Capítulo 5

544 28 20
                                    

Bea POV

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Bea POV

Como em todos os anos, o pré-campeonato da Fórmula Um se iniciaria algumas semanas antes da primeira corrida oficial. Beatrice marcou a janela de testes para as equipes e pilotos demonstrarem seus veículos antes do início do campeonato. De acordo com os novos regulamentos da FIA, os testes aconteceriam em três dias, dois para treinos livres e uma corrida amistosa no domingo, a fim de preparar os fãs para uma temporada eletrizante. Era sempre uma grande correria e confusão, já que muitas equipes ainda não estavam com os carros prontos, pilotos não se adaptavam e acabava rendendo muita manchete aos jornalistas e dores de cabeças aos chefes de equipes.

Era um domingo à noite, quando toda a equipe da McLaren se preparava para embarcar rumo ao primeiro destino, a Austrália. Daniel estava ao meu lado, não parava quieto um segundo sequer; o piloto de origem australiana estava superanimado para correr em sua "casa", sentindo-se confiante e ansioso para rever a família. Toda a equipe viajaria no mesmo avião, fretado pela companhia aérea para transportar apenas o nosso time. Os engenheiros, Zak Brown, os pilotos e os assistentes (incluindo Liza e eu), fomos direcionados à primeira classe. Eu nunca havia viajado de primeira classe, e confesso que estava empolgada e ansiosa ao mesmo tempo.

Felizmente, Daniel deixou que eu me sentasse à janela, ficando ao meu lado. Cada banco era como um pequeno quarto, sendo fechados, embora possuíssem um sistema para que fosse possível conversar com a pessoa ao lado, como uma espécie de janela que subia e descia. A poltrona era como uma grande cama, possuindo uma pequena televisão com diversos filmes e séries, bancada e até mesmo um abajur. Eu parecia uma criança de tão animada, apertando todos os botões para descobrir o que faziam, arrancando um riso do rapaz ao meu lado. Pouco tempo depois, a comissária trouxe nossos travesseiros e cobertas, sendo correspondida pelos nossos agradecimentos.

Enquanto aguardávamos o resto da equipe e a preparação para a decolagem do voo, ficamos conversando com as outras pessoas que estavam ali. Consegui dialogar um pouco mais com Lando; eu estava pegando um grande carinho pelo rapaz, pois tínhamos conversado mais nos últimos dias e ele era sempre educado e gentil. Depois de enviar uma foto à Marcela no grupo com Liz, ficamos jogando conversa fora e depois de nos despedir (Cela não viajava, pois fazia parte do time do escritório), deixei meu celular de lado me preparando para a decolagem. A viagem era longa, era um dia e meio de Londres à Melbourne — isso sem nenhuma parada —, o que era nosso caso. Chegaríamos na quarta à tarde e os trabalhos já começariam na quinta-feira com apresentações, treinos e a corrida no domingo.

Quando a aeromoça nos informou que o uso de aparelhos celulares estava disponível, peguei meu aparelho para checar novas mensagens e havia algumas da minha família, da conversa com Marcela e de um certo piloto inglês. Desde a primeira mensagem, Lewis e eu conversávamos quase todos os dias. Costumávamos conversar sobre nossas rotinas, sobre Daniel e de vez em quando, o rapaz jogava alguma cantada ou fazia alguma graça, que eu tentava ignorar. Lewis era um bom homem, era determinado, simpático e humilde e mesmo sendo considerado o melhor piloto da atualidade — seis vezes campeão, lutar por causas significantes fora das pistas —, ele ainda conseguia manter os pés no chão. Isso havia me encantado ainda mais depois de conhecê-lo pessoalmente.

Flying Lap by Gabe DickmannWhere stories live. Discover now