capítulo 9

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Levanto e corro para o banheiro, com uma vontade enorme de vomitar, meu peito parecia doer, e minha garganta fechar, o sonho tinha sido tão real, que me deixava tonta, depois de vomitar lavo o rosto e escovo os dentes, queria voltar para cama, mas estava com medo, vou até a cozinha, pegar algo para beber, quando estou no meio do caminho vejo Anun, saindo do banheiro social, usando só uma calça jeans, paro um minuto olhando, como ele é gostoso, a pele morena e bronzeada, os cabelos negros bagunçados, a barba por fazer, o corpo grande, másculo e coberto de músculo era um convite a ideia de passar a língua por cada gomo do abdômen dele e não parecia nada ruim, na verdade parecia ótimo, se pudesse enfiava a cara ali agora.

Saio dos meus desejos e devaneios, e foco no fato dele está aqui, algumas lembranças vem na minha mente, mas o sonho também, seguro minha camisola contra o peito, sentindo a dor daquela adaga ali, como se tivesse sido cravada no meu peito novamente.

__ Aurora ? Você está bem? Aurora ! O que aconteceu ? Por que está chorando.

Ela estava ? Não tinha reparado, sentiu Anun a tomar nos braços, e o abraçou, sentiu o calor do corpo dele, o cheiro da sua pele, as batidas do seu coração, fizeram ela se acalmar como nunca, era quase como se ao lado dele sentisse que nada no mundo pudesse a afetar,se sentia segura, como se ele fosse uma parte dela, e ao mesmo tempo algo que estava faltando, mas então se lembra que estava brigada com ele e o empurra.

__ O que está fazendo aqui, praga egípcia ?
__ Isso seria eu ?
__ Não minha vó, lógico que é você !
__ Não se lembra?
__ Vagamente, mas achei que tinha ido embora.
__ Não, eu queria saber como estava.
__ Eu estou bem, ótima.
__ Não pareceu, por que estava chorando ?

Aurora fica em silêncio, como ia explicar para ele, que ela sonhou com uma mulher matando ela, e pior ainda que nem viu a cara só os olhos e algumas partes da fisionomia dela, não dava para falar isso.

__ Aurora?
__ Não te interessa, o que você quer ?

Ele me olha e depois xinga,  passa a mão nos cabelos, coloca a camisa para minha tristeza, admiro a cena que parece aqueles comerciais de perfume, quase conseguia ver a câmera lenta.

__ Você é sem dúvida a mais difícil que encontrei.
__ Obrigada.
__ Não foi um elogio.
__ Eu sei .
__ Ontem queria conversar com você, estava bêbada, lhe trouxe para casa, você me pediu para ficar.
__ E você ficou ?
__ Sim.

Ela tinha que admitir que isso foi atencioso da parte dele.

__ Mas por que ficou praga egípcia?
__ Outro nome ridículo para me chamar.
__ Cabe perfeitamente ao momento.
__ Fiquei porque quero falar com você.
__ Pode falar.

Aurora se senta cruzando as pernas.

__ Sério, agora ?
__ Sim, fala.
__ Eu queria me desculpar pelo o que aconteceu, e como reagi no templo.

Aurora fica em silêncio, mas lembrava perfeitamente do beijo e como aquilo foi incrível e melhor que todas suas experiências durante sua vida.

__ Eu não quero que me evite Aurora e não quero evitar você, estou cansado disso.

Anun suspira e seus ombros caem levemente como se realmente tivesse muito cansado, fico mal de ver ele assim e ele estava certo, não dava para ficar evitando um ao outro, principalmente trabalhando junto.

__ Acho que você está certo, não podemos ficar nos evitando, trabalhamos juntos.
__ Sim, mas não é isso.

Ela sabia que não, tinha o beijo deles, mas era complicado, e ela só conhecia esse homem fazia um mês.

__ Sobre o resto, podemos ir com calma, eu não quero adiantar as coisas, e ter que te xingar, aí ia perder o emprego, e eu gosto desse emprego.

Ela vê Anun sorrindo.

__ Acho que é uma opção viável, podemos ir devagar.
__ Eu também preciso te conhecer, vai que é um rico pervertido tipo Cristian Grey.
__ Quem ?
__ Nada deixa.

Anun concorda com a cabeça e depois levanta, parecia sério.

__ Eu preciso ir, tenho trabalho a fazer, eu gostaria de te ligar mais tarde.
__ Pode ligar.
__ Ótimo.

Ele se aproxima, de mim, toca meu rosto fazendo carinho nele com o polegar, fecho os olhos, aproveitando sua mão quente, máscula e ao mesmo tempo suave, sinto o hálito frio dele perto do meu rosto, e espero novamente por um beijo, que vem para minha total insatisfação na testa, depois sinto ele se afastar, e a porta bater, abro os olhos vendo o apertamento vazio, estranhamente me sinto assim também, a verdade é que eu gostava de Anun e da sua companhia, mesmo implicando com ele, era com ele que sentia que estava completa, que não tinha aquele vazio no peito, nem medo dos meus sonhos, era como está completa, em paz, em casa, no lar que nunca tive, era como encontrar uma parte minha que faltava e eu nem sabia.

__ Apu o que aconteceu comigo? Nunca fui assim com ninguém.

Apu mia em resposta, como se tivesse a resposta e ela era burra demais para entender, e talvez ele tivesse certo.

Minha alma Where stories live. Discover now