Capítulo 05: Tristes

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Eu lembro que eu tinha muito medo do Golden Freddy antigamente, agora eu acho que tudo o que eu sinto em relação a ele é..... respeito e..... compaixão.....?

Lá vou eu novamente tentando sobreviver a esses bichos robóticos que querem meu sangue! Por quê eles querem tanto me matar? Já era meia-noite, a qualquer momento aquele coelho iria aparecer por aqui, então logo peguei o tablet e comecei a olhar as câmeras, o coelho já tava no meio do Salão Principal encarando a câmera.

Isso é assustador demais!

Olhei pra câmera da Cova Pirata e vi o rosto da raposa já a vista, logo tirei minha atenção do tablet e fechei a porta esquerda assim que ouvi passos pesados vindo da mesma direção, não demorou muito para o coelho aparecer na janela me encarando, mas hoje ele parecia.... curioso.

-- Que foi? -- perguntei no puro reflexo.

Logo depois fechei o lado direito pra ver onde a galinha estava, a encontrei no banheiro de boca aberta encarando a câmera, então abri a porta da direita pra economizar energia.

-- Você acha mesmo que vai conseguir? -- a voz robótica do coelho me chamou a atenção, então encarei o mesmo com uma sobrancelha erguida. -- Você não vai sair mais daqui, não com vida. Vai ficar aqui com a gente pra sempre!

E depois ele foi embora. Que maluquice foi essa? Eu abri a porta e voltei minha atenção pras câmeras, encontrei a galinha já no meu corredor da direita e logo fechei a porta, não demorou muito para ela aparecer na janela e me encarar.

-- Você não quer um cupcake? Se abrir a porta eu te dou um! -- ela dizia aquilo com uma certa alegria, mas eu havia percebido facilmente que aquilo era falso.

-- Por quê vocês são tão tristes? -- eu pensei alto e rapidamente tampei minha boca depois.

Robôs podem ficar em choque? Porque eu posso jurar que ela arregalou os olhos e ficou completamente imóvel, isso chega a ser mais assustador do que quando ela tá se mexendo. Não demorou muito pra ela voltar a se mexer e sair dali calmamente, apesar dos seus passos pesados, isso me deixou confusa, mas o medo logo tomou o meu corpo quando senti algo gelado e fino tocar no meu ombro, virei minha cabeça lentamente pro lado e vi que era um gancho.

Entrei em choque nesse momento.

O gancho deslisou mais um pouco pra frente do meu corpo, então começou a voltar pra trás enquanto puxava meu ombro junto, ele tava me virando pra ficar cara a cara com ele. Lágrimas começaram a querer cair quando encontrei os olhos dourados daquela raposa vermelha, ele estava agachado deixando seu rosto bem perto de mim, podia me matar facilmente com uma mordida antes mesmo de eu pensar em fazer alguma coisa, mas isso não aconteceu. Ele apenas ficou lá, me encarando. Eu nem respirava.

Ele me encarava atentamente, talvez estivesse me analisando, seu gancho deslisou até o meu pescoço e ele começou a abrir a boca, eu fechei meus olhos fortemente esperando meu fim, mas o mesmo nunca chegou. Abri meus olhos e acho que a palavra "ficou cara a cara com a morte" se aplica muito bem nesse momento; a raposa estava com a boca quase totalmente aberta, mas aquilo já era o suficiente pra arrancar a minha cabeça fora, ele pressionava a ponta do gancho dele com um pouco de força contra minha pele, mas eu já sentia aquilo perfurar a minha pele e meu sangue escorrer.

Por quê ele não me mata e acaba logo com isso?

Alguns minutos depois ele se afastou, fechou a boca e tirou o seu gancho de perto de mim, não consegui evitar uma careta de dor, mas logo voltei com minha expressão assustada. Ele ficou me fitando por mais alguns segundos, depois olhou em volta e finalmente saiu da minha sala.

Eu vou desmaiar!

