i'll always look out for you

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oi eu nao revisei pq acho tudo q eu escrevo cringe entao se achar algum erro ou repeticao ignora pf desculpa eu sou lesbica e meio burra

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Era comum que Vi fosse a primeira a chegar em casa, soltando suas pesadas manoplas no chão de madeira polida ao lado da sapateira na entrada do apartamento que compartilhava com Caitlyn, mas aparentemente aquele não era um dia comum.

Não era, porque as botas de Caitlyn já estavam na sapateira e os botões, fivelas e zíper abertos só provavam ainda mais o quanto aquele dia não era comum.

Com uma pulga atrás da orelha, Vi não demorou em tirar suas próprias botas e procurar a Xerife pelos cômodos do lar; algumas luzes estavam acesas, da cozinha e do corredor que levava ao quarto, o último sendo o escolhido por Vi.

"Cait? Você já 'tá em casa?" a porta do quarto do casal estava entreaberta, o que deixava que a luz amarela do corredor entrava discretamente, apontando para a grande cama que ficava na parede à direita, criando um clima agradável com o contraste do escuro do quarto e a pequena brecha de luz.

Ah, suspirou Vi quando, ao abrir um pouco mais a porta, a luz revelou uma pequena montanha no edredom branco, então aí está você.

Depois de se aproximar o mais silenciosamente que o piso de madeira permitia, a Defensora tomou seu lugar na cama, o acolchoado afundando com o peso de seu corpo e mexendo levemente o corpo de Caitlyn na outra extremidade.

Um sorrisinho pequeno adornando suas feições, Violet apoiou seu peso em um dos cotovelos, permitindo seus olhos azulados escanearem o rostinho de Caitlyn mais de perto.

Não era surpreendente que Caitlyn conseguia ficar igualmente perfeita quando dormia. Todas as tensões de seu rosto dissipadas, os lábios levemente entreabertos com a respiração tranquila e os cabelos escuros rodeando sua cabeça como uma auréola azul.

Aproximando seu rosto, conseguia ver alguns detalhes que as vezes passavam despercebidos aos seus olhos, como a pequena cicatriz acima de sua sobrancelha, também como algumas minúsculas e claras pintinhas que decoravam as maçãs de seu rosto.

Seus cílios eram compridos - os de baixo roçando facilmente sua bochecha, enquanto os de cima tocavam suas sobrancelhas (que também eram cheinhas e com pelos compridinhos) quando seus olhos estavam abertos.

Divagando um pouco mais, os olhos de Vi desceram por seu pescoço e peito, vendo algumas outras minúsculas e delicadas cicatrizes perturbando a maciez do colo dos seios de Caitlyn.

Sua pesquisa, porém, não durou muito além disso; o edredom branco e grosso escondia o resto do corpo macio e adormecido da Xerife, deixando apenas o contorno de seu corpo aparecer por cima.

Um suspiro amoroso escorreu dos lábios de Vi, seu peito sendo preenchido por um calmo e delicado calor, como os raios de sol da manhã que entrariam pela enorme janela do quarto daqui algumas horas.

Quase que inconscientemente, uma de suas mãos encontrou a bochecha morna de Caitlyn, o dedão se movendo levemente em um carinho em sua têmpora; Era um pouco engraçado para Vi, ver a diferença entre si mesma e sua amada - seus dedos, machucados e com as juntas levemente inchadas e decoradas com roxos que subiam até as costas de suas mãos e se escondiam por trás das faixas manchadas de seu próprio sangue e alheio, e o branco imaculado e intocado de Caitlyn, que acompanhava seu corpo da cabeça aos pés.

Não que Caitlyn não tivesse grossas e profundas cicatrizes, muito pelo contrário, mas sempre parecia tão jovem e inocente, mesmo suja de sangue e fuligem e qualquer outro tipo de sujeira que encontrassem em seu caminho.

Mais um suspiro, dessa vez escorrido dos lábios macios e gordinhos de Caitlyn antes de um bocejo sonolento.

