7. A vida é uma aventura fracassada

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• Hanna •

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• Hanna •

Tenho algumas coisas para processar. Elizabeth não é hetero, e Ethan tentou me beijar. Minha colega de quarto que beira a perfeição também gosta de meninas. Exclusivamente? Ela gosta de garotos? O que aconteceu com a tal de Kate? Quem terminou? Como resultado, está mais vadia que o normal. Está com vergonha e descontando em mim de novo? O mundo virou de cabeça para baixo em apenas dez minutos.

Além disso tenho que encarar Ethan depois de ter desviado de seu beijo ontem à noite. Como vou olhar para o cara? Por que desviei? Minha cabeça ainda acha que estou presa à Benji? Com certeza que não. Já beijei pessoas enquanto ainda estava com Benji. Todas consentidas, é claro, quando abrimos o relacionamento. Mas eu só pensava que queria chegar logo no quarto.

Elizabeth acha que não a ouvi chorar ontem à noite. Uma parte de mim queria levantar, ir até a sua cama e tentar consola-la. Não tem coisa pior do que um coração partido. Arde como uma surra. A outra parte dizia vá dormir, ela não é problema seu, ela nem se importa com você. Escutei a segunda parte.

No dia seguinte, acordei mais cedo, banhei logo e saí, o que me deu um tempo extra no refeitório para tomar café com Bruna. Ela me conta sobre uma festa da escola hoje à noite. Pergunto se é uma das clandestinas nas quais fiquei sabendo, mas parece que essa é mais oficial. Ela diz que vai tentar ficar com Noah hoje, e não quero ser a garota que vai desmotivá-la, então apenas sorrio e levanto o polegar em sinal de apoio.

Durante a semana, duas meninas se juntaram ao nosso pequeno grupo. Abigail, que nos obriga a chamá-la de Abby, e Helena. Elas são até legais, mas tenho a leve impressão que estão aqui por causa do sobrenome Conley. Bom, quem sou eu para julgar. Até que um assunto surge.

– Tudo bem, não me orgulho disso, mas olhei a sua ficha – Bruna começa depois de limpar as mãos em um guardanapo – E notei que seu aniversário está chegando!

– Não – Balanço a cabeça – Não vamos fazer nada. Detesto meu aniversário.

– Isso é impossível – Abby sorri – Ninguém detesta o próprio aniversário.

Ok, eu não queria mesmo pesar a conversa. Não queria trazer esse assunto à tona agora, quando estão todas sorrindo e daqui a pouco estarão com a cabeça inclinada para o lado e dizendo "Ah". Porque ninguém nunca sabe o que dizer quando conto que o dia em que eu nasci foi o dia em que minha mãe morreu. Engulo em seco. Queria que o dia hoje fosse decente, mas acabou de virar uma catástrofe, para mim. Não quero isso agora. Então apenas digo:

– É possível. Não comemoro meu aniversário.

– Aposto que vai mudar de ideia – Bruna bebe o resto do capuccino e me olha por cima da borda do copo com ar misterioso.

Sei onde isso vai dar, e vai ser igual a quando não quis contar sobre a morte da minha mãe antes e o pessoal da escola organizou um aniversário surpresa. Minha reação não foi a melhor, e acabei com a festa. Mas não quero colocar esse rótulo na minha testa ainda. Não quando ainda estou tentando colecionar algumas histórias. Decido contar apenas para Bruna, quando estivermos sozinhas.

Até que te encontrei (Romance Sáfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora