Epilogo

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Alguns anos depois...


Olívia Fontana merecia toda aquela salva de palmas.
Ela estava no centro da passarela juntamente de toda sua equipe de modelos. Todos eles muito bem vestidos com a primeira linha de roupas assinada e escrita por minha Liv e, mesmo junto de pessoas que eram consideradas por muitos o padrão da beleza, ela conseguia ser ainda mais linda do que todos eles.
Dio mio, e ainda era a minha mulher!

Seu sorriso estampava as capas de revistas da semana de moda de Milão e não havia uma única pessoa que não queria conhecê-la ali naquele dia. A acompanhei por todos os lados, ajudando-a quando era necessário, me lembrando até de quando suas aulas começaram, um pouco mais de seis meses após nosso casamento. Quantas vezes fiquei junto dela até tarde para trabalharmos em esboços. Ela havia me usado como modelo em algumas ocasiões, onde obviamente acabamos com suas gravatas em volta dos pulsos dela ou dos meus...
Depois de termos conhecido grandes nomes do mundo fashionista em nossa lua de mel, minha Liv ficou encantada e pouco tempo depois, com uma certa timidez na voz, me perguntou o quão ruim seria se ela estudasse por um tempo para realizar seu grande sonho, que era ter sua própria linha de roupas. E agora, depois de anos de muito estudo e dedicação, estava sob os holofotes de um dos palcos mais disputados do mundo.

Toda nossa família estava presente e assim como eu, estavam extremamente orgulhosos de todo o crescimento pessoal e profissional daquela loirinha. Eu ainda mais, já que não existia nada que me fizesse mais feliz do que vê-la em sua felicidade plena. Era o que eu havia prometido desde o início, não era?

Quando a festa pós desfile começou e ela finalmente foi liberada pela gigantesca quantidade de repórteres e fotógrafos que queriam um pedaço dela, me aproximei devagar, sorrindo ao ver o quanto estava linda:

- Consigo ter alguns minutos da sua atenção agora, senhora Fontana?

Olívia se serviu de uma taça de champanhe e me olhou docemente, vindo até meus braços, me envolvendo num carinho suave:

- Meus minutos são todos seus, Don Fontana.

- Não tem ideia do quanto estou orgulhoso de você. - Selei seus lábios num beijo demorado - Catarina disse que irá comprar todas as peças de sua coleção de verão.

Apontei para o outro lado do salão, onde minha irmã chamava a atenção de seus meninos, que resolveram brincar de pique no meio de uma festa formal como aquela. Eles cresciam cada vez mais hiperativos, fazendo Catarina pagar por tudo aquilo que fez meu pai e eu passarmos no passado. Dei um sorriso a ela, que rapidamente voltou a focar nos próprios filhos e continuei passeando os olhos pelo salão.

Mariah e Sergio também estavam lá, e nos observavam à distância, erguendo suas respectivas taças numa menção de brinde silencioso. Como presente de aniversário para união deles, fizemos uma festa de casamento para os dois havia cerca de um ano atrás e, como ultimamente o amor estava transbordando nessa família, Olívia foi quem pegou o buquê da noiva assim que sua mãe o jogou. Estávamos planejando uma outra cerimônia desde então.

Meu pai se aproximou, limpando a garganta para nos chamar atenção e a envolveu por um dos ombros, num abraço carinhoso:

- Soube que minha nora favorita vai viajar pelo mundo para expor sua linha de roupas. Espero que guarde alguma energia para me dar mais netos. Romeo e Pietro agora estão mais focados em competir um com o outro. Quero alguém para dar amor pra esse velho aqui.

Ri com a brincadeira inicial dele. Claro que Olívia era sua nora favorita, era a única que tinha! Os olhos dela encontraram os meus quando ele mencionou crianças e com um sorriso tímido, o respondeu, mantendo seus olhos azuis sobre mim, provavelmente analisando minha reação:

- Ainda não estamos pensando nisso, Giuseppe. Tem sido tudo muito corrido graças ao meu estudo, agora com os desfiles, as reuniões do Filippo...

