F U G A D A R E A L I D A D E

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-Aline, mais um mês pago, obrigada pela ajuda.

-Não precisa agradecer, uma mão lava a outra, onde ele está?

Aline é a minha vizinha há muitos anos acho que quando mudei para essa comunidade ela já morava aqui. Ela cuida do Lucas no dia em que trabalho ou quando preciso.

-Com o pai, já era para ter chegado, estão atrasados.

-Ele continua comportando-se melhor com o Lucas? Não te ouvi mais se queixar dele.

-Por incrível que pareça, sim. Agora liga para saber do filho e não faz pressão quando o Lucas não quer ir para sua casa, conversa pelo celular com ele e depois aceita.

-Você acha que é resultado das consultas com a psicóloga o lucas está mais calmo, ele têm comido pouco essa semana, almoça mal para ir a escola.

-Irei prestar atenção nele, eles estão chegando olha o carro do Matias, tchau amiga!

Espero com o portão aberto ele estacionar o carro, estranho a demora para abrir a porta, quando tenho a intenção de bater na janela ele sai dar a volta e retorna com o Lucas nos braços.

-O que aconteceu? Filho você está bem, Matias o que fez com meu filho?

O desespero toma conta quando vejo sua boca cortada e um outro ferimento em sua testa.

-Está louca mulher! Não fiz nada, vamos entrar.

As presas abro a porta para ele que coloca o filho no sofá e senta ao seu lado. Percebo a mão esquerda machucada, seguro quando tenta esconder

-Filhote onde dói amor? Como se machucou? -Ele olha para o pai.

-Você sabe como as crianças são: uma hora estão brincando e logo outra hora brigando. Manuela deu um empurrão nele, mas não foi grave, levei ao hospital, está medicado...

-Amor não chora, está sentindo dor? -Ele vem para o meu colo aos prantos. -Lucas, calma a mãe está perguntando para poder ajudar...

-Mãe, não foi minha culpa...

-Filho, ninguém acha que a culpa foi sua, a Manu pediu desculpas, não fica com raiva dela. -o Matias fala passando a mão em sua cabeça fazendo carinho.

-Filhote seu pai está certo ninguém tem culpa, mas a mãe precisa saber. O mês passado machucou-se na escola jogando futebol e escondeu o machucado, por isso quero saber onde dói! Você precisa ter mais cuidado meu amor.

-Ele tomou medicação e comprei a que o médico receitou. Ele vai ficar bem, amanhã eu ligo filho para saber de você. -Matias beija sua cabeça, mas o Lucas se agarra mais em mim.

-Tudo bem, você sabe como ele é, eu cuido dele, pode ir! Mas da próxima vez me avise ou tente impedir que eles briguem.

-Irei conversar com a Manuela pode deixar e qualquer coisa me liga.

Não o acompanho até a porta, levo lucas para o benheiro para lhe dar um banho e cuidar de seus ferimentos.

-Mãe, deixa eu dormir na sua cama?

-Deixo meu filhote lindo! Vou preparar algo para você comer!

O seu sono é agitado, só acalma quando o abraço com ele deitado em meu peito. Sentindo o corpo magrinho do meu filhote medito como minha vida passou por transformações em todos esses meses que tenho a sensação que estou em outra dimensão onde tudo reclama a ausência do Victor, onde eu vivo em uma guerra constante para calar meus sentimentos.

Quase dois meses sem o victor, todas as noites é a mesma coisa, uma luta com meu cérebro para não pensar nele, nem relembrar nossos momentos juntos. Após o almoço na casa da Dilen só o vi mais duas vezes: uma de longe no shopping com sua mãe e uma outra ele veio pegar o Lucas para um passeio na praia.

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