09. Convite Negro.

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~Bryan Delyon~

Saímos às pressas de casa. Ágata ligou para o médico e explicou a situação, o mesmo disse para corrermos para o hospital, assim o fizemos. Estava a todo momento com Brittney, a mesma tremia um pouco, o que me preocupou ainda mais.

Chegando lá ela foi levada com urgência. Ficamos quase 4 horas esperando por notícias, eu já estava aflito. Felizmente Ágata ficou ao meu lado por todo tempo, ela é como uma mãe para mim...

Depois de muito tempo o médico diz que já podemos vê-la. Pergunto o que ela tem e ele diz que ela teve um ataque mas seria melhor se explicasse a razão aos dois enquanto eu estivesse com ela para que não se sentisse sozinha.

Entro e vendo-a desnorteada e confusa quebra o meu coração. Quando o médico dá o diagnóstico sinto a mesma apertar minha mão, ela estava com medo, e eu também. Acompanhei o médico para fora e ele diz que a Brittney precisa descansar, e quando o soro acabar podemos ir. Volto e a encontro chorando, abraço-a até à mesma pegar no sono até que meu celular toca. Alice? Atendo.

Não é da sua conta o que eu faço.

É sim quando você se mete com alguém que eu gosto, agora para de dificultar, eu estou pouco me fodendo das suas razões. Traga a Brittney de volta!

Eu estou nem aí para o que você quer, eu faço o que eu quero e não te devo explicações. — digo estalando a língua.

Você está fazendo isso de novo... — a corto.

Cala a porra da boca! — digo com raiva.

Faça o que quiser com qualquer pessoa mas pelo amor de Deus deixa ela ir. Você está cometendo o mesmo erro pela segunda vez. — por um tempo fica um silêncio.

Me deixe em paz. — desligo a chamada e olho para Brittney me deparando com a mesma me olhando curiosa. Não tinha notado que ela tinha acordado.

— Está falando com quem? — pergunta coçando os olhos. — Algum familiar?

— Não, ninguém importante. Porquê? — tento disfarçar a minha aflição.

— É que você estava falando francês, então pensei que estivesse falando com algum familiar. — deu de ombros. — Quando é que poderemos ir embora?

— Quando o soro acabar mas descanse. Fique tranquila que eu e estou aqui com você. — me aproximo lentamente e dou um beijo na sua testa. Momentos depois entre meus braços a mesma adormece, e eu permaneço com meus demônios me atormentando.

[...]

Chegamos em casa. Estou com Brittney nos braços levando-a até meu quarto, de agora em diante eu vou cuidar dela.

— Eu posso andar sozinha Bryan! — diz fazendo birra.

— Eu sei, mas eu quero cuidar de você. — olhos para seus olhos esmeralda hipnotizantes.

— Mas para isso você não precisa me carregar né?! — diz revirando os olhos.

— Faça isso mais uma vez que eu te darei verdadeiras razões para revirar os olhos. — digo passando a língua pelos meus lábios logo sorrindo maliciosamente e a mesma cora e desvia o olhar. — Só isso mesmo para você parar com birra.

— Cala boca. — sorri malicioso pensando em uma resposta à altura mas me contive. — Para onde você está me levando? Você passou meu quarto. — a mesma me olha duvidosa.

— Para o meu quarto. Quero cuidar de você desde o amanhecer ao anoitecer. Quero ter certeza de que você estará bem. — sorrio para a mesma.

— Se eu for reclamar não vai mudar nada né? — pergunta.

— Não mesmo. — digo sorrindo vitorioso e a mesma suspira concordando. Chegando no quarto coloco-a deitada na cama e dou um beijo em sua testa. — Vou pedir para prepararem algo para a gente comer. Pode ir tomar um banho. — saiu do quarto e encontro Ágata na sala.

— Já falei com os cozinheiros sobre a situação da senhorita Brittney e eles passarão a fazer as refeições consoante a dieta dada pelos médicos. O jantar estará pronto em 30 minutos. — aceno a cabeça e vou até meu escritório.

Sento na minha cadeira logo começando a usar o computador. Abro o e-mail de Vlad. A situação das máfias vizinhas não era nada boa. Óscar está invadindo todas a máfias possíveis, das mais pequenas as maiores. Ele quer mais e mais poder, hum, patético da parte dele achar que assim poderá entrar em confronto comigo. Continuo lendo os detalhes até que desvio meus olhos cansados para o convite de cor negra ao lado do meu computador.

Ainda não pensei em como solucionar isso. Pior que o maldito do Vlad viu a Brittney, se eu não for comparecer com ela será um problema, pior ainda será se eu não comparecer a esta reunião. Basicamente, os chefes das máfias mais poderosas se reúnem em "datas especiais", sendo muitas delas, motivos de guerra. Cada convite vem com uma cor que identifica um certo assunto. Para adiantar o assunto da reunião.

• Preto - Guerra entre as máfias.

• Vinho - Pose de lugar de «Chefe Da Máfia» para primogênitos e/ou posse de chefe de máfia.

• Vermelho - Invasões entre as máfias.

• Azul Escuro - Negócios.

• Roxo - Queima de arquivos.

Sendo o convite preto, nosso assunto será a Guerra que se aproxima entre as máfias devido às invasões de Óscar. Aquele filho da mãe! O que a ganância e a ambição não podem fazer né?! Ele foi bem avisado mas preferiu arriscar, tsk. Não sabe o que o espera. Mas esse é o último de meus problemas. Não sei como iniciar esse assunto com Brittney.

Eu já a tirei de ser lar e conforto, como diabos eu vou contar que eu sou chefe de uma máfia e que brevemente estaremos entrando em Guerra? Como contarei que minhas mãos estão manchadas de sangue? Com que cara eu vou olhar para ela e estragar este momento pacífico entre nós? Só comigo que essas merdas acontecem.

Diferente de Mila, Brittney não sabe o que eu faço, e saíra machucada e com ódio de mim. Só um pedaço de merda como eu para foder as coisas novamente. Cerro os punhos sentindo toda a raiva em mim. Respiro fundo. Mais cedo ou mais tarde eu teria que enfrentar isto. Mas não queria que fosse agora, logo agora que estava tudo tão perfeito!

Me distraindo dos meus pensamentos ouço meu celular tocar e pelo tela vejo o nome de código de Vlad "Falcão de Prata". Atendo sem pensar duas vezes.

— Fala. — digo apreensivo. 

— Merda aconteceu. — diz com a voz mais calma do mundo.

— O que aconteceu porra? — levanto já irritado pela sua tranquilidade.

— Sua máfia na zona oeste está sendo atacada. — sua voz se torna séria. Sabe qual é a pior merda de parte? Eu estou na porra da zona oeste! — Fuja! — Desligo a chamada e a primeira coisa que me vem à cabeça é uma e única pessoa.

— Brittney!

Continua...

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