- Como é que é? - Ele disse tentando manter a calma.  - É isso mesmo, nesses lugares onde ela tem noventa e nove por cento de chances de levar um tiro, você a leva, agora numa festa para comemorar o aniversário de trocentos anos da nossa universidade, você não deixa ela ir. Você precisa de tratamento.  - Mas pelo menos nessas festas, eu estou lá para protege-la, e você sabe que não é bem assim, não é sempre que eu a levo, alias, quase nunca.  - Não interessa, você não pode tirar a liberdade da Desty, ela tem direito de se divertir, ela tem direito de estar entre amigos e não presa numa casa com um marido extremamente possessivo. - Vinnie me olhou, com os seus olhos transbordando raiva. Desviei o olhar.  - Vai ficar aí só olhando, como uma idiota? - Ele se referiu à mim.  - Vinnie, não caia no meu conceito, é só isso que eu te peço. - Falei com a voz mansa. Pois eu sabia que a qualquer momento, eu poderia não aguentar e simplesmente ir embora daquela casa.  - Você não vai. - Ele disse para finalizar e eu pude ver que estava decidido e ele não mudaria de ideia, mas eu nunca fui do tipo que me submetia à receber ordens.

Dei de ombros.  - Tudo bem. - Falei. - Vamos, Mads. - Madison deu um olhar de decepção para Vinnie e em seguida saiu comigo do quarto.  - Ele é o pior marido que alguém pode ter, não sei como você aguenta, deveria ter casado com Kio. - Ela disse aquilo e disse para Vinnie ouvir. Assim que fechamos a porta, ouvimos um barulho de algo se quebrando vindo do quarto, sim, ele havia estourado. Nós olhamos e ficamos quietas, apenas descemos as escadas indo para a sala.  - Obrigada, Mads. - Falei.  - Eu ainda estou com raiva...  - Não fique. - Eu disse serena.  - Você está tramando algo... - Ela deduziu.  - Por que eu estaria?  - Porque caso ao contrário, você estaria quebrando coisas em Hacker. - Ela disse e eu apenas ri.  - Agora vamos. - Falei pegando minha bolsa que estava em cima do sofá. - Temos uma série de trabalhos para fazer. - Falei e em seguida nós saímos. 

[...]

-Não vai poder ir mesmo? - Jordan, um dos nossos colegas perguntou, enquanto estávamos sentados eu, Mads, ele, Gabriela e Victor, em uma das enormes mesas redondas que havia naquela enorme biblioteca, onde eu, Gabi e Victor que fazíamos o mesmo curso, tentávamos formular ideias para um trabalho.  - É, meu marido é meio... ciumento. - Falei como se fosse apenas isso.  - Que droga, vai ser chato sem você. - Gabi falou e eu dei um sorriso fraco.  - Concordo. - Victor disse.  - Bom, eu estava pensando em um jeito de ir... Mas claro, vou precisar da ajuda de vocês. - Contei meu plano à eles.  - Ok, agora vamos, temos mais duas cadeiras. Introdução à Cultura Jurídica e Direitos Reais. - Gabriela disse, ela era a mais velha de todos nós, tinha vinte e quatro anos, mas isso não vinha ao caso. Assim que Gabi disse isso, eu dei uma risada discreta ao lembrar que eu estudava Direito e ao mesmo tempo, era casada com um gangster.  - É, vamos a luta. - Falei.  - Bom, esse não é o meu caso. - Mads disse, pois fazíamos cursos diferente. - Eu tenho mais três. - Ela e Jordan foram para um lado e eu, Gabi e Victor para outro.  Enquanto nos dirigíamos a sala, tudo o que eu conseguia pensar era na festa que haveria do dia seguinte, eu não queria de jeito nenhum deixar de ir, mesmo tendo a sensação de que algo daria errado. 

- O Direito romano foi socionômico ou estatutômico, enquanto o Direito germânico foi autonômico ou demonômico: o primeiro, consagrando a força e o poder do estado... - O professor falava, enquanto eu me mantinha inquieta com esse lance da festa, Gabi percebia tudo, mas preferia ficar calada, até que se ouviu uma batida na porta, em seguida, uma mulher baixinha entrou.  - Destiny... Hacker. - Ela procurou entre os alunos, levantei a mão para que ela me localiza-se.  - Tem alguém querendo falar com você. - Ela disse e quando eu fui levantar, essa pessoa entrou.  - Eu juro que vai ser rápido. - Vinnie disse, enquanto a sala mantinha os olhos nele, vale ressaltar, que a maioria naquela sala era do sexo feminino.  - Esse.. Esse... - Gabriela tentava perguntar algo.  - É. - Falei no maior tédio. - É meu marido.  - Gostei da gravata. - Vinnie disse para o professor que o olhava com a maior cara de cu.  - Vamos de uma vez, Hacker. - Falei passando em sua frente e ele me seguiu para fora da sala. - O que você quer? Não posso perder o conteúdo é importante.  - Você sabe... Eu não quero que você ache que eu sou o pior marido do mundo.

𝑷𝒐𝒔𝒔𝒆𝒔𝒊𝒗𝒆- 𝑽𝑰𝑵𝑵𝑰𝑬 𝑯𝑨𝑪𝑲𝑬𝑹Onde as histórias ganham vida. Descobre agora