07. Complicações.

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~Brittney Hans~

Tomo um banho quente e demorado. Visto um moletom e um short. Faz mais de 30 minutos que estou aqui no quarto pensando se vou correndo para esse Vlad e fugir logo ou se ouço o que o Bryan disse e confio no que ele diz. Quem diria que alguma vez eu me encontraria numa situação dessas.

Fico na sacada observando aquele dia ensolarado desaparecer, o tempo mudou do nada, que ironia.

— Perdão senhorita. — uma moça baixa, negra e com os seus cabelos em um coque baixo entra no quarto. — O senhor Delyon pediu para vir deixar isso para a senhorita. — noto que a mesma trazia consigo uma bandeja com sorvete! O sorvete que pedi!

— Muito obrigada! — com o sorriso gigantesco pego aquela taça cheia de sorvete. — E... Você é muito linda. — digo antes da mesma sair, ela sorri e se retira.

Sério, ela é muito linda. Enquanto o tempo passava fiquei devorando aquele sorvete.

— Que tarde mais entediante.

~Diego Valverde~

— Calma, respira. Vai correr tudo bem. — diz alice sentada ao meu lado.

— Você não entende, a Brittney é a minha melhor amiga. Ela não tem mais ninguém além de mim. A família dela está cagando para a existência dela. Ninguém vai se preocupar.

— Como é que você encontrou o apartamento dela mesmo? — pergunta me abraçando e começando a acariciar o meu cabelo.

— Eu entrei lá e senti um cheiro estranho, fui para a cozinha e tinha macarrão no chão e um prato quebrado. Parecia que alguém pisou na comida porque tinha uma pegada, essa pessoa tinha calçado um sapado e era maior que o pé da Brittney. Fui para o quarto dela e encontrei a sacola no chão e os sapatos ao lado, a cama estava intacta, fui para o banheiro e lá só tinha a roupa que ela usou no último dia que a vimos. Fui procurar o celular e o encontrei no sofá jogado, estava tudo muito estranho. Mas porquê a pergunta? Eu já tinha te falado isso.

— Nada não amor...

— Obrigado por estar aqui comigo. — a beijo delicadamente.

— Não tem de quê.

~Bryan Delyon~

Como ele ousa vir assim sem avisar? Que loucura é essa? Imagina se ele tivesse visto a Brittney? Seria uma catástrofe. Eu estou pouco me fodendo para o que ele quer, já tínhamos conversado e o assunto estava encerrado mas ele ainda ousa pisar na minha casa, grande filho da mãe.

— Ele chegou senhor. — diz um dos guardas após bater a porta e obter resposta.

— Diriga-o até ao meu escritório.

— Sim chefe. — o guarda sai.

Antes de descer vou até ao quarto da Brittney. Bato a porta e a mesma responde para que eu entre. Entro e contemplo a visão de uma Brittney de moletom e short, com uma taça de sorvete ainda por acabar. Belle¹.

— Já posso sair? — pergunta a mesma.

— Infelizmente não, ele acabou de chegar e eu só quis ver como está.

— Fala sério. Eu terei que ficar trancada aqui que nem uma prisioneira?

— Você não é prisioneira. — sento ao seu lado.

— Sou sim! Não se esqueça de como cheguei aqui. — diz fria.

— Não precisa estar sempre me lembrando disso. — respondo no mesmo tom.

— Mas a culpa não é minha que você não agiu como um ser humano normal e me sequestrou. — suspira. — Olha, eu não tenho nada nem ninguém além do Diego e do meu trabalho. Parabéns! Você escolheu a presa perfeita. — ficamos em silêncio por um tempo.

— Agora você tem a mim também. — acaricio sua bochecha esquerda enquanto a mesma permanece calada. — Não tarda nada estarei de volta. — levanto e saio. Está na hora de enfrentar o Vlad.

[...]

— Oh velho amigo. Como está? — diz Vlad com ironia.

— Não somos amigos. — digo friamente sentando na cadeira da mesa de escritório. — O que aconteceu?

— Como assim "o que aconteceu?". Você sabe bem o que está acontecendo. — diz com expressão séria.

— O que rolou Vlad? — digo já sentindo meu corpo rígido.

— Escócia foi dominada.

Merde². — Como?

— Eles invadiram repentinamente, não tiveram como se defender e foram dominados. Óscar quer mesmo estar no topo.

— Ele que não ouse se meter comigo. — suspiro. — Então só veio me contar isso?

— Não. — se levanta. — Teremos um evento próximo sábado, está convidado. — me entrega um convite preto. Abro e vejo escrito abaixo "Bryan Delyon e acompanhante" escrito. — Sim, é exatamente isso que você leu. Tem que levar alguém. Especialmente uma mulher.

— Vocês sabem que eu não estou com ninguém e não ando com garotas de programa. — digo já sentido raiva.

— Da o seu jeito. — caminha até a porta mas antes que o mesmo abra, Ágata a abre.

— Bryan, vem cá rápido! — não pensei duas vezes e saí atrás dela. Minha mente só me dizia uma coisa "Brittney".

Saímos correndo até ao quarto da Brittney e ao entrar me deparo com a mesma desmaiada no chão com o nariz sangrando e alguns empregados tentando ajudar.

— O que aconteceu aqui? — corro até ela levando-a até a sua cama.

— Eu vim aqui b-buscar a taça de sorvete d-da senhorita e sa-saber se precisava de mais a-alguma coisa. — diz Clara.

— Aí quando ela bateu a porta e ninguém respondeu, ela entrou e viu a senhorita desmaiada no chão com o nariz sangrando e nos chamou.

— Vão para o banheiro e tragam um pano, rápido! — diz Ágata.

Eu estava tão preocupado que mal pude pensar no que fazer. Vê-la descordada e sangrando apertou o meu coração. Ágata me entrega o pano e limpo o sangue que escorria pelo nariz da Brittney.

— Ora ora. — merde! — Pelos vistos você tem sim uma parceira ham.

— Não é um bom momento, agora se faz favor sai da minha casa! — digo tentando não exaltar a voz.

— Tudo bem mas olha, mesmo descordada, essa garota é muito linda. — diz olhando para ela com uma cara maliciosa.

Entrego o pano a Ágata e me levanto indo até ao Vlad. Seguro-o pela gola de sua camisa e o puxo até a saída.

— Você não ouse falar uma única palavra sobre ela ou eu te mato! Agora fora! — fecho a porta na sua cara e volto correndo pata o quarto de Brittney. — Ágata, ligue para o doutor.

Continua...

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