Capítulo 30

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Felicity

Bato freneticamente na porta de Cole com o estômago revirando de medo e ansiedade. Meu amigo me ligou mais cedo, avisando sobre Angel e mandando eu consertar a merda que fiz. Ele abre a porta com a expressão séria e me preparo para falar alguma coisa.

- Ela está no quarto. - ele diz, me dando passagem. Sem esperar mais nada, sigo até o local indicado e bato na porta do cômodo.

Meu peito se aperta ao ver Angel, e tento sorrir para ela, gesto esse que não foi retribuido.

- O que está fazendo aqui? - ela se pronuncia antes que eu fale qualquer coisa.

- Eu vim conversar, SnowFlower. - respondo.

- Não me chama assim. E não temos nada para conversar. - Angel fala com o rosto inexpressivo. - Tudo já foi dito, não é?

- Não... - nego com a cabeça, engolindo o nó na minha garganta. - Angel, por favor me perdoa. Eu não queria falar aquilo, e muito menos é verdade o que foi dito. Eu estava frustrada, com raiva e insegura, acabei falando coisas na qual me arrependo com todo o coração.

Angel me encara no que parece ser longos segundos, ou minutos. Lágrimas já deslizam pelo meu rosto e minha respiração está desregulada.

- Eu poderia perdoar seu orgulho, se você não tivesse ferido o meu. - ela responde, desviando o olhar. - O que você falou machucou muito, Felicity.

- Eu sei... o que eu insinuei foi horrível, e acredite que eu jamais faria algo para de machucar propositalmente, Angel. - falo com os olhos fixos no seus. Geralmente sou muito boa em indentificar reações e sentimentos, mas em relação a Angel é completamente um mistério.

Ela suspira, voltando a me encarar como se pensasse no que fazer. Um silêncio ensurdecedor se faz presente e já estou a ponto de surtar quando por fim, Angel se afasta um pouco, me dando espaço para entrar no quarto.

- Eu vou te perdoar, Felicity. Afinal, eu também errei muito desde que a gente se conheceu e você sempre teve paciência comigo. Então vou te dar uma chance, mas nunca insinue algo daquele tipo novamente. Tenho machucados profundos e ouvir da pessoa que eu amo que ela me acha uma uma interesseira ou sei lá o que, dói e muito. - ela diz abraçando o próprio corpo.

Uma gesto no qual ela faz com muita frequência, percebi. Acho que para se proteger de alguma forma ou por medo. Me aproximo do meu anjo, passando devagar minhas mãos pelo seus braços. Angel respira fundo, me deixando abraçá-la. Ficamos um tempo assim, apenas apreciando os toques e ouvindo nossas respirações, agora mais calma.

Observo seu rosto cansado. Acariciando levemente sua bochecha e levo meus lábios para perto dos seus. Começa com um simples selar, mas depois aprofundamos o beijo, transmitindo todos os sentimentos que queríamos.

Segurança
Medo
Raiva
Amor...

Um tempo depois, estamos deitadas na cama. Sua cabeça está encostada no meu peito e Angel me abraça apertado. Sorrio ao ver seu rostinho relaxado enquanto suga sua chupeta que eu trouxe de casa, já que ela tinha esquecido.

- Desculpa... - sussurro outra vez, mesmo que ela já tenha me perdoado. - Eu te amo e jamais queria te machucar.

- Eu sei. - responde. - E... eu também te amo, Felicity. Você é o meu primeiro amor.

- E espero que seja a única. - falo e sinto Angel sorrir.

- Sempre.

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SNOWFLOWERWhere stories live. Discover now