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Querido, Vinnie.  Lembra de mim? Óbvio que não. Alias, você nunca lembra de suas pobres vítimas, das mulheres que você come e joga fora.  Ah meu querido, te procurei tanto, você simplesmente sumiu. Foi no início do ano passado, lembra? Estávamos em uma boate quando você chegou com sua incrível lábia e me envolveu, dono de uma beleza estonteante, eu não pude resistir, assim como todas as outras.  Ok, passou. Fui apenas mais uma transa desimportante, não? Você sumiu, não deu-me seu telefone, não me passou seu endereço, o qual, eu ralei muito para conseguir e apenas porque pelo menos seu nome, você me disse.   Mas sem delongas, vamos ao que realmente interessa: não tenho mais condições de cuidar de minha pequena Angel, estou muito doente e a maioria de meu salários vai em meus medicamentos, eu não estou mentindo nem muito menos abandonando minha filha, isso é pura verdade, não tenho mais como cuidar de minha pequena. Eu poderia apenas te infortunar pedindo-lhe dinheiro, mas não adiantaria nada, pois minha vida não será muito longa, não tenho outros parentes com quem deixá-la, por isso, fiz de tudo para encontrar você, nada melhor do que deixá-la com o seu próprio pai.  Nós não nos prevenimos, se você lembrar apenas de quem eu sou, irá lembrar disso também. Você foi meu primeiro homem, sim, eu tinha vinte anos e era virgem, sonhava em casar pura, havia ido naquela boate apenas para curtir com minhas amigas, mas você é dono de um poder irreconhecível. Depois de um pequeno tempo, descobri que estava grávida, meus pais quiseram matar-me, fui obrigada a fugir para poder ter Angel em paz. Então descobri que estava com câncer e tive que voltar para de baixo do teto deles, eles queriam colocar minha pequena para a adoção, não aceitei, você veio em minha cabeça como algo impossível, mas eu descobriria seu paradeiro de todos os jeitos, pedi ajuda de alguns amigos, mas bom, isso não importa.  A única coisa que eu peço, Vinnie, é que você seja um bom pai e não maltrate minha menina, tenho esperanças de que ela estará em boas mãos. Diga todos os dias que eu sempre a amei.  Abraços, Vivian.  Deixei o papel cair de minha mão, aquela carta me fez estremecer, Vinnie tinha uma filha? Nem ele sabia sobre isso. O olhei e ele estava bem pior, fitando Angel de longe como se fosse incapaz de entender tudo o que se sucedia e eu não o culpava por estar assim, só o culpava pelo o que ele havia feito com a pobre coitada de Vivian. Eu podia sentir que essa carta era verdadeira, não era mais uma de suas vadias tentando aplicar algum golpe, enquanto eu lia a tal carta eu podia sentir a dor dessa pobre mulher, mais uma que foi atraída pelo doce veneno de Hacker. - Lembra dessa tal Vivian? - Perguntei quebrando o silêncio.  - Lembro... - Ele pensou aflito. - Um pouco...  - Bom, acho que você tem uma responsabilidade agora. 

- RESPONSABILIDADE, DESTINY? - Vinnie se alterou. - EU NÃO SOU RESPONSÁVEL NEM EM RELAÇÃO À MIM, IMAGINA À UMA CRIANÇA. - O puxei para fora do quarto para não acordar Angel. 

- Que é sua filha! - Exclamei. - Não adianta levantar a voz para mim, eu não tenho culpa de nada. - O repreendi. - O culpado dessa história é você, é um choque, óbvio que é, mas alguma consequência essa sua vidinha de pegador cafajeste deveria te dar.

- Ele me olhava sério. - E olha, que foi até uma consequência boa, comparado ao que você realmente merecia. - O julguei. - Vai saber quantos filhos você não tem por aí...  -

Vira essa boca para lá, Destiny. - Ele gritou.  - Tanto faz, Hacker. Só vou te dizer uma coisa. - Falei entrando no quarto novamente e vendo que Angel havia acordado e nos olhava com uma cara assustada, ainda deitada em baixo daquela coberta, sentei ao seu lado.

- Você vai cuidar desta criança. - Falei a Hacker enquanto Angel tentou se esconder. - Não se esconda, lindinha. Não vou machucar você. - Passei as mãos em seus lisos cabelos, tentando acalmá-la. Ela meio que se confortou. 

- Como... Como eu vou fazer isso? - Vinnie soprou observando eu pegar Angel e senta-la em meu colo, a mesma escondeu-se através da curvatura de meu pescoço.  - Você não está sozinho, tem os garotos. - Falei baixo tentando achar o rosto de Angel que se escondia. - E claro... te ajudarei com algumas coisas. - Olhei para Vinnie fazendo nossos olhos se encontraram, sua aparência era mansa, ele realmente não sabia o que fazer, estava perdido, e eu seria obrigada à ajudá-lo por mais que ele tivesse feito todas aquelas merdas para mim.

𝑷𝒐𝒔𝒔𝒆𝒔𝒊𝒗𝒆- 𝑽𝑰𝑵𝑵𝑰𝑬 𝑯𝑨𝑪𝑲𝑬𝑹Onde as histórias ganham vida. Descobre agora