Heartbreak Hotel - A Jasiper Fanfiction

El abrazo de amor de El universo [...] y el señor Xólotl - Frida Kahlo

Domingos eram conhecidos pelos brunches McLean que Piper e Tristan sempre tinham juntos. A morena mal via o pai durante a semana, que passava grande parte de seu tempo trabalhando ou fazendo sabe se lá o que na rua, mas as manhãs de domingo eram reservadas para ele desde que se lembrava.

Quando era mais nova, contava os minutos para aquele momento, porém agora contava os segundos para que estivesse liberada a voltar para seu quarto.
As comidas do hotel nunca decepcionavam, o que ajudava Piper a sempre estar de boca cheia, evitando dar respostas mal educadas quando seu pai falava alguma besteira.

Nos últimos anos, a relação dos dois tinha ganhado outros rumos. Por ela estar ficando mais velha, Tristan considerava que não precisava mais de sua ajuda, apoio, e companhia. A garota sabia que ele era muito ocupado, mas também sabia que ele não fazia tanta questão de liberar sua agenda para atender aos eventos importantes para ela. Tinha se atrasado para sua formatura, e provavelmente só não havia perdido a festa de aniversário dela porque aconteceu no hotel. Apesar disso, Tristan ainda a tratava como uma criancinha, achando saber o que seria melhor para sua vida e querendo convencê-la a fazer o que ele bem entendesse.

No momento, continuava tentando fazer com que Piper desistisse da ideia de estudar artes. Ele que havia a ensinado a se interessar pelo tema, a levando em museus desde pequenininha. Aparentemente, para ele, cultura era um tema interessante, mas não o bastante para que ela fizesse sua vida disso.

Nessa altura do campeonato, seu pai já tinha aceitado a ideia de Madrid, mas ainda tentava convencê-la de pelo menos fazer administração ou hotelaria. O sonho dele era que ela continuasse seu legado com o hotel. Já o sonho dela era levar para o mundo novos jeitos e visões de como não só perceber, mas sentir o universo.

— Quais são seus planos para essa semana? — Seu pai perguntou entre garfadas em sua salada de frutas. Fazia essa indagação todos domingos, mas Piper sabia que não prestava tanta atenção na resposta. Normalmente ele só queria achar um horário em que ela não estivesse por perto para que pudesse encontrar com uma das mulheres que saía ou saber se teria que lidar com alguma festa de adolescentes dentro de seu hotel.

— Combinei de ir ao museu amanhã com Percy e Annabeth, e quinta-feira tenho aquele workshop de pintura que te contei semana passada. Mas no fim de semana não marquei nada... Teremos algum evento aqui?

— Um baile beneficente na sexta... Você está convidada. — Com "convidada" ele queria dizer intimada a ir. Mas dessa vez nem estava tão frustrada com isso. Não participava de uma festa como aquela desde o dia que bebera demais, e, no fundo, estava com saudades dos vestidos luxuosos e das cordas dos violinos. Além do mais, quem sabe não conseguia convencer Jason a pegar um dos turnos daquela noite? Isso com certeza deixaria tudo mais divertido.

— Claro, Papa, será um prazer.

E depois continuaram o café sem trocar muitas palavras, apenas comentando sobre os pratos e o como a semana ensolarada provavelmente aumentaria a quantidade de hóspedes que receberiam nos próximos dias.

Não demorou muito para que terminassem de comer. A dona dos olhos coloridos se despediu de seu pai com um beijo na testa, hábito que tinha adquirido com seu avô, e foi para a piscina.
Muitos turistas aproveitaram do sol para usufruir da área externa do hotel naquela tarde, e Piper adorava observar as diferentes pessoas que passavam por ali.

No momento, a família mais interessante aparentava ser mexicana, pelo jeito alto de se comunicar, acompanhado do sotaque e gírias que só eram usadas no país.

A garota já havia estado no México, uma vez. Quando tinha 12 anos, seu avô a levou para conhecer toda a América Latina e sua cultura. Na época, ela mal imaginava que aquela seria a última viagem que fariam juntos. Desde pequena, tinha o costume de conhecer novas regiões toda vez que fosse visitar vovô Tom nos Estados Unidos. Adorava como seu avô parecia respirar história. Ele parecia conhecer de tudo um pouco, e tinha passado muito de seus aprendizados à Piper antes do câncer.

Foi ele quem a ensinou sobre todos os mitos, desde os greco-romanos aos cherokees. Também foi ele quem a ensinou a pintar. Grande parte de suas coisas favoritas tinham vindo de seu avô, inclusive seu nome.

Piper estava tão entretida com a família mexicana que nem percebeu quando Jason se aproximou, trazendo uma limonada para ela.

— Você não está nem no seu turno de trabalho — Ela constatou

— Eu já estava no quiosque conversando com Travis e Connor, de qualquer jeito — Respondeu, dando de ombros

— Bem, muito obrigada — Disse, sorrindo para ele. O loiro usava uma bermuda azul e uma camisa branca, bem diferente do que estava acostumado a usar quando trabalhava. — Sente-se aqui! Com tantos turistas nem vão perceber que você não está hospedado no hotel

— Você sabe que eu não poderia — É verdade. O estabelecimento tinha algumas regras bem claras sobre o comportamento de seus funcionários, estivessem trabalhando ou não. Poderiam usar toda a área do hotel, desde que não interferissem na estadia de ninguém. Os hóspedes eram sempre prioridade, e naquele momento todas as espreguiçadeiras estavam ocupadas. — E eu não conseguiria de qualquer maneira... Combinei de ir à praia com o Leo hoje

— Ah, que ótimo! Tá um lindo dia para uma programação dessas mesmo.

— Você quer ir com a gente? Tenho certeza de que ele não se importaria — A amizade dos dois era, no mínimo, intrigante.

Enquanto Jason prezava pelas regras e por fazer as coisas certinhas, Leo era o inverso. Amava
transformar as coisas mais entediantes em algo divertido e possivelmente destrutivo, sempre arrastando o loiro para a bagunça. E recentemente Piper havia descoberto que eram assim desde a infância, quando os dois estudavam na mesma escola.

Pensou antes de responder, mas não tinha muito segredo. Ela não tinha nenhum plano para aquele dia, e adorava a companhia de Jason. E Leo também era alguém divertido de se estar por perto.

— Claro, pode ser.

— Beleza, vamos sair daqui 10 minutos. Te encontramos na porta do hotel?

— Combinado!

Seu domingo estava começando a ficar melhor.