capítulo 6

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Caique 

Baile hoje tava uma uva, gostosinho. Tava lotado, exalando a maconha e perfume barato de puta. Do jeitinho que eu gosto.

Assoprei a fumaça do meu cigarro, me escorando na grade do camarote.

Passei o olho pela multidão de pessoas que tinham na pista, logo avistando ela, a morena do cabelo cacheado. Mó gostosa, slc. 

Patrão- Colfoi? Tá olhando pra onde?- arqueou a sobrancelha, pegando o cigarro da minha mão.

Eu- Ih, te interessa?- estalei a língua.

Patrão- Conheço esse olhar aí- riu- quem é a puta da vez?- olhou pra baixo, tentando adivinhar pra quem eu olhava.

Eu- Pq tu não toma conta da tua vida? Ó tua fiel aí- olhei pra menina que se aproximava de nós, rindo em seguida.

Ele revirou os olhos, antes de jogar o restante do cigarro no chão.

Kauane- Oi amor- pulou no pescoço dele, recebendo um tapa na cara em resposta.

Patrão- Nada de amor- apertou o maxilar dela, a empurrando- tira ela daqui- ordenou, olhando pro segurança do camarote.

Como em todos os bailes, ela começou a gritar mandando não tocarem nela, que ela era a fiel dele.

Eu- Tem que manusear melhor esse teu harém, todas que tu come sobe aqui achando que é fiel- zombei, acendendo outro cigarro.

Patrão- Não fode- me deu dedo.

Eu- Papo reto, teti a teti. É melhor tu deixar claro que não tem nada com elas, do que ficar batendo nas mina- soprei a fumaça no seu rosto.

Patrão- Faço oq eu quiser, por isso sou o dono dessa porra toda- riu debochado.

Me afastei dele, indo pra onde dava pra ver o palco mais de perto.

Não é nada barato fazer esses bailes, mas o retorno é uma delícia. Droga em dia de baile vende igual barraquinha de água no deserto.

Passo meu olho pela pista, logo avistando ela novamente. Ela descia até o chão, não parecia se importar com os filhos da puta que olhavam pra ela. 

Patrão- Quem é essa daí? Mó morenão, em- balançou a cabeça, parando ao meu lado.

Eu- Sei não, nem quero saber- me afastei dele, indo na direção de um dos vapor.

Xxx- Colfoi, chefe?- me olhou, assim que parei na sua frente.

Eu- Tá vendo aquela mina alí?- apontei- traz ela aqui!- ordenei.

Gaby- Oq você quer, Piloto?- me encarou.

Eu- Quero que tu faça uma parada pra mim- a olhei, observando sua sobrancelha arqueada- me manda o número da tua amiga!

Gaby- Fala sério, né! Você me tirou de lá só pra pedir o número da Larissa, sendo que você poderia simplesmente ir lá falar com ela?- bufou. 

Eu- Faz oq eu tô mandando, caralho- grunhi, a encurralando na parede do camarote.

Gaby- Tá bom- revirou os olhos.

Ela olhou em volta atrás da amiga, que tinha sumido da pista.

Bufei, tirando meu radinho da cintura. Ele não parava de tocar.

Eu- Late, Zé buceta- encarei a guria lá, que me olhava também.

Patrão- Encosta no beco da 15, namoral- murmurou.

Desliguei o rádio, chamando um vapor pra ir comigo.

Fui voado pro beco, estacionando meu carro na frente do mesmo.

Assim que desci do carro, vi a Larissa com as roupas rasgadas.

Me aproximei do Alex, observando o mano que tava no chão com a cara cheia de sangue.

Eu- Que porra aconteceu aqui?- juntei as sobrancelhas, analisando a situação.

Patrão- Esse pau no cu aí, ia estuprar a mina- negou com a cabeça- tá ligado que isso nós não aceita, pô!

eu- Vai levar ele pro barracão?- perguntei, já sabendo a resposta.

Patrão- vou levar agora, na minha favela estuprador não tem vez!

Eu- E ela?- olhei pra menina.

Patrão- Deixa lá na minha casa da rua 17- deu de ombros, voltando a me olhar.

Eu- Já é, marca dez e eu encosto lá no barracão!- avisei, me aproximando da guria.

Eu- Bora, fia- estendi a mão pra ela.

Ela tava com o rosto levemente machucado, dava pra ver claramente um corte na sua bochecha esquerda.

Ela ficou calada o caminho todo, no carro só se ouvia o som baixo do choro dela.

Larissa- De quem é essa casa?- olhou em volta.

Curiosa.

Eu- O quarto fica alí, lá tem banheiro e tem umas roupas no armário- avisei.

Ela agradeceu, sumindo pelo corredor.

Tirei um beck do bolso e acendi, tragando o mesmo.

Se eu tivesse ido lá falar com ela, isso não teria acontecido.

Assim que ela saiu do banheiro, pediu remédio. Peguei e entreguei o remédio pra ela, notando que ela já estava bem.

Eu- Eu tô metendo o pé, mas pode pá que amanhã eu vou encostar aí pra levar tu pra casa- olhei pra ela, desligando a tela do meu celular.

Larissa- Eu vou ficar aqui sozinha? Não sei de quem é essa casa, e se...- revirei os olhos, olhando pra ela.

Eu- Tu tá segura aqui! Um agradecimento já bastava- fui rude.

Larissa- Eu sou muito grata, sim. Mas, não te conheço. Como vou confiar?

Eu- Sou o Piloto, suave? Pronto, acho que tu já me conhece eu vou imbicar daqui- abri a porta da sala- fé pra tu, mina!

Fui voado pro barracão. Quando cheguei, o cara tava de joelhos, todo ensanguentado.

Ele chorava, implorando pela própria vida.

Xxx- Por favor, eu não ia fazer nada com ela- ele implorou.

Patrão- Então eu tô cego?

Xxx- Eu só acho que o senhor entendeu mal, patrão- ele falou, causando uma risada no Alex.

Patrão- Olha só, eu entendi mal- gargalhou, abaixando pra ficar na altura do cara- acho que ela também entendeu a situação mal, né? Por isso ficou gritando e rasgou as próprias roupas- foi debochado, mirando a .40 pra cabeça do cara.

Xxx- Não patrão, não!- implorou.

O Alex grita após disparar, ordenando que um vapor viesse limpar os miolos espalhadas pela salinha.

Patrão- Como a mina tá?- me olhou, acendendo um cigarro.

Eu- Assustada, mas deve ter dormido já- murmurei.

Patrão- Suave, amanhã cê leva a guria pro barraco dela. Eu tô partindo também, preciso de um banho- fez toque comigo.

Eu- Pode pá!- concordei.

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