o Ricardo de volta no morro, era muito bagulho pra mim. E se pá, era culpa minha o Caio ter escutado essa parada toda.

Quando eu decidi que queria falar com a Luiza foi bagulho óbvio pra mim, eu curti pra caralho a noite com ela, a mina é legal pra caralho, eu não queria que ela escutasse isso de outra pessoa e se sentisse mau, porque a gente não tinha feito nada de errado, ao contrário disso, foi bom pra caralho.

O Perigo me olhou e o único bagulho que eu fiz foi passar por ele, o Caio ficou do lado dele e eu subi o morro direto pra casa da Luiza, pulei o muro, aproveitei que a porta tava aberta e entrei, escutei o choro dela e assim que eu entrei no quarto ela me olhou.

Malu: Vai embora, por favor.- Falou quase sem voz de tanto chorar, sai do quarto pegando água e tentei entregar a ela, que tremia.

Trovão: Me escuta, cara! Eu não queria falar nada daquilo pra você. Eu te acho uma mulher foda pra caralho, e papo reto, em nenhum momento de olhei de outra forma.- Falei olhando pra ela.- Ao contrário disso, Luiza. Tudo que eu pude fazer pra te ajudar, pode ter certeza que eu fiz.

Malu: Eu não tô com cabeça pra você agora, o meu filho me odeia por nossa culpa. Por minha culpa, sei lá...- Falou tentando segurar o copo, ajudei ela a tomar água e coloquei o copo na bancada.

Trovão: A gente vai resolver isso, eu te prometo cara! - Falei tirando o cabelo dela do rosto e ela me olhou negando.

Malu: Eu tô cansada, eu não quero mais viver nada disso. O Caio tem o Perigo agora, eu tenho certeza que ele vai ser bem cuidado.- Neguei com a cabeça.

Abracei ela vendo ela deitar a cabeça no meu peito e chorar igual uma criança, por uma parte me senti culpado de todo choro dela. Me encostei na parede com ela chorando abraçada comigo e percebi que ela tava frágil pra caralho ali, só queria um colo, e isso me maltratava porque eu sabia que talvez se ela não estivesse tão vulnerável assim, nem olharia pra mim.

Passei quase uma hora com ela, depois desse tempo ela conseguiu se acalmar. Ela tava deitada na minhas pernas com o travesseiro na cabeça e só fazia chorar calada, e estava mais calma.

Trovão: Lembra que tu queria saber o porquê do vulgo? - Falei fazendo carinho no cabelo dela, e ela confirmou devagar com a cabeça.- Toda vez que tinha Trovão, eu chorava que nem criança. Isso foi até os meus 11 anos, depois parei com essa neurose.

Malu soltou uma risada sem graça pelo nariz e eu continuei encarando ela.

Trovão: Quando eu vim falar contigo, não tive essa intenção. Eu tava estressado pra caralho, não consegui nem dormir desde que cheguei de manhã, descobri o bagulho de uma hora pra outra e minha maior preocupação foi te contar, papo reto! - Falei olhando pra ela.- Eu vacilei pra caralho contigo, falei mal, mas não penso assim de você.

Malu: Na primeira oportunidade de jogar isso pra mim, você jogou.- Falou com a voz de choro.

Trovão: Porque eu tava com raiva, te escutar duvidando de mim quando eu tentei te dar um papo sincero me deixou bolado. Mas isso não tira meu erro, eu tô ligado! Só quero que tu tenha na mente que eu te respeito pra caralho, Maria Luiza.

Ela se levantou aos poucos e eu me afastei, Maria levantou indo até o banheiro e se trancou lá. Eu não sabia se deveria meter o pé, ficar aqui, ir atrás do Caio ou fazer qualquer bagulho.

Primeira dama Onde as histórias ganham vida. Descobre agora