Caique
Baile hoje tava uma uva, gostosinho. Tava lotado, exalando a maconha e perfume barato de puta. Do jeitinho que eu gosto.
Assoprei a fumaça do meu cigarro, me escorando na grade do camarote.
Passei o olho pela multidão de pessoas que tinham na pista, logo avistando ela, a morena do cabelo cacheado. Mó gostosa, slc.
Patrão- Colfoi? Tá olhando pra onde?- arqueou a sobrancelha, pegando o cigarro da minha mão.
Eu- Ih, te interessa?- estalei a língua.
Patrão- Conheço esse olhar aí- riu- quem é a puta da vez?- olhou pra baixo, tentando adivinhar pra quem eu olhava.
Eu- Pq tu não toma conta da tua vida? Ó tua fiel aí- olhei pra menina que se aproximava de nós, rindo em seguida.
Ele revirou os olhos, antes de jogar o restante do cigarro no chão.
Kauane- Oi amor- pulou no pescoço dele, recebendo um tapa na cara em resposta.
Patrão- Nada de amor- apertou o maxilar dela, a empurrando- tira ela daqui- ordenou, olhando pro segurança do camarote.
Como em todos os bailes, ela começou a gritar mandando não tocarem nela, que ela era a fiel dele.
Eu- Tem que manusear melhor esse teu harém, todas que tu come sobe aqui achando que é fiel- zombei, acendendo outro cigarro.
Patrão- Não fode- me deu dedo.
Eu- Papo reto, teti a teti. É melhor tu deixar claro que não tem nada com elas, do que ficar batendo nas mina- soprei a fumaça no seu rosto.
Patrão- Faço oq eu quiser, por isso sou o dono dessa porra toda- riu debochado.
Me afastei dele, indo pra onde dava pra ver o palco mais de perto.
Não é nada barato fazer esses bailes, mas o retorno é uma delícia. Droga em dia de baile vende igual barraquinha de água no deserto.
Passo meu olho pela pista, logo avistando ela novamente. Ela descia até o chão, não parecia se importar com os filhos da puta que olhavam pra ela.
Patrão- Quem é essa daí? Mó morenão, em- balançou a cabeça, parando ao meu lado.
Eu- Sei não, nem quero saber- me afastei dele, indo na direção de um dos vapor.
Xxx- Colfoi, chefe?- me olhou, assim que parei na sua frente.
Eu- Tá vendo aquela mina alí?- apontei- traz ela aqui!- ordenei.
Gaby- Oq você quer, Piloto?- me encarou.
Eu- Quero que tu faça uma parada pra mim- a olhei, observando sua sobrancelha arqueada- me manda o número da tua amiga!
Gaby- Fala sério, né! Você me tirou de lá só pra pedir o número da Larissa, sendo que você poderia simplesmente ir lá falar com ela?- bufou.
Eu- Faz oq eu tô mandando, caralho- grunhi, a encurralando na parede do camarote.
Gaby- Tá bom- revirou os olhos.
Ela olhou em volta atrás da amiga, que tinha sumido da pista.
Bufei, tirando meu radinho da cintura. Ele não parava de tocar.
Eu- Late, Zé buceta- encarei a guria lá, que me olhava também.
Patrão- Encosta no beco da 15, namoral- murmurou.
Desliguei o rádio, chamando um vapor pra ir comigo.
Fui voado pro beco, estacionando meu carro na frente do mesmo.
Assim que desci do carro, vi a Larissa com as roupas rasgadas.
Me aproximei do Alex, observando o mano que tava no chão com a cara cheia de sangue.
Eu- Que porra aconteceu aqui?- juntei as sobrancelhas, analisando a situação.
Patrão- Esse pau no cu aí, ia estuprar a mina- negou com a cabeça- tá ligado que isso nós não aceita, pô!
eu- Vai levar ele pro barracão?- perguntei, já sabendo a resposta.
Patrão- vou levar agora, na minha favela estuprador não tem vez!
Eu- E ela?- olhei pra menina.
Patrão- Deixa lá na minha casa da rua 17- deu de ombros, voltando a me olhar.
Eu- Já é, marca dez e eu encosto lá no barracão!- avisei, me aproximando da guria.
Eu- Bora, fia- estendi a mão pra ela.
Ela tava com o rosto levemente machucado, dava pra ver claramente um corte na sua bochecha esquerda.
Ela ficou calada o caminho todo, no carro só se ouvia o som baixo do choro dela.
Larissa- De quem é essa casa?- olhou em volta.
Curiosa.
Eu- O quarto fica alí, lá tem banheiro e tem umas roupas no armário- avisei.
Ela agradeceu, sumindo pelo corredor.
Tirei um beck do bolso e acendi, tragando o mesmo.
Se eu tivesse ido lá falar com ela, isso não teria acontecido.
Assim que ela saiu do banheiro, pediu remédio. Peguei e entreguei o remédio pra ela, notando que ela já estava bem.
Eu- Eu tô metendo o pé, mas pode pá que amanhã eu vou encostar aí pra levar tu pra casa- olhei pra ela, desligando a tela do meu celular.
Larissa- Eu vou ficar aqui sozinha? Não sei de quem é essa casa, e se...- revirei os olhos, olhando pra ela.
Eu- Tu tá segura aqui! Um agradecimento já bastava- fui rude.
Larissa- Eu sou muito grata, sim. Mas, não te conheço. Como vou confiar?
Eu- Sou o Piloto, suave? Pronto, acho que tu já me conhece eu vou imbicar daqui- abri a porta da sala- fé pra tu, mina!
Fui voado pro barracão. Quando cheguei, o cara tava de joelhos, todo ensanguentado.
Ele chorava, implorando pela própria vida.
Xxx- Por favor, eu não ia fazer nada com ela- ele implorou.
Patrão- Então eu tô cego?
Xxx- Eu só acho que o senhor entendeu mal, patrão- ele falou, causando uma risada no Alex.
Patrão- Olha só, eu entendi mal- gargalhou, abaixando pra ficar na altura do cara- acho que ela também entendeu a situação mal, né? Por isso ficou gritando e rasgou as próprias roupas- foi debochado, mirando a .40 pra cabeça do cara.
Xxx- Não patrão, não!- implorou.
O Alex grita após disparar, ordenando que um vapor viesse limpar os miolos espalhadas pela salinha.
Patrão- Como a mina tá?- me olhou, acendendo um cigarro.
Eu- Assustada, mas deve ter dormido já- murmurei.
Patrão- Suave, amanhã cê leva a guria pro barraco dela. Eu tô partindo também, preciso de um banho- fez toque comigo.
Eu- Pode pá!- concordei.
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dono do morro
Romanceessa não é a historia sobre uma garota que conhece um homem e se apaixona. essa e a história sobre um garota que conhece um homem e se perde.