Capítulo 59

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Ouço Robin muito longe, parece que está no fundo de um túnel. Não sinto nada, sinto-me leve, bem leve. Como se estivesse a flutuar. Penso em Jamie, nos meus filhos. Nos meus quatro tesouros. Como os amo mais que tudo na vida. Em como faria tudo por eles. Porque é isso que é ser família.


Pov Dak

Sinto alguém passar um pano quente na minha testa, rosto e pescoço. E aos poucos vou abrindo os olhos. Percebo que estou deitada num sofá, em algum gabinete da esquadra. Ao meu lado está a tal Detective Ford. Tento levantar-me, mas a tontura vem de novo...

— Calma, é melhor ficar deitada. A sua pressão deve ter descido...

— Dak, é melhor falar ao Jamie. E vamos para o hospital...e...

— Robin, podes por favor acalmar-te. Eu estou bem, como disse a Detective Ford, foi apenas uma alteração na minha pressão. Talvez por tudo o que a Amélia me contou, pensar no que Elva sofreu...

— Se o Jamie sonha que tu desmaiaste e eu não lhe liguei, eu estou morta...— diz Robin.

— O Jamie só vai saber se tu lhe contares. Então vê se te acalmas e ajuda-me a levantar.— e assim ela o faz.— Quero agradecer aos dois por tudo, e peço por favor que não comentem nada sobre o que ouvimos ali dentro. Eu não posso perder a Elva, e não é justo ela sofrer mais uma vez.

— Não iremos dizer nada, pode ficar descansada. Como o meu colega disse, a menina já sofreu demais, não merece ser retirada de uma família que a ama só porque uma louca "inventa" barbaridades destas.

— Bom, então o que tinha a fazer aqui já fiz. Obrigada.— Levanto-me, e saio do escritório onde nos encontrávamos. Robin e Sienna seguem-me.— Obrigada Sienna por tudo, e em relação a Elva!? Tens a certeza que ninguém nos pode tirá-la?

— Perante a lei Jamie é o pai legitimo, então não há como ninguém reclamar. De qualquer forma se quiseres posso investigar se existem familiares da "mãe" que estejam vivos, só para ficarmos mais descansados.

— Sim. Mas sem ninguém perceber o que estamos a fazer.— Sienna assente e logo se vai. Robin, por seu lado insiste que vai comigo para a produtora, pois não me quer deixar conduzir depois do que aconteceu.

O caminho não é muito longo, mas a minha cabeça lateja com tudo o que ouvi naquela sala. Como é que Amélia pode descer tão baixo. Ela pagou por uma criança para tentar salvar um casamento que já não tinha salvação. E o que mais me revoltou, a falta de remorsos por ter tratado Elva como tratou. Agora tudo faz sentido, agora todo o desprezo, toda a raiva, todo o ódio que emanava de Amélia por Elva.

Agora o que eu precisava de decidir era se contava a Jamie, ou se para sempre ficaria guardado para mim. Os detectives garantiram-me que nada iriam fazer, sem investigação, sem perguntas, sem respostas. Mas será que devia contar ao meu esposo nervoso e precipitado? De verdade que não sei o que fazer.

— Dak. Dak. DAKOTA.— Robin grita ao meu lado. Sim ela acabou por vir comigo, insistiu mesmo. Ela disse que eu não estaria em condições de dirigir depois do meu desmaio. 

— Desculpa Robin, estava...estava a pensar...

— Pois, percebi que essa cabecinha estava bem longe. Posso saber o que tanto pensavas?— olho para ela, e decido não responder. Saio do carro e digiro-me para dentro do prédio da produtora...— Dakota Johnson, não me vires as costas sem me responderes.

— É Dakota Dornan. E não te vou responder mesmo...pelo menos não aqui, Vens?

— Ah!!! Podes ter a certeza que vou. Não vou ficar sem uma resposta, não vou mesmo.

Recomeçando uma Vida (Concluída)Where stories live. Discover now