Capítulo 13

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⚠️ Esse capítulo pode conter gatilhos: violência e abuso sexual.  Tentei deixar o menos detalhado possível.

Angel

Ela vai me matar.

É tudo o que eu penso enquanto caminho rapidamente até em casa. Meu corpo ainda está fraco, e me sinto uma pessoa horrível pelo o que disse a Felicity.

Sei que não é justificativa, mas eu estava cansada, com medo e angustiada. Minha mãe e meu padrasto, Max, vão fazer questão de me dar uma boa punição por não ter voltado para casa ontem à noite.

Observo o lugar onde moro, porque isso não pode ser considerado um lar. Tudo está silencioso, e pela primeira vez, torço para que Rebeka tenha se esquecido de mim.

Abro o porta de casa devagar. O local está uma completa bagunça por causa da festa de ontem, mas ninguém se encontra na sala. Suspiro aliviada.

— Parece que alguém quis me desobedecer, não é? — me viro assustada, encontrando minha mãe com uma barra de ferro na mão.

Todo o meu corpo treme em puro medo.

— Mãe... Rebeka, eu juro que posso explicar. — falo, me segurando para não gaguejar.

— Não precisa explicar, sei muito bem o que aconteceu. — ela se aproxima lentamente. — Você passou a noite trepando com algum homem e achou que poderia passar a perna em mim.

Nego freneticamente com a cabeça.

— Oh, querida... trouxe algum dinheiro? — questiona, segurando meu rosto com força.

— Não...

— Sendo assim... — fraquejo quando a barra de ferro bate em minha perna. Rebeka agarra meus cabelos, me arrastando até o porão da casa. — Vamos fazer uma brincadeira?

Seu sorriso é macabro, fazendo meu estômago revirar. Ela bate o ferro com força em minhas costas, deixando minha visão turva por alguns segundos.

Rebeka vira meu corpo para frente, batendo mais uma vez na minha barriga. Tusso com a falta de ar, lágrimas grossas deslizam pela minha face, e não sei se tenho coragem para falar algo ou pedir ajuda.

— Max! — Rebeka grita. Logo vejo a silhueta do seu marido. — Estou afim de ver um espetáculo, porque não brinca com o corpinho inútil dela?

Tento me arrastar para longe em puro terror. Não, por favor não faça isso...

Max se aproxima de mim desabotoando a calça. Começo a gritar em plenos pulmões, querendo que tudo não passe de um pesadelo.

— Não! Se afasta de mim! — grito. Sinto meu ombro bater na parede, sinal de que estou sem saída. — Por favor, Max... não faz isso.

Ele apenas me ignora, puxando meus cabelos com brutalidade. Me debato quando sou deitada no chão, tentando me defender de alguma forma.

Sinto minhas roupas serem retiradas, mas em nenhum momento deixo de lutar. Arranho o rosto desse desgraçado, chuto seu corpo, grito... mas nada resolve.

E de repente, minha mente viaja para longe. Acho que de alguma forma meu cérebro desligou para o que estava acontecendo.

É como se eu não sentisse nada, como se eu apenas... estivesse flutuando no espaço. Não sei quantos minutos se passaram, apenas volto a realidade quando Max sai de cima de mim. Sinto sangue escorrer pelas minhas pernas e uma dor horrível na minha intimidade.

Rebeka se aproxima, mostrando leveza e um sorriso satisfeito.

— Vou deixar uma marca, para você se lembrar de não brincar comigo. — ela diz, com o rosto perto do meu ouvido.

Rebeka pressiona o ferro quente na minha coxa, causando um grito estridente da minha parte. O ferro entra na minha pele, rasgando tudo.

E depois... ela vai embora.

Fico parada, jogada no chão, nua e sangrando. Ouço meu celular vibrar no bolso da minha calça que está jogada um pouco longe. Tento me arrastar até o som, com muita dificuldade. Minha visão está embaçada, mas consigo visualizar o nome de Cole na tela.

Angel? — ele me chama. — Está aí?

— Cole... me ajuda. — minha voz sai fraca e me pergunto se meu amigo ouviu. — Ela... eles...

Meu estômago se revira. Vomito no chão ao meu lado, minha garganta dói com o esforço e posso escutar Cole me chamando.

— Eu... porão de casa. — é tudo o que consigo dizer antes de perder totalmente a consciência.

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