The Wayne family

Pedido de ajuda

SELINA ON

    Quando recebi a notícia dos meus contatos de que um dos itens leiloados seria o colar de esmeralda que eu estava atrás, não pensei duas vezes em vir a Metrópolis e finalmente tê-lo para mim. Obviamente, existem mais pessoas atrás da peça, mas não é como se isso fosse um problema para mim. Porém, quando soube que Bruce estaria aqui fui obrigada a mudar meus planos ou o “senhor correto” começaria a questionar demais e eu realmente não quero perder meu tempo com isso, além de que finalmente veria Richard e Jason, faz um tempo desde a última vez que vi os meus meninos.
   Mesmo com anos de experiência nesse assunto, definitivamente, brigar com eles nunca foi o meu forte, menos ainda quando o assunto é ver o Bruce fazendo isso e, sinceramente, não estou nem um pouco a fim de ver isso acontecendo hoje e na minha frente. Pego a taça da mão do Jay, mas não acho que de fato tenha funcionado, Bruce é ótimo com reflexos e conhece o garoto bem demais para saber que a taça era dele e não minha, além de que eu beberia algo mais forte se quisesse aguentar essa noite.

- Não deveria ajudá-lo a mentir para mim – Bruce me acusa com a mesma cara de sério de sempre. Se ele soubesse o quanto fica mais atraente assim... - Jason, o que conversamos no carro sobre isso?

- Ah Bruce... aqui não... – Jason encolhe os ombros e desvia do olhar do pai.

- Não seja careta, Wayne – Falo me levantando - Meia taça de champagne não deixa ninguém alcoolizado.

- Selina! - Bruce me olha indignado - É sério isso?

   Respiro fundo. Meu passarinho está bem longe de ser idiota. Jason é esperto, sabe que vou ceder na primeira carinha triste que ele fizer, por isso não está retrucando. Se eu não estivesse aqui, Bruce e ele já estariam na décima quarta discussão sobre o certo e o errado, mas ele sabe muito bem que eu só ajudo se ele ficar quieto, nunca fui a maior fã da petulância que ele usa normalmente em suas respostas.

- Não, eu concordo com você - Jay arregala os olhos surpreso na minha direção - Só não acho que seja hora e nem local para isso. Além de que, não é como se fosse a terceira guerra mundial para ficar com essa cara.

- Até quando vai ficar passando a mão na cabeça dele? - Ele roda os olhos e faz Jason levantar - Vá para dentro, sente na nossa mesa e não mova um músculo para sair dele lá! Você não se livrou da nossa conversa.

- B, nem foi... – Sinalizo para ele não questionar – Está bom, pai.

Observo Jason deixar o jardim em passos lentos e volto minha atenção ao magnata de terno escuro á minha frente. É difícil explicar, mas Bruce causa esse feito nas pessoas, a sensação de desejo. Passo meus braços em volta do seu pescoço e seus olhos azuis escuro parecem conseguir ver por dentro da minha alma.

- Está deslumbrante está noite, Senhorita Kyle – Ele sussurra no meu ouvido – Como sempre.

- E você continua enigmático, Bruce Wayne – Ele sorri – Não achei que viria mesmo.

- Um leilão sem algo da família Wayne? – Rodo os olhos – Além de que tem algo em especial que eu quero. Na verdade, Dick já deve estar com ele.

- Deixou Richard fazer lances no seu lugar?

- Jason e Tim sumiram da minha vista, de algum jeito eu sabia que era por causa disso – Ele olha a taça e suspira – Ele não está bem, Selina. Vários motivos diferentes, mas a bebida é pior... não dá para deixar pra lá.

- Falei com a Helena, ela parecia bem preocupada com vocês. O que está acontecendo, Bruce?

Não é algo muito simples de pontuar ou até mesmo descrever, mas Bruce sempre tem um pontinho que ele transmite no olhar que é facilmente identificado pelas pessoas que ele deixa se aproximar, é como um pedido de ajuda não verbal. Ele é orgulhoso, minha filha com certeza puxou isso dele e certamente não é algo bom, principalmente no estilo de vida que todos resolvemos levar ao longo dos anos. O brilho no olhar sumindo é quase um código, como se todo Wayne se comunicasse assim, estava evidente no olhar perdido do meu passarinho e está claro no olhar do Bruce também.