capítulo 4 - Serkan

848 58 0
                                    

Eu não estava entendendo em minhas mãos havia um papel onde 45% das ações pertenciam a Selin. As ações de Eda estavam em nome de Selin. Senti um nó na garganta, não sei o que está por vir mas não gosto.

- Eda você só pode estar louca, completamente fora de si, qual seu plano agora? O novinho falso não deu certo e agora você vem com isso e e

- Serkan você disse que ia me ouvir lembra? - como ela pode estar calma assim, tudo está confuso mas apenas assinto para que ela fale; certamente eu não estava preparado para o que viria.

- Bom, eu vou tentar ser breve. Desde que você voltou eu estou tentando te fazer lembrar, te fazer me ver como me via, te fazer me ouvir e sentir o meu amor, mas sempre você ignorava, jogava fora, maltratava, e eu ia embora forte por fora mas destruída por dentro, então eu dormia reacendia a esperança pelo nosso amor e  começava de novo.

Ela disse calma, mas eu já conseguia ver que estava doendo nela e me senti culpado, na realidade eu sempre me sentia após tratá-la mal só que tudo é confuso pra mim então preferia ignorar mas agora... Eu sabia o que estava por vir, não queria acreditar mas sabia.

- Serkan eu nem me dei conta de como isso estava me apagando, e como isso estava desgastando o amor que eu sentia por ele e de repente lembrar não era uma coisa doce e sim amarga, ontem

- ele ? Ele quem? Deniz? Pensei que me amava

Um sorriso triste, derrotado que sequer chega mostrar as lindas covinhas do seu rosto se forma em seu rosto antes dela continuar. Eu queria ver seu grande sorriso uma última vez, eu sei que vai ser a última vez e então vem um flash em minha memória "Eda veste um vestido amarelo e está sorrindo tão genuinamente e linda, perfeita" e então tão rápido quanto a imagem veio ela se vai sem fazer sentido. Eu deveria perguntar sobre isso? Quem sabe ela encerra essa conversa... Vou perguntar.

- Eda, tenho uma pergunta, quando

- Não, sem perguntas. Eu falo e você ouve lembra? Quando eu digo a pessoa que eu amo eu estou falando do Serkan que me amou, que me respeitou e que mesmo em nossos piores momentos, mesmo quando acabamos de nos conhecer nunca me maltratou tanto como você.
-  Ontem após o beijo e as palavras que você me disse, eu acho que despertei, despertei da esperança e pela primeira vez enxerguei a realidade .
- E a realidade é que o meu amor ficou naquele avião e não voltou, a realidade é que você não quer lembrar e não me quer aqui. Você quer que as coisas sejam como quando você lembra e não teve nem um pouco de cuidado e empatia por sequer um minuto comigo e com a nossa história. A realidade é que eu poderia dizer que você estava me destruindo dia após dia mas isso só aconteceu porque eu estava permitindo e agora eu já não vou mais permitir.

Suas palavras tavam entrando em mim como uma lâmina, eu sabia que ela estava certa mas não queria que fosse embora, por alguma razão eu simplesmente queria ela aqui para eu vê-la sorrir ou brava, ela fica linda brava. Resolvo falar e tentar mas é em vão

- Eda me escute, entendo o que você está dizendo

- Você não entende e talvez eu esteja sendo egoísta visto que você sofreu um acidente mas eu preciso ser. Eu estou te dando o que você quer, as ações estão no nome de Selin como antes de você me conhecer e eu estou indo embora da artlife e da sua vida. Você já não precisa lidar comigo. Considere um presente. Adeus Serkan Bolat.

E com essas palavras ela levanta e sai, e eu não consigo formular nada para dizer "Considere um presente", eu sabia que foi estúpido dizer que meu beijo foi um presente, ela foi embora por isso? Não. Aquilo foi a cereja do bolo.
Saio para o terraço e a vejo entrando no carro e indo. Para onde ela vai? Quais seus planos? Sinto um vazio se formar e então vejo uma linda rosa com um perfume maravilhoso e naquele momento quero ficar ali pra sempre.

- Serkan?

- o que precisa Selin?

- vamos jantar? Pensei que podemos  comemorar

- Eda foi embora e você quer comemorar? Eu acabei de perder uma sócia você entende?

- E ganhou sua noiva de sócia, Eda finalmente fez algo bom por nós. É um presente.

Presente. Não aguento mais essa palavra. Eu dou risada. Sei que estou descompensado mas não vou me casar com ela e ela precisa saber; agora eu só queria estar perto da rosa e aqui estou lidando com Selin.

- Selin, Eda era uma excelente sócia então é uma perda sim. Sobre o noivado não devemos seguir com isso, fiz esses convite em um momento impensado quando tudo ainda era muito confuso,ainda é mas algumas coisas estão se esclarecendo e não vamos casar.

- Tudo culpa dela não é? Certo, Eda, Eda, Eda... Estou cansada dessa mulher, cansada Serkan.

E assim ela sai, após gritar essas palavras com o rosto vermelho como pimentão.
Eu também estou cansado, de tudo, de mim. Olho para o assento de Eda e já sinto falta da sua presença ali e não foi nem um dia ainda.

Tired lovedOnde as histórias ganham vida. Descobre agora