A Discípula que Veio do Futuro

5- Corridas e Encontros

    Eu caminho pelas ruas da cidade admirando cada passo e procurando alguma posta de onde estou ou para onde devo ir para encontrar Jesus, estou completamente perdida mas tento disfarçar esse fato para evitar atenções indesejadas, como ladrões que se aproveitam de turismo no Rio de Janeiro, aqui não é o Rio mas imagino que qualquer cidade seja parecida, enfim cuidado nunca é de mais.
    Avisto uma moça na porta do que parece ser sua casa, caminho até ela pra perguntar onde estou quando um homem jovem de cabelos escuros aparece correndo com muita pressa e esbarra em mim, me derrubando no chão.

   –Me desculpe senhorita, a machuquei?– ele pergunta preocupado me ajudando a levantar.

   – Estou bem, de quem você está fugindo?– pergunto. Ele obviamente está fugindo de alguém, caso contrário não estaria tão preocupado.

   – Fariseus, Romanos, pode escolher.– ele diz brincalhão como se isso fosse a coisa mais normal no momento.

   – Porque estão atrás de você?– imagino que se os Fariseus estão atrás dele é porque ele defende os mandamentos de Jesus.

   – Eles não gostam muito do meu mestre. Me chamo Simão e você como chama?– ele pergunta animado.

   –JESUS!– Grito animada ao compreender, se os Fariseus não gostam do seu mestres, seu mestre com certeza é Jesus.

  –O que?– Ele fica confuso.

  –Seu mestre é Jesus de Nazaré. Não é?– Faço ele entender que eu não estava me referindo ao meu nome.

  –Sim, é o meu mestre.– Ele respira aliviado e em seguida um sorriso.

   De repente Romanos surgem no final da rua e gritam apontando para Simão "Ele está ali!", "Peguem-no!".
   Eles começam a correr em nossa direção e Simão fica agitado.

  –Desculpe senhorita, preciso ir.– Nossa conversa é interrompido e ele se prepara para correr.
  

  –Espera!– O agarro pelo braço. –Onde encontro Jesus?– pergunto com pressa.

  Ele  alterna olhares entre mim e os Romanos pensativo, quando movido por uma ideia um sorriso se faz em seu rosto.
  Não temos tempo pra ficar aqui parados esperando pelo seu plano, precisamos correr, pense logo homem!

   – Vem comigo!– ele me puxa pelo braço e nós começamos a correr como se não houvesse amanhã. Finalmente posso agradecer às aulas de Educação física que me prepararam pra esse momento, nunca corri tanto em minha vida.

   Entramos em vários becos, eu nunca teria conseguido sair dali se estivesse sozinha, estava tão perdida quanto cego em tiroteio, apenas seguindo Simão como se ele fosse meu dono para não me perder dele.
   Parecia um labirinto até que acabamos entrando em um beco sem saída e os Romanos nos alcançar nós deixando parados entres eles e uma enorme parede.

 
   –É melhor, para o bem de todos, que não se aproximem!– Simão diz pegando sua espada na mão e se preparando pra brigar.

 
  Penso que esse deve ser mesmo o Simão Pedro que conheço, sempre partindo para a briga.
  Observo a parede atrás de nós e percebo que nela há frestas muito grandes como se fosse apenas uma parede de escala camuflada, daquelas que o povo sempre usa em academias.

  –Sabe escalar?– pergunto para Simão com uma ideia na cabeça.

   Ele me olha confuso e eu começo a escalar a parede da casa até o topo, havia vários buracos nela então não foi difícil. Não demorou muito e Simão seguiu a minha ideia deixando os Romanos lá em baixo.

  – Você é boa em fugir das pessoas!– Simão diz com um sorriso no rosto me fazendo retribuir o sorriso.

  Não demora muito e os Romanos começam a escalar a parede também.

– Eles não desistem!– grito já cansada da situação.

  – Vem comigo!– ele segura minha mão e nós começamos a pular de uma casa para a outra, era muito alto mas confesso que foi divertido.

  Depois de tanto tempo correndo finalmente conseguimos despista-los, descemos da casa e finalmente pudemos parar um pouco para respirar.

  – Então... Para onde vamos agora?– pergunto ofegante.

  – Vamos até a sinagoga. Jesus estava ensinando lá perto pela manhã, se tivermos sorte ele ainda estará por perto – ele diz apontando na direção que devemos ir.

  –A propósito... Melissa.– Respondo a pergunta que ele havia me feita faz tempo.

  –O que?– Ele fica confuso.

  –É o meu nome.– Digo com um sorriso meigo, sem mostrar os dentes.

  –É um prazer conhece-la, Melissa.– Ele concorda com a cabeça e logo partimos.

  Chegamos na sinagoga mas já não havia mais quase ninguém por perto, Simão perguntou a uma mulher que ainda estava lá dentro para onde havia ido Jesus, ela disse um lugar que eu não tinha ideia do que significa nem onde ficava, então apenas segui Simão que parecia saber exatamente onde era.
  Fomos para um lugar um pouco mais afastado do cidade e avistamos uma multidão de pessoas, na mesma hora pensei...

  – Onde tem multidão...– acho que disse um pouco alto de mais.

   – Tem Jesus!!– ele completa minha frase, não estava esperando por isso.

   Nós vamos correndo até a multidão, quando eu avisto Ele. É JESUS!! Fico tão maravilha com a visão, mas não queria interromper o ensinamento então me sentei em meio a multidão e fiquei ouvindo suas doces palavras encantada com tal situação.
   Ele é tão simples e ao mesmo tempo tão maravilhoso e perfeito, cada palavra era um consolo diferente, como se minha vida fosse feita para aquele momento.

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