capítulo 12 - Serkan

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Esses últimos dias tem sido péssimos. Eda ainda não acordou.

Nem a polícia e nem o detetive que contratei me deram o nome do culpado.

Eu queria muito vê-la mesmo dormindo mas Ceren me convenceu que é melhor eu tentar minha sorte quando ela estiver acordada.
Ceren e Engin são as únicas pessoas que me dão notícias dela e que querem me ajudar a entrar quando ela acordar.

Aproveitei esses dias e procurei a opinião de um outro médico, ele disse que as memórias vão voltar naturalmente mas que está próximo das pessoas e dos locais que faziam parte da minha vida com certeza ajudaria. E o fato de eu estar mais aberto a isso também ajudaria.

Como se não bastasse tudo isso Selin fica criando situações para estarmos sozinho o tempo todo, fora quando não consegue conter seus comentários amargos sobre Eda. Maldita hora que liguei pra ela e agora não posso simplesmente manda-la embora depois de ela ter aberto mão de sua vida para cuidar de mim.

Estou almoçando sozinho em um restaurante que de acordo com Engin eu trouxe Eda quando estávamos separados, a vista aqui do 25 andar é esplêndida. O que será que conversamos aqui? Será que ela estava brava ou sorrindo? Será que nos beijamos naquela sacada? Ou no elevador? Vou para o lado de fora e tenho uma lembrança " você transformou minha vida em um arco íris, digo olhando em seus olhos" e então meu telefone toca. Droga.

Esses últimos dias tenho vivido nesses pequenos lapsos de memória, é quando me sinto mais amado e feliz. E Erden me ligou pra perguntar quando eu voltaria para o escritório, sinceramente me interrompeu para isso. De novo o telefone

- o que você quer agora Erden?

- Perdão Serkan, não é um bom momento?- Reconheço a voz do detetive

- Perdão, pensei que fosse outra pessoa. E então? Descobriu algo?

- Sim, eu vou ser direto com você. Foi difícil mas eu descobri e nesse momento estou em frente a delegacia para entregar as evidências e acelerar o processo da polícia e nem adianta tentar me impedir porque isso foi claramente tentativa de homicídio.

- O senhor pode se acalma? Pode ter certeza que eu quero esse desgraçado na cadeia. Eu te contratei lembra? Por que eu iria proteger?

- Porque foi a sua noiva. Selin. Ela tentou matar sua ex noiva. Adeus Serkan, aguardo o resto do meu pagamento.

Ele diz isso e desliga. Eu sinto tantas coisas nesse momento, decepção tristeza, raiva, muita raiva.  Até então eu estava relevando o que Selin fez mas agora chega, precisava chegar nela antes da polícia, ela ia me ouvir. Pego meu telefone e disco seu número, só de ver seu nome em meu telefone sinto asco.

- Serkan? Tudo bem?

- Selin, você está no escritório?

- sim

- Então me espere, preciso falar com você.

- claro, estarei de aguardando querido.

Querido. Sinto nojo, muito nojo.

Estou na frente da Artlife me preparando pra entrar e acabar com ela quando meu telefone toca. Hoje é o dia. Pego para rejeitar a chamada mas vejo que é Ceren.

- Serkan, Eda acordou tem algumas horas, consegui convencer todos a ir para casa descansar e recuperar energias, então venha pra cá logo porque consigo colocar você aqui dentro sem criar nenhum caos.

Penso em discutir, afinal tem horas que ela acordou e ninguém me avisou, mas me apego ao o que eu tenho que é o agora. Eu vou conversar e consertar tudo agora. Sinto minhas mãos suando frio e meu coração acelerando e sinto também uma alegria só de pensar nela sorrindo pra mim daqui a pouco.

- Serkan? Me ouviu.

- Estou indo.




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