"Vi?", os olhos azuis saíram timidamente de trás de pálpebras pesadas e inchadas de cansaço.

"Hey, Cupcake", o corpo esguio de Caitlyn se espreguiçou, alguns estralos de sua coluna quebrando o terno silencio entre as duas.

Algumas piscadas sonolentas e bocejos depois, a Xerife tirou seu rosto do aconchego dos dedos de Vi e olhou ao redor do quarto.

"Que horas são?"

"Bem tarde. Tive que fazer algumas rondas depois da hora hoje, então, é."

Mais alguns segundos de silêncio. Era comum entre elas, ficar em silêncio e apenas aproveitar a proximidade e carinho sem gastar qualquer tipo de energia.

"Mhm", Caitlyn grunhiu, rodeando seus braços ao redor do torso de Vi e puxando seu corpo para perto ao máximo que as camadas de roupa e a grossa coberta permitiam.

"Cait?"

Com o rosto escondido no pescoço de Vi, Caitlyn não precisava ver a expressão de preocupação que com certeza estava no rosto da Defensora; Com o rosto escondido, não precisava mostrar para Vi que seus olhos estavam aos poucos enchendo com lágrimas e seu nariz avermelhando na ponta.

"Cansaço, não se preocupe."

Os braços grandes e fortes de Vi retribuiram o abraço, seus dedos se perdendo nos fios macios e médios na cabeça de sua esposa.

"É claro que eu me preocupo, não seja boba", sussurrou, deixando alguns beijinhos no ombro de Caitlyn e tentando ainda mais se aconchegar naquele abraço.

Com uma fungada, Caitlyn afastou seu rosto apenas o suficiente para encostar suas testas, sentindo a respiração quentinha de Vi em seu rosto.

"Eu sinto falta dela", seus lábios se pressionaram na mais fina das linhas e seu rosto se tensionou, "Todos os dias. E hoje é o aniversário de morte dela, eu não consegui só..."

Um soluço trêmulo cortou sua frase, mas Vi não precisava ouvir mais. Conhecia muito bem aquela dor, a dor de perder seus pais, e sabia que ela não passava com o tempo e não ficava mais fácil de lidar, e sentia uma pontada aguda e amarga em ver Caitlyn, a sua Caitlyn, ter de passar por tudo aquilo.

"Ah, Cait", um beijo no olho esquerdo, um no direito e na pontinha de seu nariz, e os lábios de Vi estavam salgados por causa das lágrimas incessantes de Caitlyn, "Eu sinto muito. Tem algo que eu possa fazer por você?"

A Xerife de Piltover soluçava sem parar, seu rosto inteiro inchado e vermelho e uma bagunça de lágrimas e coriza, com Violet sussurando doces nadas em sua direção, dizendo o quando sentia muito e que entendia e queria poder pegar toda sua dor para si.

"Só... Não vai embora. Por favor."

As palavras saíram tão baixas e afetadas, que Vi demorou alguns segundos para raciocinar e montar alguma reação. Oh, Caitlyn.

Com um último beijo na testa, Vi puxou a cabeça da amada até seu peito na esperança de que a mesma conseguisse ouvir a batida contínua e sincera de seu coração.

"Não vou sair do seu pé tão cedo, Cupcake", tão delicadamente quanto conseguiu, puxou a coberta do vão de seus corpos - com dificuldade, já que o aperto de Caitlyn ao seu redor estava um pouco forte demais - e jogou sobre si, "Descanse mais um pouco, ok? Vou estar aqui quando acordar."

Foi difícil colocar Caitlyn para dormir, mas depois de ser mimada e ninada por tanto tempo, o pouco de energia que restava depois daquele dia cansativo se esvaiu e sua respiração finalmente se acalmou.

Eu te amo, Caitlyn, pensou Vi, fechando seus próprios olhos quando tudo já estava sob controle, Não vou deixar nada acontecer, eu prometo.

after midnightWhere stories live. Discover now