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Continuei sentada no sofá e percebei que meu pai foi até a cozinha me olhando estranhamente, como se desconfiasse de algo.  - Tudo bem? - Perguntei.  - Tudo ótimo. - Ele disse e eu fui até a cozinha novamente. - Tirando o fato de que você estava falando com ele. - Meu pai me olhou friamente e eu estremeci. 

- Ele quem? - Tentei me fazer de boba.  - Você sabe, Destiny. Não se faça, não minta. - Sua voz era firme. - Sabe, você disse que tinha medo que eu restringisse sua liberdade e eu estou prestes à fazer isso, estou vendo que não posso confiar em você. - Ele bateu a porta da geladeira com força.  - Você é exagerado demais. - Abri o jogo. - Vinnie não vai me fazer nenhum mal.  - Você que acha, não quero que minha filha acabe sofrendo por causa de um gangster de meia-tigela.  - Não fala assim dele. - Quase gritei. - Você acha que foi quem que pagou aquela droga de hospital? Porque do seu bolso não saiu nada e o senhor ficou bem quietinho. - Falei brava e meu pai ficou pensativo.  - Não me diga que...  - Sim, eu te digo, pai. Vinnie pagou tudo, ele se preocupou comigo.  - É só uma maneira de te comprar minha filha. - Não acredito que eu ouvi aquilo. - Vou devolver todo o dinheiro para ele, vou mandar Maria perguntar quanto que foi o custo. - Ele disse. - Mas quanto à vocês dois, mantenham distância um do outro, ou você sabe, eu te mando para o Texas.  - Você fala isso numa naturalidade, como se eu fosse algo sem importância, o qual você pode embrulhar e mandar para outro lugar. Não caia no meu conceito, pai.  Só isso que eu te peço. - Saí dali apoiando meu corpo nas muletas, demorei para chegar em meu quarto, mas o importante foi que eu consegui. 

[...] 

- Olaaaaa amiga linda. - Mads praticamente cantou. - Como você está com a patinha quebrada e não pode dirigir e também ficou sem carro, mas não quero ficar pisando nos seus sentimentos, eu vim te buscar.

- Ela abriu os braços super feliz e o nervosismo me percorreu.  - Mads, amiga. - Sorri para ela. - não quero sofrer outro acidente de carro.  - Af, você colocou na cabeça que eu não dirijo bem.  - Ok, vamos Mads. - Falei saindo de casa e fechando a porta.  - Coloque suas muletas aqui. - Ela disse pedindo para que eu as colocasse no banco de trás. - Prontinho. -Entrei no carro com uma dificuldade mínima.  Resolvi contar tudo para Mads, ela pensava em tudo como se calculasse cada coisa que iria me falar.  - Namore escondida. - Sim, ela me deu esse conselho inteligentíssimo.  - Eu já pensei nisso, isso não é o problema, eu tenho medo que meu pai descubra e me afaste de Hacker.  - Nunca vi um namoro com tantos obstáculos, puta que pariu. - Mads revirou os olhos. - Mas você sabe, não tem outro conselho bom, à não ser...  - Não vou me separar dele, eu o amo pra caralho. Vou voltar para ele hoje mesmo.- Falei decidida. - Só vou pedir para que tenhamos cuidado. Meu pai soube que Vinnie trabalhava na escola, mas ele soube também que ele havia saído, acho que ele não faz ideia que Hacker voltou, porque se fizesse, era capaz de me tirar da escola e sim, logo agora que estamos perto da formatura... Sem contar que ele...  - Quer te mandar para o Texas? - Assenti triste.  Entramos na escola e eu olhava para todos os lados como se estivesse procurando algo, mas na verdade eu estava procurando alguém. Eu anda por aqueles corredores nervosamente com Mads ao meu lado, eu precisava ir até meu armário para pegar dois livros, um de história e outro de biologia.   Avistamos Quinton que vinha até nós todo sorridente, nos cumprimentou e logo seguimos juntos.  - Fiquei sabendo do seu acidente, Mads me disse. - Quin disse olhando para mim. - Pensei que você ia ser mais cuidadosa e ficar em casa. - Ele meio que me repreendeu, bom, eu estava com atestado de uma semana em casa por causa do acidente, mas eu briguei com meu pai para que eu pudesse ir para a escola, porque eu queria estudar, claro. Não tem nada a ver com o fato que era o lugar mais seguro onde eu poderia falar com Hacker, absolutamente nada a ver.  - Eu não queria ficar em casa, eu nem estou mais sentindo tanta dor, o único problema é que essas escadarias enormes não combinam com minha perna quebrada. - Falei. - Mas graças à Deus, tem um elevador nessa escola que serve para alunos com problemas físicos, tipo aquele aluno de uma turma do primeiro ano que anda de cadeira de rodas.  - Aquele que uma vez passou por você e apertou sua bunda?. - Ela lembrou.  - Quem apertou sua bunda? - Uma quarta voz falou atrás de mim e eu me virei lentamente, meu coração disparou. Vinnie me olhava com uma cara interrogativa. - E aí, vai me responder?

𝑷𝒐𝒔𝒔𝒆𝒔𝒊𝒗𝒆- 𝑽𝑰𝑵𝑵𝑰𝑬 𝑯𝑨𝑪𝑲𝑬𝑹Onde as histórias ganham vida. Descobre agora