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Maria Luiza

O Perigo foi embora, mas prometeu que iria voltar no final de semana pra levar a gente na casa dele. Eu não sabia se confiava, se acreditava nas palavras e se aceitava ele assim, era tudo tão complicado ainda...

O Caio tava tomando banho pra dormir e eu varrendo a sala, porque depois daqueles homens aqui dentro eu só via sujeira. Caio avisou que iria dormir, mas antes me contou que tava muito animado com o avó.

Caio: Eu quero muito que chegue o final de semana, será que minha prima é legal? - Falou animado.- Será que ela vai gostar de mim?

Malu: Impossível não gostar de você.- Pisquei, enquanto arrumava o sofá.

Caio: Mãe, sabe de uma coisa? - Neguei, parando pra dar atenção a ele.- Eu tava com saudades do Trovão.

Malu: Tava? - Arqueei a sobrancelha.

Caio: Ele é legal. Sinto saudades do Luiz também.- Falou dando os ombros.- Vou deitar.

Mandei beijo sem saber o que falar pra ele, ele voltou pro quarto e eu fui terminar de arrumar as coisas, quando eu estava terminando de arrumar a cozinha, meu celular tocou e eu fui até ele, era uma mensagem do trovão e ele pedia pra eu abrir o portão, eu mandei mensagem negando e dizendo pra ele ir embora. Mas ele falou que se eu não abrisse ele iria pular o muro, mas eu sabia que ele ainda não tava 100% recuperado. Então eu fui até lá, de cara fechada.

Malu: Não, não.- Tentei empurrar ele pra fora e ele segurou minha mão.

Trovão: Cara, qual foi? Que neurose tu tá batendo comigo? Levei um tiro pô, da um desconto.- Falou indignado.

Malu: Trovão, você tem mulher. Eu não vou repetir o mesmo discurso de um mês atrás.- Apontei pra fora. 

Trovão: Eu não tenho mulher porra, nunca nem assumi a Alicia.- Encarei ele.- Se eu tô aqui, eu quero ficar contigo pô, uns bagulhos maneirinho, uns beijinhos da hora.

Malu: Mas não vai, eu não vou me prestar a esse papel.- Coloquei as mãos na cintura, brigando comigo mesma pra não soltar uma risada da forma que ele falou.

Trovão: O que tu quer que eu faça? - Cruzou os braços.- Aí, tu é chatinha pra caralho!

Malu: Cara, o Luiz tá feliz, né?! - Trovão confirmou, contragosto.- Vive isso por ele então.

Trovão: Tá maluca, cara?! Amo pra caralho meu filho, mas não vou me meter nesse loucura da Alicia. O moleque não sustenta relacionamento não, ele vai ter que aceitar.- Falou negando com a cabeça.

Malu: Eu não tenho nada a ver com isso, para de querer me meter em confusão! - Falei tentando abrir o portão e ele segurou minhas duas mãos, Trovão me encarou e continuou segurando minhas mãos.

Trovão: Tu que me meteu em confusão, o Perigo quase me deu uma coça por tua causa.- Eu prendi o riso.- Não sabia que teu coroa era desse nível.

Malu: Nem eu sabia, Trovão. Acho que finalmente descobri quem pagou pra me tirar da casa lá, nem agradeci a ele ainda.- Falei sentindo o trovão apertando as minhas mãos e ele deu um sorriso de lado, como se achasse engraçado o que eu falei.

Trovão: Bora entrar, tô cansadão pra ficar em pé.- Apontou com a cabeça.

Malu: Vai embora, por favor.- Falei vendo ele me encarar.

Trovão se aproximou me fazendo andar pra trás, e quando eu encostei na parede ele ficou na minha frente. Trovão me olhou nos olhos e eu neguei com a cabeça, vendo ele soltar minhas mãos e segurar meu rosto.

Trovão: Tu vai ficar nessa comigo? - Seu hálito bateu contra o meu rosto e eu segurei o pulso dele.

Malu: Não me faz ter que escolher entre minha paz e minha vontade.- Pedi deitando a cabeça pro lado.

Trovão me encarou como se perdesse a paciência em um segundo só. Ele deslizou as mãos pra longe do meu rosto e se afastou, sorri fraco por causa disso e ele se aproximou dando um beijo demorado na minha bochecha. Trovão se afastou de mim dando uma leve puxada no meu cabelo e eu me balancei, vendo ele abrir o portão e sair calado...

Primeira dama Onde as histórias ganham vida. Descobre agora