04. Quem É Você?

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~Bryan Delyon~

Sinceramente, um tiro doeria menos do que ouvir suas palavras frias que cortam meu coração como facas afiadas. Ouvir aquelas palavras foi como um gatinho. Nunca imaginei que eu alguma vez me sentiria assim por uma mulher. Eu quero que ela se sinta ao menos confortável comigo mas desse jeito... Eu ainda cometo suicídio.

— O que exatamente veio fazer aqui? — diz ela após ver meu rosto paralisado após suas dolorosas palavras e desvia o olhar de mim para um canto qualquer do quarto.

— Eu... Eu... Vim apenas saber se está bem e... Chamá-la para o café da manhã. — digo cabisbaixo.

— Eu estou sem fome. Peço que se retire. — diz ainda evitando me encarar.

— Mesmo assim, eu mandarei trazerem seu café. — ela não diz nada e eu me retiro do seu quarto.

Caminho lentamente até ao jardim traseiro da casa, minha cabeça está uma bagunça, ela me domina mesmo sem saber, eu daria tudo só para que ela sorrisse para mim. Dói olhar nos seus olhos e ver puro ódio, ela está assustada eu sei, minha atitude não foi das melhores, para ser sincero, foi uma das piores idiotices que fiz na vida. Mas quem diria? Eu sequestrando alguém, não seria a primeira vez mas as razões são diferentes. Enquanto estou distraído não noto que um dos meus homens veio falar comigo.

— Senhor. Más notícias. — vem correndo.

— O que foi desta vez? — vejo seu corpo ficar rígido após a minha pronúncia.

— Vlad quer um jantar com o senhor. Acabo de ser informado. Não deve ser coisa boa.

— Tudo bem. Entrarei em contacto. —  mas o que esse desgraçado quer? Isso não é um bom sinal.

Volto a cozinha e peço que levem o café da manhã à Brittney. Pedi que preparacem tudo que ela gosta. Torta de limão, brownies, cookies, além de alguns doces e frutas com suco de ananás. O seu favorito.

~Brittney Hans~

Eu não entendo, porque ele ainda insiste? Ele não entende que eu quero sair desse buraco? Bom... Não é um buraco é uma mansão gigante e de luxo mas não é esse o ponto.

Após ele sair levanto e tomo um banho quente e longo, minha cabeça doía demais, como se alguém estivesse a martelado. Saio e vou ao closet gigantesco, visto um short não muito curto e uma blusa branca de alças finas. Seco o meu cabelo e faço um coque bagunçado. Após terminar ouço alguém bater a porta.

— Entre. — digo e a imagem de uma figura femenina me é dada.

— Olá querida, trouxe o seu café da manhã. — diz uma mulher linda, ruiva e com alguns cabelos grisalhos soltos, ela tem um corpo normal, apesar de ter cabelos grisalhos a sua aparência e corpo não denunciam que ela é uma senhora de idade. — Me chamo Ágata, muito prazer. — deixa a bandeja recheada e estende a mão para me comprimentar.

— Muito prazer Ágata. Me chamo Brittney. — ambas sorrimos. Seus olhos são azuis como o céu, tem algumas sardas no rosto e suas bochechas são rosadas naturalmente que a deixam com a aparência fofa. — O-Obrigada pelo café.

— De nada minha querida, qualquer coisa é só chamar, estarei na cozinha. — em seus lábios um sorriso amarelo aparece.

— Mas... Eu não conheço a cozinha. — sorrio torto.

— Então saia para conhecer a casa minha linda, ela é muito grande e tem cómodos que poderá gostar de conhecer, mas não poderei lhe ajudar infelizmente tenho que ir para a cozinha. Mas aproveite para apanhar um pouco de ar. Beijos de luz. — diz saindo as pressas, nem tenho tempo de lhe agradecer e ela já se foi.

