- Capítulo 10 -

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- GAEL CARTIER -

Não pensei que Joana me procuraria no mesmo dia da ameaça. Surpreendentemente ela foi me confrontar, e mesmo amedrontada, me olhou firme nos olhos e continuou mostrando que não aceitaria minha proposta facilmente. E, com aquele olhar, eu não tive dúvidas. Ela me odiava. O que tornava a situação mais difícil para mim.

Mas, já prevendo aquela atitude, pedi que Armando preparasse um contrato, deixando bem claro as minhas intenções, que naquele momento eu já não sabia quais eram. E, sinceramente, eu já não sabia o porquê estar fazendo tudo aquilo. Era um capricho que começou a sair do meu controle.

Mas, olhando para o lado positivo, eu a tinha nas palmas de minhas mãos. Joana parecia inocente demais para perceber que tudo aquilo não passava de um jogo de manipulação, um mero blefe que criei para manter a situação sob meu controle.

Me senti um cretino, quando inventei aquela mentira a respeito da denúncia. Ainda mais por vê-la com o olhar desesperado e aquelas lágrimas escorrendo por sua face. Senti o desejo de abraçá-la e confortá-la e dizer a verdade; que eu não seria capaz de fazer aquele tipo de coisa; que só estava com raiva, com o ego ferido por ter sido rejeitado naquela noite e na frente de todos, mas eu já tinha chegado longe com aquela ideia e pretendia ir adiante.

E com meu gélido coração caprichoso permaneci firme naquela ideia de levar aquelas duas para a minha casa. Só daquela maneira eu poderia compensá-las pelo dano que causei, embora Joana estivesse com pânico de mim.

Assim que ela saiu do meu escritório, liguei para Cristina, minha governanta.

— Cristina?

— Pois não, senhor.

— Quero que prepare dois quartos, um para uma menina de seis anos; compre todos os brinquedos disponíveis na loja, livros de fantasia e roupas. E depois prepare outro quarto para uma mulher de vinte e dois anos... Há! Compre também roupas e sapatos, acredito que trinta e oito é o número correto.

— Algo especial senhor?

Sorri de canto pensando em como seria divertido aquela história.

— Sim, teremos hóspedes.

— Sim, teremos hóspedes

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