5. Primeira Tentativa de Colonização do Canadá (1538-1543)

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Jacques Cartier consegue patrocínio para voltar para a Nova França. A condição já era mais favorável pois, em 18 de junho de 1538 fora assinado a Trégua de Nice, pondo fim à guerra entre França e Espanha.

Mas Jacques Cartier não seria o líder dessa missão. Para isso, o rei escolheu Jean-François de La Roque, Senhor de Roberval. Vamos nos referir ao Jeff somente como Roberval no restante dessa história. Parece que ele tinha certa influência na corte, alguma experiência militar e era aparentado com a amante do Rei, Diane de Poitiers. Jacques Cartier seria o segundo nessa missão. E parece que o Cartierzinho não gostou muito de ter ficado em segundo plano.

Só que ainda faltaria gente disposta a se aventurar na Nova França. Faltava gente disposta a enfrentar a privação dos confortos que a França oferecia (se bem que, na época, a coisa tava feia na França). Aonde arrumariam mais pessoas para a nova colônia?

Em 7 de fevereiro de 1541 uma ordem real autorizou Cartier e Roberval a recrutarem prisioneiros que estivessem dispostos a trocar suas penas pela missão de povoar a Nova França [N.1]. Esses degredados receberiam recursos reais para montar uma vida nova nas Américas. Em 10 de abril de 1541, conduzidos em correntes pelos seus carcereiros, homens e mulheres recebem enfim a liberdade ao embarcarem em um dos navios de Roberval e Cartier.

No início de maio de 1541, Roberval chega ao porto de Saint-Malo, onde todos estavam esperando. Os 5 navios estavam "prontos": Grande Hermine, Émérillon, Saint-Brieux, Georges e um 5˚ navio que não sabemos o nome. Quem não estava pronto era Roberval. Ele ainda aguardava os suprimentos de pólvora e artilharia para poder trazer certa segurança à viagem. Mas, com a demora, Roberval decide dar poderes totais a Cartier e mandá-lo na frente, enquanto espera a chegada desses suprimentos. O plano era encontrar Cartier em algumas semanas ou no máximo poucos meses depois lá em Stadacona (atual Québec).

A TERCEIRA VIAGEM DE JACQUES CARTIER

Finalmente, em 23 de maio de 1541, Jacques Cartier levanta as âncoras e parte para sua terceira e última viagem à Nova França. A viagem não foi fácil. Ventos contrários retardaram a navegação. Eles chegam no rio Saint-Croix (hoje Rio Saint-Charles), em Stadacona, em 23 de agosto de 1541. Ali, alguns anos antes, Jacques Cartier e seus homens haviam montado um pequeno forte que serviu de base durante o inverno.

NOTÍCIAS DA FRANÇA

Em Stadacona, ao receber os franceses, o agora líder da tribo, Agona, pergunta sobre onde estavam Donnacona e os outros indígenas. Seria preocupação sincera, medo da volta do rival ou uma mera cena perante os outros iroqueses? Deixo para você, caro leitor ou leitora, o julgamento das ações de Agona.

Jacques Cartier conta então que Donnacona havia, infelizmente, falecido na França. Malandro que só ele, decide mentir a respeito dos outros, falando que eles quiseram ficar na França pois haviam construído uma nova vida lá e eram considerados senhores na França. Não sabemos ao certo se os indígenas de Stadacona acreditaram. Segundo os relatos de viagem, ao saber da morte de Donnacona, Agona não demonstra nenhuma reação. O encontro termina por uma troca de presentes. [N.2]

Sabemos, no entanto, que a relação com os iroqueses de Stadacona não seria mais a mesma. Não só os iroqueses, mas os indígenas em geral ficariam muito desconfiados dos europeus. Por causa da crescente tensão entre Cartier e os habitantes de Stadacona, decide-se que ali não seria o melhor local para implantar uma colônia. Jacques e seus homens decidem continuar o percurso no rio Saint-Laurent.

UM LOCAL PARA A COLÔNIA

Ao subirem o rio Saint-Laurent, Cartier analisa bem o território para encontrar um bom local. Finalmente, ele chega em um local onde era o encontro do Rio Saint-Laurent com outro rio, o Cap-Rouge.

Uma introdução à História do Canadá e do QuébecWhere stories live. Discover now