006

4.2K 278 90
                                    

Any Gabrielly

Enquanto Sabina almoça eu fico pensando, mexendo a comida com o garfo.

— O quê houve com você? – A mesma questiona.

— Aquele cara que eu atendi foi o cara que ficou me encarando na festa.

— Any e sua mania de dizer tudo atropelado ou pela metade, explica isso direito.

— Esse garoto que eu atendi foi um cara que ficou me encarando ontem naquele lugar que Heyoon me forçou a ir. Eu não percebi, foi o bar man que me falou, quando eu olhei para ele o mesmo não desviou o olhar, olhava nos meus olhos, me senti coagida com isso. Quase fui tirar satisfações do motivo de ficar fixado em mim mas acabei indo embora, estava cansada.

— E você não perguntou quando se viram de novo?

— Eu não, ele parecia nem se lembrar de mim, ainda bem.

— Por quê?

— Ele tem cara de encrenca Sabina.

— Vai começar você de novo, lembra? Nunca julgue o livro pela capa, é tão você essa frase.

— Eu sei, mas o jeito dele parece encrenca. Também não me importa, não sei por que toquei nesse assunto, deve ter sido conhecidência.

— Ou o destino, empurrando o homem para você. Talvez até o destino esteja de saco cheio de ver você solteira, presa nos livros. – Reviro os olhos.

— Você não vai desistir até conseguir alguém para mim não é?

— Claro, quer dizer, sem pressão, tudo no seu tempo amiga. – A mesma sorri amarelo.

— Falsa. Prometo me divertir nessa tal festa de aniversário do carinha, não garanto ficar muito tempo mas vou tentar beber um pouco sem exagerar.

— Ser a Any é chato demais, prefiro a Gabrielly.

— Não vou beber demais, sempre que ela surge no outro dia a ressaca é foda.

— E as memórias são inesquecíveis.

— Chega de falar da minha outra versão? Vamos falar de outra coisa, como estão seus pais e sua irmã?

— Bem, Luna ganhou uma medalha no Judô semana passada.

— Ela é uma Hidalgo, é óbvio que ela conseguiria.

— Fiquei tão feliz... Eu estou com tanta saudade daquela menina, por mais que ela me tire do sério.

— Normal de irmãos, minha irmã também é assim.

— Belinha já tem treze anos não?

— Nem me lembre, ela era tão pequena quando eu me mudei, está na oitava serie, adotou um estilo gótico, fez minha mãe comprar roupas novas para ela e a paleta de cores escolhida foi preto, cinza e roxo.

— Luna também adotou esse estilo e todos diziam que era uma fase... Ela dura até hoje. – Nós duas rimos. — Ela está na fase de achar seu próprio estilo é normal.

— Espero não ser rebelde como as outras crianças que optam por esse estilo.

— Espero que ela não puxe a Gabrielly.

— Tinha que lembrar dessa minha versão?

— Desculpa, é inevitável, vocês são tão diferentes mas são a mesma pessoa, é estranho.

— Se eu contar isso para alguém que não me conhece você vai ter que me visitar no hospício.

— Realmente, como você se tranforma nela? Eu sei que disse que não tocaria no assunto mas eu fico curiosa.

VibezWhere stories live. Discover now