O Mago Branco

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Legolas assentiu, seu rosto determinado. 

- Vamos continuar.

...

Gimli se aproximou de um arbusto, onde algo brilhava em negro.

- Sangue de orc. - Ele disse, voltando até nós.

Nó continuamos avançando, seguindo as marcas de passos, que apesar de fracos, ainda eram visíveis entre as folhas.

- Que rastros estranhos. - Aragorn disse. 

- O ar está tão denso aqui. - Gimli completou.

- Esta floresta é velha. - Legolas disse - Muito velha. Cheia de lembranças. - Ele pareceu alarmado por um momento, antes de completar. - E raiva.

Eu sabia do que ele falava. Eu podia ouvir o som, como a movimentação de algo pesado, que ficara muito tempo sem se mexer. Eu podia sentir a aura pesada, como se o que quer que vivesse aqui a muito tempo não se revelasse.

Um som alto repentino fez com que Gimli levantasse seu machado, alarmado. Aragorn olhou em volta, atento.

- As árvores estão falando umas com as outras. - Eu disse, e então percebi o que acontecia - Gimli, abaixe o machado!

Assim que o anão o fez, o som diminuiu.

- Elas têm sentimentos, meu amigo. - Legolas disse. - Foi obra dos elfos. Acordaram as árvores, ensinaram-nas a falar. 

- Árvores falantes. - Gimli repetiu, rindo - Sobre o que elas falariam, hã? Talvez sobre a consistência das fezes dos esquilos.

Eu ignorei a piada, sentindo uma nova presença. Algo que me assustou, e me fez correr a frente.

- Aragorn! - Eu chamei. 

Legolas veio até mim, seu olhar expressando compreensão. Ele também sentia.

- O mago branco se aproxima. - Eu disse.

Senti meu coração acelerar ao pensar em Saruman, e em quais seriam seus objetivos para adentrar Fangorn tão profundamente. 

- Não deixe que ele fale, colocará um feitiço em nós. - Aragorn sussurrou. Ele desembainhou sua espada, e vi Legolas preparando uma flecha ao meu lado. Sem olhar para trás, tirei uma flecha de minha aljava, preparada para me virar ao menor sinal de ameaça. Minha respiração estava acelerada.

- Temos de ser rápidos. - Aragorn completou, e foi quando eu ouvi o barulho as nossas costas crescer. Instintivamente senti um alerta se acender no meu cérebro. 

Me virei justamente quando uma luz branca surgiu, um vulto se aproximando junto com ela. Eu e Legolas soltamos nossas flechas, e Gimli arremessou seu machado. O vulto cortou o ar, partindo as flechas e o machado ao meio, como se não passassem de brinquedos. A espada de Aragorn começou a brilhar em vermelho, e ele a soltou ao ser queimado.

- Estão seguindo os passos de dois jovens hobbits. - O vulto disse, e foi então que percebi que eu conhecia aquela voz.

- Onde estão? - Eu perguntei em voz alta.

- Eles passaram por aqui antes de ontem. Ele tiveram um encontro inesperado. Isso os conforta?

- Quem é você? Mostre seu rosto! - Disse Aragorn. Eu tinha perdido minha voz, ao perceber a quem aquela voz pertencia. Mas aquilo não seria possível... 

Então a luz diminuiu, e finalmente pude ver o rosto que esperava. O rosto que pensei que nunca mais veria, que tinha me acompanhado em tantos bons e maus momentos.

- Não pode ser. - Aragorn sussurrou.

Legolas caiu de joelhos ao meu lado.

- Perdoe-me. Pensei que fosse Saruman. - Ele disse, abaixando sua cabeça. Eu continuei estática, sem reação.

- Eu sou Saruman. - Gandalf disse - Saruman como deveria ter sido. 

- Você caiu. - Aragorn disse, sua voz trêmula. 

- Pelo fogo, e pela água. Da mais profunda masmorra até o mais alto pico, lutei com o balrog de Morgoth. Finalmente derrotei meu inimigo, e o destruí na encosta da montanha. A escuridão me pegou, e vaguei fora do pensamento e do tempo. As estrelas giravam acima, e cada dia era tão longo quanto a idade da terra. Mas não era o fim. Senti vida em mim novamente. Havia sido enviado de volta até cumprir minha tarefa. 

- Gandalf. - Eu finalmente encontrei minhas palavras, e dando alguns passos me aproximei e o abracei. Sabia que isso não era o mais apropriado naquele momento, mas tudo que me importava era que ele estava lá, estava vivo. Eu sentia que agora tudo poderia ficar bem, desde que tivéssemos ele ao nosso lado.

O mago sorriu, e quando me afastei disse.

- Gandalf? Sim, era como costumavam me chamar. Gandalf o Cinzento. Esse era o meu nome. - Ele sorriu, e completou - Sou Gandalf o Branco. E volto para vocês agora, em um momento decisivo.

Legolas sorriu, e não pude evitar fazer o mesmo. 

O Retorno do Anel #2Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt