Recomeçando uma Vida (Concluída)

Capítulo 33

Pov Jamie

Depois de Elva dizer que Amélia tinha ligado a Dulcie, perdi a cabeça. Ouço Dak falar comigo, mas é como se estivesse num outro mundo. A única coisa em que penso é em ir falar com aquela mulher, e rezar...rezar muito para me manter calmo o suficiente para não fazer merda.

Antes de sair, fixo o meu olhar no seu, que está num azul ainda mais brilhante. Sei que a qualquer momento as lágrimas lhe iram cair. Continuo sem lhe responder, dou-lhe um beijo e saio. Não vou deixar aquele ser dos infernos destruir o que construí com a Dak. Hoje eu sei o que é uma Família.

Entrei no carro furioso, antes de partir mandei uma mensagem para o meu advogado e para a Evelyn, se algo fugir do controle preciso que ela dê um jeito na imprensa. Assim que cheguei a casa de Annette, onde Amélia agora mora, a minha vontade era entrar e dizer tudo o que estava entalado na garganta, mas eu sabia que não podia perder a razão, por isso assim que cheguei fiquei à espera do meu advogado.

Assim que ele chegou, veio ter comigo. Já lhe tinha contado por alto o que se passava, e o que suspeitava a respeito destas chamadas de Amélia para Dul. Sim, porque tenho a certeza que não é de hoje estes telefonemas. Batemos à porta. Foi a empregada que nos abriu a porta, e lassim que nos viu ficou meio que envergonhada, percebi que se passava algo. Mas com modos pedi para entrar para falar com a minha ex-esposa. Com um olhar assustado ela disse-nos que as senhoras não estavam. Sorri para a moça, afinal ela não tinha culpa de nada, apenas cumpria ordens. Pedi para ela se desviar, pois eu ia entrar fosse como fosse. Eu sabia que Amélia estava em casa, já a tinha visto do carro, na janela do quarto.

— Sei que está apenas a cumprir ordens, e se tiver algum problema com "elas" eu responsabilizo-me, mas eu vou entrar...— e sem esperar ela sair passo por ela e caminho até à sala, onde encontro as duas...— Quando quiseres mentir e dizer que não estás em casa, faz um favor a ti própria, sê inteligente e não apareças à janela.

— Ora, senão é o meu genro traidor, não me lembro de te convidar a entrar.— diz Annette

— A minha conversa não é consigo Annette, então pode começar a fechar o bico e não se meter no que não lhe diz respeito.

— Jamie, vamos com calma. Lembra-te do que te disse.

— É melhor ouvires o teu advogado. Como estão as minhas filhas?— Como eu quero partir a cara desta mulher, mas nunca bati em mulheres e não vou começar agora.

Bem, teve as cenas do filme com Dak, mas foi diferente era tudo encenado, nunca lhe bati de verdade, aprendi a fazer aquelas cenas para que não magoasse a Dak. É mais ou menos como o beijo técnico que se treina. Pelo menos foi assim no primeiro filme, porque a partir do segundo, digamos que existiu algumas cenas, senão todas, bem reais.

— Porquê agora? Diz-me? Estivestes anos sem nem lhes ligares nos aniversários, e agora lembraste-te que tens filhas? Lembraste-te de ligares à Dul?

— Eu estava com saudades, e sim falei com a Dulcie. Só não falei com a Elva porque não deu. Mas elas também sentem a minha falta.— não consigo evitar e rio-me...— Não te dias, é sério. A Dulcie disse-me, ela quer até vir morar comigo.

— Podes convencer-me de tudo, menos disso. A Elva jamais voltou a falar de ti desde que saiu desta casa, a mãe dela foi, é, e sempre será a Dak. E a Dulcie, ela jamais te vai perdoar pelo que fizeste à Dak.

— Não sei do que estás a falar, foi a própria Dul que me disse que queria voltar a morar comigo. Podes ir perguntar-lhe, ela já não aguenta a tua filha com a outra, aquela coisa deficiente...

Não. Ela não acabou de dizer o que ouvi. Ela pode mexer comigo, pode ameaçar tirar me as minhas filhas, mas mexer com a Lana não. Ninguém fala da minha pipoca dessa forma. Sim ela é diferente, mas ela não e deficiente, doente ou menos que os outros. Lana é especial, é o ser mais precioso que já conheci. Ela não vê maldade em nada, só amor e ela o dá na mesma medida. O pouco controle que ainda estava a ter perdi-o, no momento em que ouvi o que ela falou da minha pipoca, seguro-a nos braços com alguma força.