Quebra de tempo

A raposa não voltou pra me perturbar depois daquilo, os outros animatronics ficaram um pouco menos agressivos e eu consegui me manter viva com a mesma dificuldade da minha primeira noite. Eu achei estranho? Sim! Mas não vou ousar reclamar.

Voltei pra casa as pressas, nem gastei meu tempo dizendo "oi" ou "voltei" pra minha mãe e fui direto pro meu quarto cuidar do meu machucado, não foi fundo, mas doía mesmo assim.

-- P**ra! -- resmunguei quando deitei na cama, havia me jogado na verdade e isso fez a dor ficar apenas maior. Olhei pro lado e vi a macabra pelúcia dourada, que como sempre, estava me encarando. -- Você me dá medo, sabia? Mas pelo menos, você tá sempre aqui. -- eu o peguei e abracei, estava cedendo ao sono. -- Eu até fico um pouco feliz por você não querer ir embora e me deixar em paz......

Sonho on

E aqui estou eu novamente; esse corredor já é motivo suficiente pra eu nunca mais entrar em um.

Comecei a andar pelo mesmo em busca de alguma porta ou até mesmo o final desse corredor dos horrores, mas eu não estava achando nada, estava até começando a pensar que vou andar pra sempre nesse corredor e a cada passo que eu dava, mais medo eu sentia.

Por quê eu tô sonhando com isso?
Qual é o sentido desse corredor?

Perguntas começaram a dominar a minha mente até que meus olhos pararam em uma porta, ela ficava na parede da esquerda e era roxa, lembrava a cor do robô coelho. Meu coração simplesmente desparou quando eu comecei a me aproximar da porta, eu comecei a suar frio e minhas mãos estavam tremendo, até a minha respiração estava falha por causa do medo que eu tava sentindo naquele momento. Quando eu coloquei a mão na maçaneta, meu medo ficou um pouco de lado e uma tristeza junto de pena dominaram o meu corpo quando eu comecei a ouvir um choro baixo, parecia ser uma criança.

Eu finalmente ganhei coragem e abri a porta, a cena depois de finalmente entrar na sala não era exatamente o que eu esperava: agachado no meio da sala estava um garotinho de cabelos negros curtos, usava uma camisa roxa listrada, um short preto e por algum motivo estava todo sujo de sangue, principalmente no local do seu peito esquerdo e no estômago.

-- Mamãe.... -- ele dizia em meio ao choro. -- .... mamãe..... eu tô com medo....!

Tive vontade de chorar vendo aquela cena, então me aproximei, me ajoelhei ao seu lado e o abracei com força com a intenção de lhe passar, nem que seja só um pouco, conforto. Segundos depois o choro parou e o silêncio dominou o local, eu estranhei e me afastei pra ver o garotinho, tomei um grande susto quando vi que estava abraçando um corpo em decomposição, eu acabei o soltando enquanto gritava e me jogava pra trás, então me afastei me arrastando até a parede.

Agora eu que estava chorando, e também era de medo.

Mas eu não tive muito descanso, aquele coelho simplesmente apareceu na minha frente e me pegou pelo pescoço me levantando do chão, seus olhos estavam negros e vazios, de sua boca e olhos saíam sangue. Aquilo era muito assustador. Ele apertou mais o meu pescoço e soltei um grulhido de dor, eu já não conseguia mais respirar e sabia muito bem que ele podia quebrar o meu pescoço facilmente, mas ele não queria fazer isso, ele queria que eu sofre-se antes de morrer.

Ele então me levou para mais perto do seu rosto e disse:

-- E-e-eu avisei v-vo-você.... -- era a mesma voz, mas estava falhando como se sua caixa de voz estivesse danificada. -- D-d-devia ter i-ido embora.

Ele então abriu totalmente sua boca e mordeu a minha cabeça.

Sonho off

Acordei gritando, mas não caí da cama dessa vez. Olhei pro meu lado e a película dourada estava lá, olhando pra mim sentado no meu segundo travesseiro, mas ele não estava normal; ele estava todo manchado de sangue.

Eu não vou mais dormir hoje.

Five Nights at Freddy's: Uma História que Deve Ser ContadaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant