Prólogo

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Beacon Hills 2031,

O sol descia lentamente no horizonte, cedendo seu lugar para a lua. A floresta sendo iluminada por tons alaranjados, uma paisagem pacífica de se observar, se não fosse pela dúzia de crianças que andavam empurrando umas as outras e falando alto, como se toda a floresta precisasse ouvir suas reclamações.

— Se queixar até a língua cair não vai mudar nada querida — um dos adultos que estava acompanhando as crianças fala para a jovem que reclamava sobre como seu pai era superprotetor.

— Eu sei disso, tio Peter! Mas não quer dizer que vou parar de falar — a garota retruca retirando a mão que estava apoiada em sua cabeça.

— Só estou dizendo que deveria conversar sobre isso com ele, porque até onde eu sei a floresta não vai aparecer com uma solução mágica para você ou se quer vai te responder.

O tom preocupado aos poucos passa para um tom mais leve e divertido, como se tentasse distrair a sobrinha de seus problemas.

"— Caso ela te responda por favor me avise, porque aí eu vou saber que enlouqueceu igual a seus pais" — termina rindo.

— Claro que aviso, o senhor vai ser o primeiro a ser avisado sobre minha insanidade! Mas caso isso aconteça...eu vou ter puxado a loucura de você — fala pausadamente rindo, em seguida aperta o passo, caminhando mais rápido.

— Repete se tiver coragem! — Peter revida como se estivesse realmente ofendido, apenas quem o conhecia saberia que não passava de atuação.

— Caso a floresta comece a falar comigo, eu saberei que puxei sua insanidade.

A garota está parada na frente de uma grande árvore, na verdade, um grande tronco, a árvore já havia sido cortada a eras. Seu semblante entregava sua presunção, sabia que o tio não estava falando sério, do mesmo modo que ele sabia que ela apenas estava mexendo com ele sobre a insanidade do mesmo.

— Olha aqui pirralha...

Quando estava prestes a retrucar, é interrompido pelo segundo adulto do grupo, talvez o único adulto do grupo caso se leve em conta a discussão que acontecia segundo antes.

— Os dois façam o favor de se comportar! — ralha baixo, claramente nervoso — parecem ter cinco anos! Esqueceram do porquê de estarmos aqui? —

Questiona olhando raivoso para ambos, verdadeiramente irritado, apontando delicadamente com a cabeça para um garoto de no máximo dez anos que chorava silenciosamente agarrado a uma caixa de sapatos enquanto era carregado por outro adolescente.

— Não, não esqueci, desculpa tio Theo...

A garota diz se aproximando e pegando uma das crianças que pedia colo para seu tio, ele já estava carregando duas, não tinha como segurar uma terceira.

— Peter!? — se uma garota de 15 anos poderia entender a gravidade da situação e se desculpar, o adulto com mentalidade de adolescente também poderia.

— Ok, ok — joga suas mãos para o alto, em um sinal de rendição — sinto muito, não deveríamos estar rindo em um funeral, mesmo que seja de um porquinho da índia — continua sarcástico.

— Pai! Isso não está ajudando ele — uma das adolescentes diz apontando para Peter.

— Ok querida, vou parar, coração de pack.

Promete para a menina, em seguida se abaixa para pegar uma das crianças que insistia em pedir colo para Theo, mesmo que visse o mesmo com as outras duas. Conhecendo Theo do jeito que ele conhecia, sabia muito bem que o mesmo era capaz de pegar a terceira criança e colocá—la na nuca — ele já tinha feito isso — e ficar carregando as duas.

Um pulo no passadoWhere stories live. Discover now