- Mas não se preocupe, papa. - Respondi, a interrompendo e dando um enorme sorriso ao meu pai - Quando focarmos em filhos, pode ter certeza que ultrapassaremos Catarina e Leonardo.

Ele riu animado e me deu um abraço apertado, dando dois tapinhas em minhas costas, ainda com um sorriso de avô coruja nos lábios. Sentia os olhos de Olívia sobre mim e mesmo sem olhá-la diretamente, tinha certeza que estavam arregalados. Aposto que não esperava aquela minha resposta.

- É assim que gosto de ver! Vou deixá-los curtirem a festa. Parabéns por hoje, Olívia. 

Quando meu pai se afastou, voltei a encarar minha linda esposa, que agora tinha uma das sobrancelhas elevadas e me encarava um tanto quanto curiosa:

- Ultrapassaremos Catarina, é? - Seu corpo novamente voltou a colar no meu e suas mãos me envolveram pelo pescoço - Pelo que conheci de você, senhor Fontana... Tinha aversão a relacionamentos e filhos estavam bem longe de serem planos para seu futuro.

- Isso foi antes de me reconhecer em você, senhora Fontana. - Mantive meus olhos nos dela, adorando as reações que minhas declarações costumavam causar em seu corpo e em seu modo de se portar. Ela derretia inteira, derretia por mim, pra mim - Agora podemos ter uns três ou quatro filhos, porque tenho certeza de que terão os corações mais bondosos que uma pessoa pode ter. 

- E como pode afirmar isso com tanta certeza?

- Porque serão seus filhos... - Dei uma pausa e um sorriso metido - Comigo.

Olívia sorriu, aproximando mais o rosto do meu enquanto eu continuava a falar:

- E talvez nasçam loirinhos, já que também fui loiro quando era criança. Mas espero que tenham seus olhos, seu jeitinho, sua...

- Me beija, Filippo. - Ela me interrompeu, esfregando os lábios nos meus.

Aos suspiros, envolvi uma das mãos em torno de seus cabelos, enquanto a outra a prendia pela base das costas. Sua respiração sempre descompassava quando estávamos grudados e aquilo era a melhor coisa que poderia acontecer. Não importava quantas vezes já tivéssemos nos tocado, toda vez que acontecia, parecia ser como a primeira:

- Essa é sua forma de me calar, minha pequena?

- Essa é minha forma de dizer que te amo, seu bobo...

E essa era a minha Olívia, que me enchia de ordens da forma mais doce possível e ainda assim, conseguia deixar que eu a dominasse na mesma medida. Não respondi que a amava de volta, mas fiz exatamente o que ela me ordenou, respondendo sua declaração como deveria. E era num beijo de tirar o fôlego que encontrávamos uma maneira de demonstrar o quanto nos amávamos. 
Uma das várias maneiras, é claro.
Eu demonstrava também quando a aplaudia na vida, em cada uma de suas conquistas. Quando a despia pronto para devorá-la por inteira em nossa cama ou quando apenas a observava, fazendo coisas simples, como corar ou ajeitar seus cabelos para trás.
Nunca imaginei que um dia, pudesse ser tão digno de felicidade como era e jamais desperdiçaria essa chance.  Há alguns anos, nossos caminhos foram cruzados de uma maneira única, então meu dever para o resto da vida era amá-la dessa mesma forma: única.
Que fosse numa vila pequena e simples em Capri ou em uma das passarelas mais luxuosas do mundo. Nosso amor era daqueles que deveria ser escrito em livros de romance para que todos se inspirassem e acreditassem que tudo é possível quando se vale à pena.

E aquela vida valia.
Mais que qualquer negócio.





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Mais que Negócios - Duologia Família Fontana - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora