- Capítulo 63 -

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- GAEL CARTIER -

— Porque pediu que eu viesse? — Margaret entrou no escritório da minha casa e cruzou os braços na frente do peito enquanto dava leves batidas no chão com o pé. — Não bastou ter mentido, iludido e tapeado a minha amiga?

— Seja lá qual foi a versão que ela te contou... fique sabendo que é... verdade! Mas eu estou disposto a resolver tudo.

Ela riu ironicamente jogando os braços pro ar.

— Faça-me o favor, bonitão! Minha amiga está a-rra-sa-da! Fala sério! Além de casado você sujou o nome dela, o que pretendia com isso?

— Eu fiz o que fiz, por amor, tá legal! — murmurei.

— Amor? — me questionou.

— Sim, amor. Eu sempre senti sentimentos intensos por sua amiga, eu só não queria que ela fosse embora. E na angústia por tê-la por perto, acabei agindo mal.

Margaret gargalhou de forma extravagante, como se as minhas palavras tivessem algum humor.

— Quem diria... De um milionário, frio, arrogante e cheio de si, para um apaixonado sem cura.

Ah!

— Margaret, eu a amo e quero reconquistá-la, provar meu valor como homem e tirar de uma vez por todas de sua cabeça essas imagens terríveis que criei ao meu respeito — afundei em minha cadeira deixando todo meu cansaço sair em um suspiro. Eu precisava fazer alguma coisa, eu não aguentava mais viver sem Joana e Isabel, aquela distância estava me matando. — Eu não tenho outra saída, Margaret, preciso da sua ajuda.

— Então, vá falar com ela... — deu de ombros isentando-se de responsabilidades.

— Não, eu não posso aparecer assim de uma hora para outra, eu preciso de um plano, pois, considerando o que fiz, ela vai me escorraçar.

Margaret bateu com o indicador no queixo e me olhou estreitando os olhos.

— Conhecendo bem a minha amiga, não tenho dúvidas: sim, ela vai te escorraçar. E, no que está pensando?

— Não sei, por isso pedi que viesse.

Ela puxou a cadeira e se sentou à minha frente.

— Gael, a minha amiga passou por muitas coisas na vida, ela é um pouco traumatizada e orgulhosa também... E, sinceramente fiquei muito desapontada quando descobri que não haveria mais casamento. — Ela fez uma pausa e olhou para o vazio. — Ela estava tão feliz, e Isabel também.

— E, é por isso que não posso desistir tão facilmente. Eu amo essas duas, Isabel é como uma filha que nunca tive...

Ela cruzou os braços novamente esticando um biquinho enquanto seu olhar me avaliava.

— E, se eu te ajudar e você pisar na bola novamente? — Ela arqueou apenas uma sobrancelha.

— Eu não vou, eu juro!

Lentamente ela tamborilou na mesa com seus quatro dedos e me encarou reflexiva.

— Estamos lidando com os sentimentos da minha amiga, e eu juro que se você a fazer algum mal, eu acabo com você!

Ela cruzou os braços novamente e me encarou.

— Eu dou a minha palavra, que depois de reconquistá-la eu nunca mais vou deixá-la escapar, eu só preciso...

— De um empurrãozinho... — ela piscou sugestivamente me indicando que topava me ajudar.

Respirei mais aliviado e abri um sorriso.

— Então o que devo fazer? — Perguntou.

— Não sei, pense em alguma coisa, você é uma mulher, vocês mulheres são boas em armar situações.

Ela se levantou da cadeira.

— Eu vou até o apartamento em que ela está instalada, e você vai ficar bem quietinho esperando por notícias, não faça nenhuma bobagem, mais do que você já fez, me entendeu, bonitão?!

— Sim. — Murmurei entre os dentes.

 — Murmurei entre os dentes

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