Gostei muito dela, ela é muito simpática e amável, porque aquele homem não é assim também? Bufo e vou em direção a bandeja, me surpreendo ao ver minhas comidas favoritas nela. Será que foi ele ou é só coincidência? Afasto esse pensamento e começo a comer, estava tudo uma maravilha, muito delicioso.

Depois de comer levanto com a bandeja em mãos e vou em direção à porta. Mas reluto... Será que posso sair de verdade? E se eu sair e aquele homem me ver e surtar? Respiro fundo e giro a maçaneta, uma hora ou outra eu ia sair mesmo.

Ao abrir a porta vejo o comprido corredor de cor clara, fecho a porta atrás de mim e sigo em direcção ao lado direito. Caminho lentamente admirando os quadros e plantas ali presentes, era tudo muito chique, com certeza ele tem bom gosto. Tem várias portas pelo corredor mas não ouso abrir nenhuma. Caminho pelo corredor que não parece ter fim e finalmente encontro uma escada.

Ao dar de cara com a sala fico chocada. A sala era enorme e linda! Desço a escada lentamente admirando o lugar, tem uma TV enorme e linda, um sofá preto que parece ser muito confortável, uma mesa de centro da mesma cor, algumas estantes com livros e fotos, passo por elas e vejo aquele homem em todas elas com algumas pessoas, devem ser de sua família. Alguns quadros e igualmente plantas, o lugar é magnífico.

Caminho até outro corredor mas não tão longo e passo por várias portas até chegar à cozinha. Ágata me vê e vem em minha direção.

— Oi! Gostou do café? — pergunta ela com um brilho no olhar.

— Ah, sim... Gostei, estava uma delícia. — sorri para a mesma.

— Que bom. Me dá essa bandeja que eu trato dela. Aproveite e vai dar uma volta, apanhar um ar. Vai te fazer bem minha filha, confia. — Sorri e levando a bandeja se afasta.

Suspiro e caminho até uma porta em frente ao balcão. A cozinha era enorme, vários armários, uma geladeira e o cheiro de comida era delicioso. Observo tudo calmamente, tenho que conhecer tudo para saber como sair, ou melhor, fugir. Giro a maçaneta e vejo uma dispensa lotada de comida, dava para ficar sem comprar comida por três meses, nossa.

Fecho a porta e volto à sala de estar, chegando lá vejo que tem outro compartimento por trás da escada, caminho até ela e a visão é simplesmente incrível! Tem um piano e alguns instrumentos musicais, sem falar na parede de vidro que dá a visão do jardim imenso da casa, mais um sofá e alguns enfeites, caminho até ao vidro e observo a maravilhosa paisagem à minha frente, simplesmente lindo.

Abro a gigante porta igualmente de vidro e um ar fresco invade minhas narinas e pulmões me fazendo inspira lo. Caminho para fora sentindo raios solares em minha pele, que saudade disso. Nunca valorizei tanto poder sair de "casa".

O jardim é gigantesco e lindo, com plantas e flores maravilhosas, a relva bem aparada e bem cuidada, um silêncio prevalece me deixando calma e quase esquecendo a minha drástica situação. Caminho mais um pouco e dou de cara com uma piscina gigante, chapéus de sol e acentos a volta da mesma, era tudo lindíssimo! Passo pela mesma e encontro um mini parque, com bancos e uma cachoeira.

O som da água caindo era como melodia para os meus ouvidos que mais e mais se encantavam com o maravilhoso som.

— Que bom que gostou. — dou um pequeno salto de susto ao ver aquele homem que se pronunciou repentinamente.

— Ah, s-sim. É lindo. — digo.

— Podemos... Só por hoje... É... — ele parecia estar incerto sobre o que dizer. — Gostaria que só hoje permitisse que eu me apresente devidamente a você, que me conheça de verdade, por favor... — ele estava sem graça, envergonhado ou mesmo com medo da minha reação. Mas eu preciso saber dele, dos pontos fracos ou qualquer coisa que me faça sair.

— Tudo bem. Então me diga. Quem é você?

Continua...

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